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- Ser curioso, trabalhar pelo bem comum, buscar por melhoria constante, não ter medo da concorrência, acreditar em sua ideia e considerar o trabalho em equipe são algumas das lições que os grandes inventores da história deixaram para os empreendedores
- Confira essa seleção de 'conselhos' separados pelo E-Investidor, inspirados em Leonardo Da Vinci, Nikola Tesla, Thomas Edison, Larry Page e outros sobre empreendedorismo
(Murilo Basso, Especial para o E-Investidor) – Inventores são inovadores por natureza. A tecnologia atual não seria possível sem o trabalho de Nikola Tesla e Thomas Edison. Não teríamos como fazer buscas em milésimos de segundo na internet sem a parceria de Larry Page e Sergey Brin. Isso para citar apenas alguns exemplos.
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Confira as lições que seis grandes inventores da história podem passar a empreendedores iniciantes:
1. A lição de Leonardo da Vinci: seja curioso
Da Vinci é, sem dúvidas, mais conhecido por seu ofício de pintor. Talvez a obra de arte mais famosa do mundo, que faz os visitantes se apinharem para vê-la no Museu do Louvre, em Paris, seja dele. O trabalho do italiano, contudo, foi muito além da Mona Lisa – ou La Gioconda –, e ele também era inventor. Tanques de guerra, helicóptero, o primeiro traje de mergulho da história. Esses são apenas
alguns dos artefatos que são creditados a Da Vinci.
Assim como o pintor – e inventor –, um empreendedor deve ser curioso e não ter medo de sair de sua zona de conforto. “A ousadia e a coragem de tentar algo novo podem fazer a diferença na trajetória de um empreendedor. Quem replica as ideias e os comportamentos dos concorrentes, por exemplo, tende a ficar em uma posição de paridade competitiva e não de vantagem frente aos demais atores do mercado”, diz Simoni Rohden, doutora em Administração e docente da Escola de Gestão e Negócios da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).
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“É claro que há variáveis de contexto e aspectos pessoais que também interferem nessa equação, mas um empreendedor que se mantém na sua zona de conforto tem grandes chances de acabar perdendo espaço no mercado, independentemente do setor em que ele atue”, alerta a especialista. Nesse sentido, sair da zona de conforto está associado a assumir riscos – e o risco é inerente a atividade empreendedora.
2. A lição de Nikola Tesla: não trabalhe por reconhecimento
A revolução elétrica é comumente atribuída a Thomas Edison, mas hoje é sabido que muitos dos avanços realizados nesse campo só foram possíveis graças ao trabalho e às pesquisas de Nikola Tesla. Um gênio injustiçado. Afirma-se que Edison trabalhava com foco em projetos mais aplicáveis no curto
prazo, enquanto Tesla tinha uma visão mais de longo prazo, sendo que algumas ideias não eram muito aplicáveis naquele momento, seja por maturidade do mercado ou até mesmo por capacidade operacional.
Sobre seu trabalho, inclusive, o sérvio falou o seguinte: “que o futuro diga a verdade e avalie cada um de acordo com sua obra e realizações. O presente pertence a eles; o futuro, pelo qual realmente trabalhei, é meu”. A frase é bem emblemática e demonstra que Tesla não trabalhava buscando o
reconhecimento, mas sim, a inovação e o bem comum.
“Muitas pesquisas mostram que uma das razões que fazem um empreendedor ser bem sucedido – e mesmo as empresas serem bem sucedidas – é o senso de geração de um valor que vai além de um resultado financeiro. É uma preocupação com um impacto social, sobre como fazer melhor para resolver dores da humanidade”, comenta Jaércio Barbosa, head da incubadora de negócios da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). “Quando você vai ao Vale do Silício, vê que as startups que lá estão são criadas já com essa ideia de impactar o mundo. Essa é uma das razões por que elas crescem tão rapidamente, pois tentam resolver dores que são comuns a um número muito grande de pessoas. Isso gera uma conexão”, diz.
3. A lição de Thomas Edison: não se acomode
Thomas Edison, por sua vez, é conhecido principalmente por ter criado a lâmpada incandescente. Era, também, autodidata, e é considerado um dos maiores empreendedores da história dos Estados Unidos, onde nasceu e morreu, aos 84 anos, em 1931.
Edison costumava dizer que inquietação é descontentamento, e “o descontentamento é a primeira necessidade do progresso”. Disse ainda: “mostre-me um homem totalmente satisfeito e eu lhe mostrarei um fracasso”. Acomodar-se, portanto, não deve ser do feitio de um empreendedor.
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“Essa busca pela melhoria constante é fundamental para os empreendedores, especialmente se considerarmos um ambiente empresarial de alta concorrência. A inovação ajuda os negócios e as marcas a assumirem um posicionamento diferenciado na mente do mercado e dos consumidores”, diz Simoni. “A busca pela melhoria não deve ser algo que o empreendedor deve pensar somente no momento da crise ou dificuldade. A reinvenção e a inovação podem ser melhor trabalhadas, inclusive, se esse planejamento ocorrer em um momento de maior tranquilidade para os negócios”, completa.
4. A lição de Henry Ford: não tema a concorrência
Henry Ford, fundador da Ford Motor Company e primeiro empresário a aplicar a montagem em série para a produção em massa automóveis, em menos tempo e a um menor custo, afirmou o seguinte sobre concorrência: “o concorrente a temer é aquele que nunca se preocupa com você, mas que faz
seu próprio negócio cada vez melhor”.
Hoje, talvez seja exagero dizer que um empresário deve ignorar a concorrência. O caminho mais indicado é observar os concorrentes nos negócios – e aprender com eles. Barbosa afirma que os concorrentes diretos, indiretos, os produtos substitutos e todos aqueles que podem interferir no negócio devem ser, sempre, uma referência, e estar no radar do empreendedor. Isso porque podem ser fontes de insights, de inspiração e, também, um estímulo para o aperfeiçoamento constante.
Segundo o especialista, em mercados onde não há competição as empresas inovam menos. “Mercados mais competitivos, portanto, são mercados mais inovadores. Mas é importante lembrar ao empreendedor que é necessário que ele esteja à frente da concorrência, sempre buscando ser melhor e se diferenciar”, afirma.
5. A lição de Joy Mangano: acredite na sua ideia
A história de Joy Mangano ficou conhecida do grande público com o filme “Joy: O Nome do Sucesso” (2015), vagamente inspirado na vida da inventora norte-americana. Ainda que tenha inventado uma série de outros utensílios domésticos, Joy é mais conhecida pela criação, no início da década de 1990,
do Miracle Mop, um esfregão que pode ser torcido sem que o usuário precise tocar o artefato encharcado de água.
Se Joy ensinou algo, foi a acreditar em sua ideia: ela investiu suas economias pessoais, bem como conseguiu empréstimos com familiares e amigos, para lançar seu primeiro produto. Além disso, quando ela própria se ofereceu para anunciar o Miracle Mop na tevê, conseguiu vender 18 mil unidades em menos de meia hora, cena que é retratada no filme.
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Confiar no potencial de seu serviço/produto é, portanto, um dos primeiros passos para que o negócio decole. “Há, porém, uma linha tênue entre ser persistente e apaixonado pela ideia e investir em um projeto que não tem potencial de dar certo. O empreendedor precisa sim ser engajado, mas é também fundamental que ele tenha senso crítico para perceber quando a ideia não vai funcionar e quando é hora de investir em outro projeto”, ressalta Simoni.
Fora isso, Joy também ensina que boas ideias nascem, muitas vezes, de suas próprias necessidades. Ela inventou a Miracle Mop porque não estava satisfeita com os esfregões que encontrava no mercado.
“Normalmente, ao tentar resolver um problema que nos impacta diretamente, temos até mais propriedade e interesse em nos dedicarmos àquela solução. Nem sempre uma boa ideia ou uma inovação precisa incluir algo totalmente disruptivo. Os pequenos problemas do cotidiano podem gerar insights interessantes e com grande aplicabilidade”, completa a docente da Unisinos.
6. A lição de Larry Page e Sergey Brin: considere o trabalho em equipe
Muitos inventores preferiam trabalhar sozinhos, mas não se pode negar que o trabalho em equipe também traz importantes inovações. Larry Page e Sergey Brin, por exemplo, trouxeram a Internet para as pontas dos nossos dedos ao criarem o Google.
Para Jaércio Barbosa em um mundo complexo como o atual é impossível trabalhar inteiramente sozinho. Para ele, é necessário uma equipe para produzir algo relevante. “Tem aquela frase famosa que diz ‘sozinhos vamos mais rápido, mas em equipe vamos mais longe’. Eu discordo, porque acho que a gente vai mais rápido e mais longe em equipe. Isso porque em qualquer projeto são necessárias habilidades que não são encontradas em uma única pessoa; esse é o cerne das equipes. As equipes são formadas – ou deveriam ser – com habilidades, competências e conhecimentos complementares.
Quando montamos uma equipe e quando há um líder efetivo, conseguimos extrair, individualmente, o melhor de cada pessoa, fazendo com que um problema complexo seja visto por vários ângulos diferentes”, diz. Isso gera, de acordo com Barbosa, respostas e processos inovadores, bem como mudanças na maneira com que o problema, projeto ou processo estava sendo abordado.
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