

Após abrir em leve queda, o Ibovespa hoje testa terreno positivo nesta terça-feira (18). Às 14h11, o índice avança 0,24%, aos 131.146 pontos. O mercado acompanha o primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e projeto de lei de ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil – veja aqui os principais assuntos do dia.
Após quatro altas seguidas, o principal índice da B3 hoje opera na direção oposta da queda firme das bolsas americanas e do recuo de 0,58% do minério de ferro hoje em Dalian.
Na segunda-feira (17), o índice renovou recorde de fechamento, na máxima de 131.313,48 pontos, com estímulos econômicos da China. Neste pregão, o avanço do petróleo em meio aos conflitos do Oriente Médio tendem a ajudar o indicador da Bolsa.
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Por aqui, as atenções se voltam para o ato de entrega do projeto que isenta rendas de até R$ 5 mil do Imposto de Renda pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos presidentes do Senado e da Câmara, assim como o início das discussões do Comitê que devem elevar novemente as taxas de juros.
“O mercado quer saber qual será a lógica da compensação. Qual será o impacto, se será algo que terá impacto nas contas publicas ou se tratará apenas de uma medida populista”, diz Ian Toro, especialista de renda variável da Melver.
O mercado financeiro hoje também observa o IGP-10, que desacelerou para alta de 0,04% em março, após subir 0,87% em fevereiro. O resultado ficou abaixo do intervalo das estimativas do Projeções Broadcast, que esperavam uma alta entre 0,07% e 1,01%. Após o resultado, os juros futuros mostram viés de alta.
O dólar hoje abriu em alta de 0,80%, a R$ 5,7080. No entanto, a moeda ainda pode hesitar ante o real com as commodities e o dólar exibindo sinais difusos no exterior às vésperas da decisão de juros do Federal Reserve (BC americano), que poderá manter as taxas inalteradas (4,25% a 4,50%). Saiba mais sobre o dólar nesta matéria.
- Confira aqui a agenda econômica das empresas nesta terça-feira
Ações em destaque no Ibovespa hoje
JBS (JBSS3) dispara e lidera ganhos na bolsa
Após firmar acordo com a BNDESPar para decisão sobre listagem da companhia na Bolsa de Nova York, a JBS sobe 14,60%, liderando as altas do Ibovespa.
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A XP considerou o anúncio positivo, por retirar um possível obstáculo para a listagem no exterior, sem pressionar o BNDESPar a vender sua participação. Já o Citi aponta que, se a listagem for bem-sucedida, a JBS poderá passar por uma reclassificação significativa. Segundo o banco,a companhia é subvalorizada pelo mercado, em comparação com a Tyson. Veja todas as análises aqui.
Yduqs (YDUQ3) ocupa 2º maior alta do Ibov
Após reverter prejuízo e registrar lucro líquido de R$ 13,8 milhões no quarto trimestre de 2024, a Yduqs sobe 8,75%, segunda maior alta do Ibovespa.
O Citi considerou o resultado decente, com as receitas vindo em linha com as expectativas. Na mesma linha, o Itaú BBA apontou que os números superaram as expectativas, com o segmento premium impulsionando a receita bruta. Já o Santander, classificou o balanço como bom, com destaque para a forte geração de caixa e um resultado limpo e fácil de ler. Veja todas as análises aqui.
Vale (VALE3) e CSN (CSNA3) recuam com minério
Em dia de recuo dos contratos futuros de minério de ferro em Dalian (-0,58%) e em Cingapura (-0,24%), a Vale recua 0,79% e a CSN Mineração perde 3,57%, esta liderando perdas na Bolsa. O sócio da Fatorial Invest, João Abdouni, completa que também é uma queda normal visto que o setor teve um desempenho positivo na sexta-feira (14) e segunda (17).
Petrobras (PETR3; PETR4) patina no pregão
As ações da Petrobras mostram sinais opostos na sessão desta terça-feira. O movimento ocorre na esteira do petróleo, valorizado levemente em 0,12% (WTI) e 0,20% (Brent). As ações ordinárias sobem 0,05%, enquanto as preferenciais recuam 0,11%.
Mercado financeiro hoje: o que fica no radar desta terça-feira
Bolsas internacionais e tensões no Oriente Médio
Os futuros de Nova York operam próximo à estabilidade nesta manhã, à espera da produção industrial nesta véspera de decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O indicador deve mostrar leve aceleração na margem.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) de mais longo prazo operam em baixa nesta terça-feira. O dólar hoje opera sem direção única ante outras moedas de economias desenvolvidas, enquanto investidores aguardam dados econômicos europeus e dos EUA.
Já as bolsas europeias sobem pelo terceiro pregão seguido, ainda sob expectativa de que a Alemanha aprove proposta para ampliação do endividamento público, abrindo caminho para que seu novo governo amplie gastos com defesa.
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O mercado acompanha as tensões no Oriente Médio, após Israel lançar um ataque na Faixa de Gaza que deixou mais de 200 mortos, ameaçando o cessar-fogo com o Hamas, em vigor há quase dois meses. Os EUA disseram que foram consultados por Israel antes do ataque.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na segunda-feira (17) que está “muito ansioso” para o telefonema de hoje com o presidente russo, Vladimir Putin. Os líderes conversarão sobre a possibilidade de pôr fim à guerra na Ucrânia.
Copom inicia reunião: o que esperar da decisão de juros?
Nesta terça-feira, começa a reunião do Copom para decidir os rumos da taxa de juros no Brasil. Entre as apostas do mercado, está a possibilidade de mais uma alta de 100 pontos-base da taxa Selic na quarta-feira, indo de 13,25% para 14,25% ao ano.
Projeto de isenção do IR até R$ 5 mil: o que muda?
Os mercados ficam atentos ao ato de entrega do projeto de isenção do IR em busca de detalhes do programa, que acabará tendo impacto de R$ 8 bilhões a menos do que o estimado anteriormente – entenda o que muda para o contribuinte nesta matéria.
Segundo Haddad, a previsão de impacto fiscal caiu porque o governo refez os cálculos para incluir o aumento do salário mínimo após a aprovação do Orçamento de 2025, que só deve ser votado em abril. “Foi um recálculo. Este ano terá uma correção depois do Orçamento e por conta do aumento do salário mínimo, então muda a base”, afirmou.
*Com informações de Vinícius Novais, Maria Regina Silva, Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast