CDB ou LCA: o que pagou mais em junho? Foto: Adobe Stock
Os investidores que compraram Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) atrelados à inflação em junho garantiram remuneração maior do que quem investiu nesses papéis no mês anterior. Os dados são do levantamento da Quantum Finance, que foi divulgado nesta terça-feira (8) e que também comparou as taxas das duas modalidades de títulos bancários.
Em maio, a taxa média dos CDBs associados à inflação com vencimento em 12 meses foi de 8,97%, além do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Já em junho, os títulos emitidos com as mesmas características tiveram taxa média de IPCA + 9,18%. No caso das LCAs, isentas de Imposto de Renda (IR), a taxa média dos títulos de 12 meses ligados à inflação foi de IPCA + 7,41% em maio, subindo para IPCA + 7,76% em junho.
Nos prefixados, as taxas tiveram movimentos mistos, com queda nos papéis mais longos e títulos com vencimento curto pagando mais. Os CDBs para seis meses ofereceram, em média, 14,45% ao ano ante 14,38% em maio. Já os mais longos, de 24 meses, tiveram leve queda na remuneração média – de 13,65% para 13,59%.
Quanto às LCAs prefixadas, a taxa média dos títulos de seis meses foi de 12,60% para 12,78%. Por outro lado, a remuneração dos papéis de 36 meses passou de 12,01% para 11,96%.
O estudo ainda mostrou que as taxas dos títulos pós-fixados – associados ao CDI – caíram no último mês, ao contrário dos papéis atrelados à inflação. A taxa média dos CDBs pós-fixados com vencimento em seis meses emitidos em junho foi de 98,67% do CDI, abaixo dos 99,72% de média em maio. Nas LCAs, houve movimento parecido: queda de 92,66% do CDI em maio para 92,18% em junho nos pós-fixados de 36 meses.
Rendimento dos CDBs
Rendimento das LCAs
Como calcular qual é melhor?
Enquanto as mudanças propostas pelo governo para as LCAs e Letras de Crédito do Agronegócio (LCIs) não são aprovadas, os títulos seguem isentos de IR. Nesse cenário, existe um cálculo para verificar se um CDB realmente compensa ou não em comparação com as letras de crédito.
A head de Investimentos Internacionais da Nomos, Bruna Allemann, ensinou para os leitores do E-Investidor nesta matéria uma fórmula para comparar a taxa líquida do CDB (depois do desconto do IR) com aqueles LCIs e LCAs que aparecem com a rentabilidade isenta.
Para fazer este cálculo, no entanto, o investidor precisa saber que o CDB possui tabela regressiva de IR. Caso faça o resgate em até 180 dias, o IR terá o maior peso sobre os rendimentos: 22,5%. De 181 a 360 dias, a mordida do Leão cai para 20%, de 361 a 720 dias o imposto chega a 17,5% e, depois disso, 15%, a menor alíquota.
Para conseguir fazer a comparação em todos os cenários, o investidor pode usar a fórmula na calculadora, digitando “1-(alíquota do IR / 100) =”. O produto desse cálculo vai mostrar o desconto do imposto sobre o rendimento do CDB, o que permite compará-lo com a rentabilidade de LCI e LCA.
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No caso de um resgate de até 180 dias, o investidor deve digitar 1-(22,5/100)=. O resultado dessa operação será 0,775. Este valor deverá ser multiplicado pelo porcentual do CDI prometido no CDB. Dessa forma, chega-se ao seu rendimento líquido, que poderá ser comparado com o retorno do LCI ou da LCA que são isentos de IR.