Casas Bahia (BHIA3) teve prejuízo líquido de R$ 496 milhões no 3T25, alta de 34,4% sobre 2024. (Imagem: Márcio Fernandes/ Estadão)
O Grupo Casas Bahia (BHIA3) encerrou o terceiro trimestre de 2025 (3T25) com prejuízo líquido de R$ 496 milhões, 34,4% maior do que a perda de R$ 369 milhões registrada um ano antes. Em relação ao trimestre imediatamente anterior (2T25), houve melhora de 10,6%.
Apesar do prejuízo, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Casas Bahia – que mostra a eficiência operacional da companhia – somou R$ 587 milhões, alta de 19,6% em relação a igual período de 2024, com margem de 8,5%, aumento anual de 0,8 ponto porcentual.
“Foi o oitavo trimestre consecutivo de expansão da margem Ebitda. Mesmo com inflação e crescimento da receita, conseguimos reduzir despesas totais, o que mostra disciplina na execução”, afirmou o diretor financeiro (CFO) da empresa, Elcio Ito, em entrevista à Broadcast.
A varejista registrou margem bruta de 30% no terceiro trimestre, uma queda de 1,6 ponto porcentual ante igual período de 2024. O executivo apontou que o recuo tem a ver com a maior participação dasvendas online na receita – neste canal, as margens de rentabilidade da companhia são menores.
Areceita líquida avançou 7,3% na comparação anual, para R$ 6,87 bilhões, impulsionada por alta de 12,7% nas vendas online e de 5,9% nas lojas físicas. O volume bruto de mercadorias (GMV) total somou R$ 10,49 bilhões, alta de 8,5%, com destaque para o marketplace (3P), que subiu 17,7%.
Crediário das Casas Bahia
Ito também destacou o crediário da varejista, que atingiu R$ 6,2 bilhões na carteira. O índice de inadimplência acima de 90 dias (Over 90) ficou em 8,4% no trimestre, estável em relação a um ano antes, enquanto o mercado registrou alta, ressaltou o CFO. No trimestre, o crediário respondeu por 27% das vendas nas lojas físicas.
No período, o grupo reforçou sua estrutura de capital com a conversão de debêntures que totalizavam R$ 1,6 bilhão em ações. Ito destacou que as medidas fazem parte de um processo para reduzir os spreads – diferença entre juros de captação de recursos e cobrado dos clientes.
“Nos próximos períodos as melhorias na estrutura serão visíveis”, disse.
O executivo apontou ainda que o Grupo Casas Bahia (BHIA3) trabalha em mais iniciativas para se tornar mais leve, dentre elas operações de venda de ativos imobiliários.