B3, a bolsa de valores brasileira. (Foto: Adobe Stock)
As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) somaram R$ 454 bilhões de estoque em junho, alta de 25% na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando o estoque era de R$ 362 bilhões, segundo dados da B3. Já as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) tiveram aumento anual de 24% e alcançaram os R$ 588 bilhões.
“As altas taxas de juros continuam favorecendo o mercado de renda fixa e, consequentemente, o crescimento dos estoques na B3. Além disso, a redução dos prazos mínimos de vencimento para LCI e LCA, anunciada em maio, ajudou na retomada de crescimento desses produtos no primeiro semestre”, comenta Humberto Costa, diretor de produtos de Balcão na B3.
Vale lembrar que o Conselho Monetário Nacional (CMN) cortou de 9 para 6 meses o prazo mínimo de vencimento das LCIs e LCAs emitidas sem correção por índice de preços.
No primeiro semestre de 2025, a B3 registrou crescimento de 15% no estoque de produtos de renda fixa de captação bancária, que incluem títulos emitidos por instituições financeiras. O montante registrado no final de junho foi de R$ 5,7 trilhões, contra R$ 5 trilhões registrados em junho de 2024.
Os números englobam não só os estoques de LCIs e LCAs, como também os de Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Recibos de Depósito Bancário (RDBs), Letras Financeiras (LFs) e Depósitos Interfinanceiros (DIs).
O estoque de CDB teve crescimento de 9%, com R$ 2,6 trilhões em junho de 2025 contra R$ 2,4 trilhões no mesmo período do ano passado. Já os RDBs registraram crescimento de 12% no estoque, que saltou de R$ 472,7 bilhões, em junho do ano passado, para 532 bilhões.
A LF, título que capta recursos de longo prazo e é mais direcionado a investidores institucionais, contabilizou aumento de 29% no estoque com R$ 890,5 bilhões. Já o DI registrou crescimento de 15%, com R$ 697,3 bilhões em estoque.
Estoque de produtos de dívida corporativa soma R$ 1,7 trilhão no 1º semestre
Nos seis primeiros meses de 2025, a B3 também registrou 6,5% de aumento no estoque de títulos de renda fixa corporativos, em comparação com o primeiro semestre de 2024. O montante, considerando as ofertas públicas, somou R$ 1,7 trilhão em estoque no mês de junho, com crescimento em todas as modalidades.
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Os produtos de dívida corporativa são títulos emitidos por empresas que utilizam o mercado de capitais para captar recursos e financiar seus projetos. O valor inclui debêntures, Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Notas Comerciais (NC).
As notas, títulos emitidos pelas empresas que representam promessa de pagamento pelo emissor, foram as que registraram maior crescimento no semestre, com aumento de 17%. O estoque saltou de R$ 68 bilhões, em junho de 2024, para R$ 80 bilhões, em junho de 2025.
Já o estoque de debêntures alcançou R$ 1,3 trilhão no último mês, o que representa aumento de 6% em relação a junho de 2024.
“A manutenção da taxa de juros em patamar mais elevado favorece o mercado de renda fixa, beneficiando os investidores com alta remuneração e, consequentemente, oferecendo boas oportunidades de captação as empresas para financiamento de seus projetos”, explica Leonardo Betanho, superintendente de produtos de Balcão da B3.
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No acumulado do primeiro semestre, o estoque de CRIs alcançou R$ 239 bilhões, um aumento anual de 5%, enquanto o estoque de CRAs chegou a R$ 159 bilhões, o que representa crescimento de 4% na mesma base de comparação, segundo o levantamento da B3.