

Mesmo com lucro em queda e aumento da inadimplência, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) continuam atraindo investidores de peso que veem potencial de recuperação na solidez histórica da estatal e no respaldo do governo como acionista controlador.
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Mesmo com lucro em queda e aumento da inadimplência, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) continuam atraindo investidores de peso que veem potencial de recuperação na solidez histórica da estatal e no respaldo do governo como acionista controlador.
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“As ações (BB) estão sendo negociadas abaixo do valor patrimonial e a companhia continua sólida mesmo após a queda de 60% no lucro do terceiro trimestre de 2025”, disse o megainvestidor Luiz Barsi nesta quinta-feira (18), durante palestra no AGF DAY 2025, realizado pela plataforma AGF, em São Paulo.
“Hoje o valor patrimonial do Banco do Brasil é de R$ 30, mas ele é cotado a R$ 21. Houve perda de valor por causa do resultado, mas não acredito que vá permanecer nesse patamar. Em minha visão, em dois ou três trimestres ele deve voltar a dar bons resultados”, afirmou Barsi.
O Banco do Brasil acumula queda de 16,86% nos últimos 12 meses. O desempenho depreciado acontece após a companhia apresentar queda no lucro e disparada na inadimplência. No segundo trimestre de 2025, a companhia reportou lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, 60,2% inferior ao registrado no mesmo período de 2024.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês), que mede a rentabilidade do banco, foi um dos grandes destaques negativos, caindo 13,16 pontos porcentuais em um ano, para 8,4%. Nem as piores projeções indicavam um patamar nesse nível. O Goldman Sachs, que tinha a estimativa mais negativa dentre as casas consultadas, esperava um ROE de 10,2%.
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A deterioração ocorreu em um trimestre de agravamento da inadimplência e disparada anual de 103,8% nas Provisões para Devedores Duvidosos (PDD), que foram de R$ 7,8 bilhões no segundo trimestre de 2024 para R$ 15,9 bilhões no segundo trimestre de 2025. Esse dinheiro é destinado a cobrir os calotes dos clientes.
Na avaliação de Barsi, este não é o pior momento da companhia. Ele lembra que o Banco do Brasil já enfrentou dificuldades no passado. Segundo o investidor, na década de 1990, o BB precisou realizar uma subscrição a R$ 13 por ação, mas os papéis eram cotados a R$ 8, o que impediu a arrecadação de capital necessária para superar a crise.
“Em meio a essa situação complicada, a união fez uma nova subscrição extra e salvou a companhia. Então, o investidor deve entender que o Banco do Brasil conta com um acionista controlador importante: o governo. Ele traz essa segurança de que a empresa não vai quebrar”, explicou Barsi.
Ele reforçou ainda que os dividendos do Banco do Brasil (BBAS3) estão suspensos, mas devem ser retomados no próximo trimestre. Quanto a possíveis interferências políticas, Barsi lembra que a companhia é protegida pela Lei das Estatais e possui um estatuto sólido. Por isso, mantém confiança na empresa e continua a incluí-la em sua carteira.
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