

As ações da Casas Bahia (BHIA3) operam em forte alta nesta terça-feira (11) e estendem os ganhos observados na véspera, quando já haviam disparado 30%. Às 15h, os papéis avançam 9,17% a R$ 5,12, depois de oscilarem entre máxima a R$ 5,95 e mínima a R$ 4,58. Os ativos chegaram a entrar em leilão em diferentes momentos do pregão, segundo o site da B3.
Em março, as ações BHIA3 já acumulam ganhos de 90%. Até o momento, não foi divulgado fato relevante ou comunicado ao mercado que possa justificar o desempenho expressivo. Vale lembrar que a companhia reportará o seu resultado do quarto trimestre de 2024 na quarta-feira (12) após o fechamento do pregão.
Conforme explicamos nesta matéria, o entendimento dos analistas é de que os papéis da empresa passam por um movimento conhecido como short queeze. Ele ocorre quando investidores com posições vendidas (short) em uma ação são forçados a recomprá-la rapidamente. Isso gera um efeito em cascata: outros players que estão na mesma situação, ao verem os investidores desistirem de suas posições, fazem o mesmo, o que eleva a pressão de compra do ativo e faz seu preço disparar.
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Um relatório da XP Investimentos publicado na segunda-feira (10) também mostrou que o short interest (SI) das ações da Casas Bahia subiu 4,4 pontos percentuais, em duas semanas, chegando a 24,7%. O SI é a razão entre o total de ações alugadas que ainda não foram cobertas ou compradas de volta para fechar a posição e a quantidade de ações free float (disponíveis para negociação em Bolsa).
Em relatório, Rafael Ragazi, sócio da Nord Investimentos, destacou ainda que, na tarde da última sessão, o volume de negociações da BHIA3 estava em 21,8 milhões, bem acima da média diária de 5 milhões do papel em pregões completos nos últimos 12 meses.
“O movimento pode estar sendo impulsionado por um short squeeze — nome dado ao fenômeno em que a cotação das ações sobe rapidamente, forçando investidores que apostaram na queda (short sellers) a cobrir suas posições, resultando em uma pressão adicional de compra — tendo em vista que a empresa está com elevados 25% de suas ações em circulação alugadas”, destaca Ragazi.
Além da Casas Bahia, outras varejistas também se saem bem no pregão. É o caso de Americanas (AMER3) e Lojas Marisa (AMAR3), que disparam 7,89% e 6,08%, respectivamente. A queda dos juros futuros tende a beneficiar empresas cíclicas, mais sensíveis aos ciclos econômicos.
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