

O dólar hoje iniciou esta terça-feira (18) com alta de 0,38%, mas conseguiu fechar a sessão com queda de 0,25%, a R$ 5,6721. É a menor cotação desde 24 de outubro de 2024, quando a moeda americana valia R$ 5,66.
Depois da queda expressiva na véspera, a tendência do dia parecia ser de fortalecimento da moeda americana, com sinais difusos no exterior e no Brasil. Mas a cotação virou na metade do pregão, com o índice DXY, que mede a performance do dólar ante seis divisas fortes, também invertendo o sinal.
Estão no radar a divulgação de dados de produção nos Estados Unidos, assim como negociações sobre um cessar-fogo na Ucrânia e desdobramentos da política de tarifas do governo Donald Trump. Por aqui, as atenções se voltam ao projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, que será entregue pelo presidente Lula (PT) ao Congresso nesta manhã. A medida gera receios no mercado, dado o impacto da desoneração nas contas públicas em um contexto já difícil para o fiscal, mas não abalou investidores.
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“Com a queda do dólar em nível global, houve surpresas positivas no noticiário local que impulsionaram mais um dia de queda do divisa americana contra o real. O presidente assinou o projeto de lei da reforma do imposto de renda no Congresso, ampliando faixas de isenção”, diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad. “Sem surpresas negativas no endereçamento do projeto e o tom ameno adotado pelo presidente durante a apresentação do projeto também foi interpretado como um sinal positivo, contribuindo para a valorização dos ativos de risco domésticos.”
Investidores estão em compasso de espera pela Super Quarta, dia de reunião de política monetária no Brasil e nos EUA. A expectativa é de que o Banco Central brasileiro eleve a Selic em 1 ponto percentual, enquanto, lá fora, o Federal Reserve (Fed) deve manter a taxa de juros americana inalterada. “O diferencial de juros entre Brasil e EUA, favorável ao real, deve se ampliar a partir de quarta-feira. A questão que permanece é: a queda do dólar já reflete esse diferencial de juros no câmbio? Aguardaremos as cenas dos próximos capítulos”, diz Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas.
Na segunda-feira (17), o dólar iniciou a semana com queda de quase 1%, o suficiente para levar a cotação ao menor patamar de 2025. A perspectiva de enfraquecimento global da moeda americana fez o Itaú BBA reduzir a projeção para o câmbio ao final do ano em R$ 0,15. Agora, a expectativa do banco é de que o dólar chegue em dezembro a R$ 5,75.