A Fitch reafirmou o rating ‘AAA(bra)’ da Eneva (ENEV3), citando a forte geração de caixa, liquidez elevada e perfil financeiro equilibrado. A perspectiva da companhia segue estável. (Imagem: Adobe Stock)
A Fitch Ratings reafirmou o rating nacional de longo prazo ‘AAA(bra)’ da Eneva (ENEV3) e das 9ª e 13ª emissões de debêntures da geradora, mantendo a perspectiva estável. No relatório, a agência sustenta que a companhia exibe “robusta geração operacional de caixa”, resultado de um modelo de negócios considerado favorável e de posição de destaque na geração termelétrica no País.
Segundo a Fitch, o portfólio da Eneva, hoje com 18 usinas térmicas – duas em construção – e um complexo solar, soma 6,2 GW de capacidade instalada, alcançando 7,2 GW até junho de 2027. A empresa concluiu em julho de 2025 o pagamento final pela UTE Gera Maranhão, de 332 MW. Além disso, dispõe de reservas 2P de gás natural suficientes para mais de 12 anos, com reposição acima do consumo, ponto visto como vantagem competitiva.
A Fitch destaca que contratos de longo prazo no mercado regulado asseguram receitafixa relevante: serão R$ 8,9 bilhões em 2025, dos quais R$ 2,6 bilhões virão das sete usinas adquiridas recentemente. Em bases normalizadas, a receita fixa recua para R$ 7,2 bilhões em 2026 e volta a R$ 8,9 bilhões em 2027 com a entrada dos projetos em construção.
O cenário traçado pela agência projeta lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 5,8 bilhões em 2025, R$ 5,9 bilhões em 2026 e R$ 6,8 bilhões em 2027; o fluxo de caixa das operações acompanha em R$ 3,7 bilhões, R$ 3,1 bilhões e R$ 3,8 bilhões, respectivamente.
O fluxo de caixa livre (FCF), contudo, permanecerá pressionado. A Fitch calcula saldo negativo de R$ 2,2 bilhões em 2025 e de R$ 1,1 bilhão em 2026, reflexo de investimentos de R$ 9,8 bilhões no biênio – R$ 2,9 bilhões destinados às usinas termoelétricas (UTEs) do complexo Azulão e R$ 2,2 bilhões ao segmento de exploração de gás.
O déficit deverá ser coberto principalmente por linhas de crédito já contratadas e novas emissões de debêntures. Quando Azulão entrar em operação, o FCF tende ao ponto de equilíbrio em 2027 e fica positivo em R$ 2,1 bilhões em 2028.
A agência trabalha com distribuição de dividendos de 25% do lucro líquido entre 2025 e 2028.
A alavancagemlíquida ajustada deve atingir 3,6 vezes em 2025 e 2026, recuando para abaixo de 3,0 vezes após 2027 com a contribuição das novas usinas. O índice pode oscilar, lembra a Fitch, porque o despacho das térmicas, sobretudo no Complexo Parnaíba (assumido em 40%), foge ao controle da empresa.
Novos contratos
Sobre a recontratação de usinas, o cenário-base contempla novos contratos para as térmicas a gás Parnaíba I e III e, diferentemente do previsto anteriormente, inclui Itaqui e Pecém, movidas a carvão. A agência avalia que essas plantas, já amortizadas, devem ser competitivas no Leilão de Reserva de Capacidade. Mesmo se Itaqui e Pecém não forem contratadas, a projeção de Ebitda para 2028 cairia apenas 4%, o que, na visão da Fitch, não comprometeria a solidez do crédito.
Aliquidez é considerada robusta. Após um aumento de capital de R$ 3,2 bilhões no último trimestre de 2024, a Eneva fechou 30 de junho de 2025 com R$ 3,9 bilhões em caixa e aplicações, frente a R$ 2,5 bilhões de dívida de curto prazo e R$ 2,7 bilhões vencendo entre o segundo semestre de 2026 e 2027.
A dívida total ajustada somava R$ 24,1 bilhões, dos quais R$ 14,2 bilhões em debêntures; a Fitch inclui nas contas o saldo de ações preferenciais e antecipação de recebíveis.
Com capital pulverizado, a Eneva (ENEV3) atua de forma integrada em geração elétrica e produção de gás. Para a Fitch Ratings, a combinação de forte geração de caixa, contratos de longo prazo, reservas próprias de combustível e acesso comprovado a financiamento sustenta o rating máximo na escala nacional, enquanto a perspectiva estável reflete a expectativa de manutenção de alavancagem moderada e perfil de liquidez robusto nos próximos anos.
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