- Confira a entrevista com o apresentador Luis Ernesto Lacombe sobre seu relacionamento com as finanças, liberdade financeira, organização e investimentos
O jornalista Luis Ernesto Lacombe passou por emissoras como Rede Globo, Rede Bandeirantes, e, atualmente, RedeTV!. Já apresentou programas esportivos, políticos e reality shows. Agora, o apresentador discute sobre assuntos atuais ao lado de Amanda Klein e Silvio Navarro, no Opinião no Ar, veiculado pela RedeTV!.
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Para compreender melhor a trajetória do jornalista e o seu relacionamento com as finanças, convidei Lacombe para um bate-papo no meu novo quadro dentro do canal 1Bilhão Educação Financeira: “Fora da Curva”.
O que mudou em sua vida após a demissão da TV Globo, onde você construiu uma carreira de 25 anos?
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Acho que é uma questão de geração. Vou fazer 55 anos agora, a minha geração é bem diferente da sua. As gerações mais novas que não têm medo de arriscar, ficam atrás de oportunidades, ficam trocando de emprego. ‘Se surgiu uma chance aqui, eu vou’. É uma geração que não pensa muito naquela ideia do funcionalismo público, da estabilidade. Eu estava na Rede Globo há 25 anos. Era uma vida longa e tinha um pensamento de ‘vou me aposentar aqui, é a maior empresa de comunicação na minha área. É aqui que eu quero estar, aqui estou e é aqui que ficarei até parar’. Obviamente, já vivíamos um período de cortes lá dentro, já percebíamos isso, porém, ainda não havia chegado nos apresentadores, nas pessoas jurídicas, e repórteres especiais. Infelizmente, eu fui o primeiro a abrir a fila. Eu fui o primeiro corte, mas depois de mim, vários apresentadores e repórteres especiais foram desligados. Demorei um tempo para digerir e entender o que estava acontecendo, para observar o mercado e ver que possibilidades existiam para mim. Pensei em dar uma grande guinada na minha vida. Eu tenho um filho mais velho que morava na Alemanha, tenho dupla cidadania, e já estudava alemão na época, então decidi antecipar um projeto que eu tinha mais pra frente.
Após passar um tempo namorando na Alemanha, surgiu a Band para fazer um reality show, algo que não era também muito da minha área, e, como participante de uma geração mais antiga, estava incerto sobre essa área de entretenimento e de reality show. Eu pensei muito antes de aceitar, mas aceitei. Passei quatro meses na República Dominicana apresentando o Exathlon Brasil. E quando terminou esse projeto, eu comecei a conversar com a Band sobre outros projetos. E aí surgiu o Aqui na Band, e nada foi muito planejado.
Há aquele chavão “há males que vem para o bem”. Você sente que você estaria tão evidente quanto está hoje se não tivesse sido demitido?
Não teria. A vida é assim, feita do encadeamento de acasos. Tudo bem, você pode planejar, você nasceu para alguma coisa, talvez você tenha aptidões, mas não quer dizer que o seu caminho está fechado absolutamente.
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Quem é o Lacombe como empreendedor, além da televisão?
O meu grande desafio atualmente é a administração do tempo, porque o dia está muito curto. Então, eu tenho meu programa na RedeTV!, o Opinião no Ar. Só que, ao mesmo tempo, tenho outros dois projetos em desenvolvimento que provavelmente serão lançados em abril/maio. Ao todo, serão dois programas diários na RedeTV!, e mais um programa semanal. Além disso, esse programa semanal tem quatro formatos, o que demanda um tempo grande de reuniões, conversas e pilotos. Eu também tenho colunas em dois jornais atualmente, o Notícias do Dia, de Santa Catarina e a Gazeta do Povo. Tenho meu canal no YouTube que é um case de sucesso. Quando eu saí da Band, a agência que trabalha comigo conseguiu levantar esse canal em dez dias. Então, a gente lançou o canal em uma quinta-feira, e na quinta-feira seguinte já tinha 800 mil inscritos. Dez dias depois, já tinha 1 milhão de inscritos. Eu sofro eventualmente algum tipo de censura também, já tive janelas de lives derrubadas pelo YouTube. Tem que ficar escolhendo o tema, a legenda com muito cuidado. Sei que nos primeiros minutos preciso tomar cuidado com o que eu falo, pois o algoritmo pode ser cruel comigo.
Quando você notou que havia realmente conquistado sua liberdade financeira?
O meu primeiro pequeno salto foi quando eu saí da reportagem da Globo. Eu era repórter e fazia todo o tipo de pauta, uma época mais cultural, em outra mais policial. E, nesse momento, eu passei a apresentador da GloboNews. Aí, você sai da CLT e vira PJ, você tem um aumento razoável de salários e começa a fazer contratos. No início eram contratos de dois anos, depois três anos, depois quatro anos. Já o meu segundo salto foi quando eu saí da GloboNews para ser apresentador no Esporte Espetacular, isso ocorreu de 2003 para 2004. Eu tive uma melhoria salarial grande, mas assim, o grande salto é muito recente. O jornalismo, e eu acho correto que seja assim, não permite, quase nunca, que você faça merchandising, uma vez que você precisa ter certa independência e não pode estar envolvido com empresas. E com toda a sinceridade do mundo, o reino do merchandising é maravilhoso, é onde está o dinheiro. Então, eu comecei a fazer merchandising no Aqui na Band, que era um programa de entretenimento, meu contrato não era de jornalismo. Como eu tenho merchandising também na RedeTV!, o terceiro salto é esse, quando você começa a ter um bom salário e mais a receita do merchandising.
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Um dos pilares do método MR2 é precisamente a consciência e controle de gastos. Quando você passou a ter um salário maior, você conseguia manter o estilo de vida em um patamar abaixo dos ganhos?
É uma história muito engraçada. Quando eu passei a apresentar o Esporte Espetacular, e tive um ganho salarial bem consistente, resolvi comprar uma casa na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e nunca fui de fazer planilhas para controlar os gastos. O dinheiro entrava, e eu sabia que a receita que tinha cobriria os meus gastos, fui um pouco desorganizado para tudo isso. Mas eu tinha uma empregada na época que tinha um namorado que morava não sei aonde, e ela ficava horas pendurada ao telefone. E de repente um cara da companhia telefônica foi cortar meu telefone pela falta de pagamento. O que aconteceu é que a empregada recebia essa conta telefônica, via que o valor estava absurdo, rasgava e jogava fora. A partir desse momento, eu comecei a fazer planilha. Hoje sou organizado, mantenho os gastos divididos em grupos.
Outra coisa que eu aprendi no início, e acredito que seja um erro que todo brasileiro comete: terminar o mês para fazer um bom investimento e para guardar. Eu já entendi que não, o primeiro dinheiro que entra já tenho de guardar uma pequena parcela, nem que seja de 5%, 10%, mas já que preciso reservar alguma coisa para ter um fundo de reserva.
Os quatro pilares do método MR2 são: gastar bem, ganhar mais, investir bem e aumentar o network. Em qual destes tópicos você acredita que você poderia melhorar?
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Nos investimentos, porque eu não sou gastador. Não sou realmente um cara consumista, não sou um cara que gasta muito. Gosto do bom restaurante, mas não vai muito além disso. Quanto ao investimento, eu sou de uma época em que a gente tinha taxas de juros muito altas, você não precisava ficar pensando muito no que investir, pois tudo te dava muito. Então, ainda não me adaptei a essa taxa de juros baixa, e continuo com muito medo de arriscar. Então ações, não tenho nada. Então tenho muito renda fixa, CDB, eu tenho até poupança. Por que eu tenho poupança sendo que ela está perdendo da inflação? Porque assim, eu me planejo muito. Então, eu vou viajar nas próximas férias, já faço o cálculo do quanto terei que economizar por mês até chegar a hora de comprar o pacote. Então, eu abro uma poupança especificamente para aquilo. Vou lá todo mês, em vez de pagar a prestação alta com uma taxa de juros alta, vou fazer o meu investimento na poupança, que dói menos liquidar a poupança do que outros tipos de investimento.
Assista ao vídeo exclusivo com Luís Ernesto Lacombe:
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