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OPINIÃO: Não acredite no discurso da Faria Lima versão 2.0 e o cenário claro do juros para o melhor ou pior cenário

Cenário aponta para desaceleração econômica, queda da Selic e necessidade de alongar posições em renda fixa

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A Faria Lima é a principal avenida financeira de São Paulo, conhecida como o polo de bancos, fundos de investimento e startups de tecnologia, símbolo do mercado financeiro brasileiro. (Imagem: Adobe Stock)
A Faria Lima é a principal avenida financeira de São Paulo, conhecida como o polo de bancos, fundos de investimento e startups de tecnologia, símbolo do mercado financeiro brasileiro. (Imagem: Adobe Stock)

Em 18/10/2022 eu escrevi um artigo com o titulo “Eleições: não se deixe enganar pelo discurso da Faria Lima” – reiterando diversas vezes para o investidor não acreditar no discurso de alguns de que o governo do PT teria responsabilidade fiscal. Na época havia apoio, mas nem o Ministro da Fazenda ainda havia sido indicado.

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O governo Lula foi eleito, o tempo passou e o resultado se mostrou como já era esperado, pelo menos para mim: falta de responsabilidade fiscal. É importante deixar claro desde já que não estou aqui para falar de governo A ou B, mas sim de posturas econômicas em diferentes regimes políticos e que um governo mais à esquerda está mais distante de um compromisso fiscal; basta avaliar os últimos quase 25 anos.

Mas deixando a parte do fanatismo político de lado, o que vemos hoje são diversos relatórios e recomendações feitas com base nas eleições de 2026. Sinceramente, não entendo essa necessidade precoce de se apoiar uma decisão de investimentos em um evento tão longe e incerto, mas já que estão falando disso, vamos revisitar novamente esse tema e como podemos trabalhar pensando não apenas em 2026, mas em 2027 e 2028.

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Uma coisa é certa: o País está caminhando para níveis preocupantes de dívida/PIB e não importa qual o governo estará no poder, a situação já está contratada e será difícil mudar algo. Um exemplo prático e próximo é a própria Argentina que caminha em uma direção positiva mas com um caminho ainda duro pela frente mesmo após diversas mudanças econômicas. Ou seja, de 2026 para 2027 ou 2028 não há tempo hábil para mudar a trajetória.

Entenda a questão da dívida/PIB como um super Transatlântico, um Titanic se o leitor quiser algo mais ilustrativo. Mesmo enxergando o iceberg não há tempo suficiente para virar o navio para o outro lado.

Não acredite no discurso de que se um governo com mais responsabilidade fiscal for eleito tudo mudará, ou pelo menos que mudará rápido o suficiente.

Talvez os “isentos” não entendam, mas eleição é um cenário binário: um ou outro. Alguém será eleito, certo?

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Aceitando essa dura verdade para alguns, temos dois cenários:

  • O governo atual se mantém no controle e não ajusta ou se preocupa com a parte fiscal;
  • Entra um governo com mais responsabilidade fiscal que corta benefícios, gastos e outros incentivos. Impostos? Nunca vi algum governo reverter então não está na conta.

Nos dois cenários a situação é de uma economia fraca, seja por falta de responsabilidade fiscal que afundará a economia em dívidas e eventualmente falta de capital, mais impostos, menos dinheiro disponível e… repita o ciclo, seja por meio de medidas de austeridade com corte de gastos, o que também vai retirar dinheiro da economia.

Ou seja, em todos os cenários o resultado é o mesmo: economia mais fraca e menos liquidez no mercado.

Considerando que há apenas o cenário de desaceleração econômica e menos liquidez, sobra a inflação mais baixa e espaço para o Banco Central cortar os juros para melhorar a liquidez da economia e também diminuir os juros pagos na dívida do governo, que estará nas alturas.

No meu grupo do whatsapp eu coloquei um gráfico do próprio governo com a trajetória da  dívida/PIB que sem surpresa piora ano a ano do projetado e também na projeção para os próximos anos.

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Meu negócio é investimento, é ganhar dinheiro lendo o mercado macro e ajustando minhas posições e por isso a eleição de 2026 não me preocupa. Independentemente de um governo A ou B, o resultado para 2027 e 2028 está certo: queda da taxa de juros.

Dito isso, chegou a hora de aproveitar o ponto de inflexão da Selic que está em 15% e projeta 12% já para o ano que vem e alongar minha carteira, pegando títulos mais longos, com um bom percentual em pré-fixado e depois é só fugir de discussões políticas em churrasco ou ler os relatórios (quase todos) enviesados de boa parte da Faria Lima.

Um abraço.

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