Pix completa cinco anos como a principal plataforma de pagamentos do Brasil, com novas funções, regras de segurança e modalidades avançadas como Pix Automático e Pix por aproximação. (Foto: Adobe Stock)
O Pixchega aos seus cinco anos, neste domingo (16), com um conjunto de funcionalidades que vão muito além das transferências instantâneas que marcaram seus primeiros meses. O sistema criado pelo Banco Central (BC) se tornou uma plataforma completa de pagamentos, com regras próprias, modalidades específicas e um ecossistema que evolui rapidamente, acompanhando tanto as necessidades dos usuários quanto o avanço da regulação.
O Pix não é um aplicativo, ele faz parte de vários. O usuário pode encontrá-lo no internet banking de qualquer instituição participante. E toda pessoa física ou jurídica com conta corrente, poupança ou conta pré-paga pode usar o sistema.
Para iniciar um Pix, o cliente precisa ter o dispositivo previamente cadastrado pela instituição, medida que fortalece a segurança. Ainda assim, transações de até R$ 200 podem ser feitas de aparelhos não cadastrados, dentro de um limite diário de R$ 1 mil, o que permite flexibilidade sem abrir mão da proteção.
Limites inteligentes e adaptáveis
Para garantir segurança, o BC definiu um conjunto de limites, que podem ser ajustados pelo próprio usuário:
Para pessoa física (PF), o limite entre 6h e 20h segue o limite da TED – à noite, o teto é de R$ 1 mil;
Para pessoa jurídica (PJ), o limite segue o da TED, salvo se o cliente pedir outro valor;
Pix Saque e Pix Troco permitem retirar dinheiro em estabelecimentos e caixas eletrônicos, com limites que chegam a R$ 3 mil durante o dia;
Pix Agendado e Pix Automático também seguem limites pareados à TED.
Instituições são obrigadas a oferecer, no aplicativo, ferramentas para que o cliente altere seus limites. Pedidos de redução são aprovados imediatamente; solicitações de aumento passam por análise e só entram em vigor em até 48 horas – ou em até 8 horas, quando se trata do Pix Automático.
Tarifas: quando o Pix pode ser cobrado
Para pessoas físicas, fazer ou receber Pix é majoritariamente gratuito. A cobrança só pode ocorrer quando:
O envio é feito presencialmente ou por telefone, mesmo havendo opções digitais;
O recebimento ultrapassa 30 transações mensais e indica finalidade comercial;
O recebedor usa QR Code dinâmico, tipicamente associado a operações profissionais.
A regra muda para PJ: empresas podem ser tarifadas ao enviar ou receber pagamentos, especialmente quando existe QR Code, cobrança automática ou recorrência envolvida. Microempreendedores Individuais (MEI) seguem as regras de pessoa física – um incentivo à formalização digital.
Um dos pilares da expansão do Pix no mundo dos negócios é o Pix Cobrança, sistema que permite criar QR Codes – estáticos ou dinâmicos – para receber pagamentos imediatos ou com vencimento futuro. Pessoas físicas conseguem gerar QR estático diretamente no app do banco, enquanto empresas contam com serviços avançados: lotes de cobrança, integrações, devoluções e conciliação automática.
Pix Saque e Pix Troco: o dinheiro físico reinventado
Com o Pix Saque e Pix Troco, estabelecimentos comerciais se tornam pontos de retirada de dinheiro. O usuário lê um QR Code, faz um Pix para o local e recebe o valor em espécie.
No Troco, ele combina compra e saque na mesma operação. O limite pode chegar a R$ 3 mil durante o dia, muito acima do saque tradicional.
Pix Automático: a próxima grande revolução
Lançado oficialmente em 2024 e em expansão acelerada em 2025, o Pix Automático permite pagamentos recorrentes com autorização prévia do consumidor. Contas de energia, escola, academia, mensalidades e assinaturas digitais podem ser debitadas automaticamente, sem intermediários e sem cartão de crédito.
O usuário pode:
Definir valor máximo por cobrança;
Autorizar ou revogar consentimentos no próprio aplicativo;
Escolher se quer usar limite de crédito;
Acompanhar e gerenciar todos os débitos programados.
Para empresas, o Pix Automático representa previsibilidade e menor custo; para pessoas sem cartão, significa acesso a serviços antes inacessíveis. É por isso que especialistas o consideram o “Pix da segunda onda”, o que deve acelerar a adoção empresarial.
Pix Agendado: pagamentos do futuro programados hoje
O Pix também permite agendamento único ou recorrente. No Pix Agendado Recorrente, o usuário define periodicidade e valor fixo. Já no caso de cobranças via Pix Cobrança com vencimento, o sistema respeita o limite do Pix Agendado, garantindo previsibilidade.
Pix por aproximação: a experiência do cartão, com liquidação imediata
Uma das novidades mais aguardadas de 2025 é o Pix por aproximação, que permite pagar aproximando o celular da maquininha. Ele funciona tanto via carteiras digitais quanto diretamente pelo aplicativo do banco, e usa tecnologia NFC. O valor inicial por transação é limitado a R$ 500, configurável pelo usuário.
A medida aproxima o Pix da experiência de pagamentos contactless, tendência global e já consolidada no uso por cartão.
Proteção contra golpes: o papel do MED
Com o aumento de fraudes e golpes, o Banco Central implementou o Mecanismo Especial de Devolução (MED), considerado um dos maiores avanços normativos do Pix.
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O MED permite que, em casos de fraude ou erro operacional:
o valor seja bloqueado preventivamente na conta do recebedor;
o caso seja investigado pela instituição;
confirmada a fraude, a devolução ocorra em até 96 horas.
Se não houver saldo, o banco deve monitorar a conta por até 90 dias e fazer devoluções parciais conforme o dinheiro entrar. O mecanismo também cobre falhas operacionais, com devolução automática em até 24 horas.