Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master. Foto: Reprodução/YouTube
O Banco Master contratou há cerca de 15 dias o escritório Laplace para assessorar a venda dos ativos da instituição, apurou o E-Investidor. Entre eles, o Will Bank é considerado o mais atrativo e principal foco de trabalho da Laplace. Procurado, o Master não comentou e o Laplace não retornou os questionamentos até a publicação.
A ofensiva acontece após o veto do Banco Central à compra do Master pelo Banco de Brasília (BRB), no início de setembro. A operação com o BRB era apontada no mercado como um socorro financeiro ao Master, que cresceu utilizando uma estratégia agressiva de captação via Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) para financiar as operações, enquanto aplicava dinheiro em investimentos de risco mais alto, como precatórios.
O will bank era um banco digital com 6 milhões de clientes quando foi comprado pelo Master em fevereiro de 2024. Fundada em 2017, a instituição cresceu com atuação mais forte em oferta de produtos para a população desbancarizada, especialmente no Nordeste do Brasil.
À época da negociação com o Master, a instituição financeira enfrentava dificuldades. Tinha um passivo descoberto de quase R$ 100 milhões ao final do primeiro semestre de 2023 e precisava de uma capitalização de ao menos R$ 188 mi para se enquadrar nos requisitos mínimos exigidos pelo Banco Central.
A compra por Vorcaro vinha para solucionar isso. Uma nota divulgada na ocasião da aquisição dizia que a parceria tinha “sinergia e um plano de expansão ambicioso para o banco digital”.
No arranjo societário, o Master levou 75% do negócio. Já a instituição de pagamento (IP) do will bank foi para outro comprador, a Reag Capital Holding, de João Carlos Mansur.
Nesta outra reportagem, mostramos que alguns fundos da gestora, investigados na operação Carbono Oculto que investiga lavagem de dinheiro pelo PCC, movimentaram bilhões em CDBs do Master.
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O will bank é tido no mercado como um ativo mais interessante dentro da carteira do Master, por isso a tentativa de colocá-lo à venda e ganhar uma sobrevida. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a cúpula do Banco Central aguarda uma tentativa do banco de obter liquidez antes de decidir sobre a aplicação de qualquer regime de resolução. Ao longo desta semana, cresceu a expectativa de que o regulador decrete uma intervenção ou liquidação da instituição.