

O Ibovespa hoje oscilou entre os campos positivo e negativo após o governo chinês reafirmar que não está discutindo o embate tarifário com os EUA. Nesta sexta-feira (25), o mercado local também foi pressionado pela prévia da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo — 15 (IPCA-15), que ficou acima do esperado em abril.
No fechamento, a Bolsa de Valores brasileira encerrou em alta de 0,12% aos 134.739,28 pontos. O mercado americano também fechou no azul, com o Dow Jones recuando 0,05%, o S&P 500 em alta de 0,74% e o Nasdaq subindo 1,26%.
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Em entrevista à revista Time, o presidente americano, Donald Trump, disse que o presidente chinês, Xi Jinping, ligou para ele dizendo que consideraria uma vitória se os “EUA tiverem tarifas de 50% daqui a um ano”. Em resposta, o governo chinês afirmou que não está participando de conversas com os estadunidenses.
“A China e os EUA não estão realizando consultas ou negociações sobre a questão tarifária”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país asiático, Guo Jiakun, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, acrescentando que os EUA “deveriam parar de criar confusão”. Ao ser perguntado sobre relatos de que a China estaria considerando isentar algumas importações dos EUA de sua tarifa de 125%, Guo disse “não ter conhecimento de detalhes” do assunto.
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Após a fala chinesa, Trump reiterou que conversou com o presidente da China, Xi Jinping, “muitas vezes” e que as negociações com o Japão estão muito bem, além de afirmar que está perto de um acordo com os japoneses. Os comentários foram feitos minutos antes de o republicano embarcar com a primeira-dama, Melania Trump, para Roma, na Itália, devido ao funeral do papa Francisco.
“Vamos fechar bons acordos”, disse, ao mencionar que o plano tarifário americano está “indo muito bem” e que os EUA ficarão “muito ricos”.
No cenário local, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 desacelerou de 0,64% em março para 0,43% em abril, ficando sutilmente acima da mediana de 0,42% das expectativas, mas acelerou de 5,26% para 5,49% no acumulado em 12 meses, taxa idêntica à mediana. O dado deve balizar as apostas para o ciclo de alta da Selic, que atualmente está em 14,25% ao ano.
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No mundo corporativo, o lucro da Vale (VALE3) foi de US$ 1,394 bilhão no primeiro trimestre deste ano, queda de 17% ante igual período de 2024. Analistas ouvidos pelo E-Investidor apontam que o resultado foi fraco. As ações da mineradora encerraram em queda de 2,64%, a R$ 53,85. Para saber as projeções dos dividendos da Vale e o que fazer com as ações VALE3, leia esta reportagem.
O dólar abriu a sessão desta sexta-feira (25) com alta de 0,10%, a R$ 5,6969, mas inverteu o sinal e encerrou em queda de 0,06% ante o real, a R$ 5,6878. Foi a sexta baixa seguida do dólar.
Mercados europeu e asiático sobem mais que o Ibovespa hoje
As bolsas europeias fecharam em alta nesta sexta-feira, mantendo o tom positivo da semana, enquanto investidores monitoraram balanços corporativos em meio a um relativo alívio nas tensões comerciais.
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Em Paris, o CAC 40 subiu 0,45%, aos 7.536,26 pontos, enquanto o DAX, em Frankfurt, avançou 0,81%, para 22.242,45 pontos. Em Londres, o FTSE 100 teve leve alta de 0,09%, aos 8.415,25 pontos. Já o Ibex 35, em Madri, avançou 1,33%, aos 13.355,30 pontos. Em Milão, o FTSE MIB ganhou 1,47%, chegando a 37.348,38 pontos. O PSI 20, de Lisboa, também avançou, com alta de 0,93%, aos 6.942,73 pontos
Do noticiário de balanços, a fabricante francesa de equipamentos para jatos Safran saltou 4,17% em Paris, após divulgar avanço maior do que o esperado na receita trimestral. No âmbito macroeconômico, o setor varejista do Reino Unido surpreendeu com uma inesperada alta nas vendas de março.
Já os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em alta hoje. No radar, o Ministro das Finanças do Japão, Katsunobu Kato, expressou preocupação com o impacto da política comercial americana na economia e nos mercados globais durante reuniões do G7 e do G20, em Washington.
Liderando os ganhos, o índice Taiex subiu 2,02% em Taiwan, a 19.872,73 pontos, enquanto o japonês Nikkei avançou 1,90% em Tóquio, a 35.705,74 pontos, o sul-coreano Kospi teve ganho de 0,95% em Seul, a 2.546,30 pontos, e o Hang Seng garantiu alta de 0,32% em Hong Kong, a 21.980,74 pontos.
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Na China continental, o Xangai Composto registrou perda marginal de 0,07%, a 3.295,06 pontos. Já na Oceania, a bolsa australiana não operou em função de um feriado nacional.
Petróleo fecha em alta, com alívio nas tensões entre China e EUA
Os contratos futuros de petróleo fecharam o pregão desta sexta-feira em alta moderada, impulsionados pelo alívio nas tensões comerciais entre China e Estados Unidos, que acabou prevalecendo sobre as preocupações com um possível aumento na produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) na próxima semana.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para junho subiu 0,37%, fechando a US$ 63,02 o barril. O Brent para julho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,23%, para US$ 65,80 o barril. No acumulado da semana, o contrato do WTI teve baixa de 1,1%, enquanto o do Brent caiu 1,7%.
Ouro recua na sessão
Os preços do ouro registraram queda nesta sexta-feira, pressionados pela valorização do dólar globalmente e por sinais de alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Relatos de que Pequim estaria considerando isentar alguns produtos americanos de suas tarifas de 125% reduziram a demanda por ativos de proteção, como o ouro.
Na Comex, divisão de metais da Nymex, o contrato de ouro para junho caiu 1,50%, fechando a US$ 3.298,4 por onça-troy, após atingir a máxima de US$ 3.384,1 durante o dia.
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*Com informações do Broadcast