Ibovespa hoje busca direção com números do Boletim Focus e indicadores econômicos no exterior
Mercado abre a segunda-feira (24) atento às projeções atualizadas do Boletim Focus, ao vaivém das commodities e a uma agenda com dados nos EUA e leilões de Treasuries
Mercado inicia o pregão monitorando o Boletim Focus, a volatilidade das commodities e indicadores no exterior, incluindo discursos do BCE e leilões de Treasuries. (Imagem: Adobe Stock)
O mercado, na sexta-feira (21), viu investidores no exterior reagindo à queda dos rendimentos dos Treasuries (títulos de dívida emitidos pelo governo dos EUA) após novas declarações de dirigentes do Federal Reserve, banco central estadunidense. O tom mais suave dessas falas ajudou os índices em Nova York a recuperar parte das perdas recentes, enquanto os PMIs (Índice de Gerentes de Compras) da Europa indicaram perda de ritmo na atividade. Esses indicadores, que medem o nível de expansão ou contração dos setores industrial e de serviços, vieram fracos e reforçaram dúvidas sobre o fôlego econômico.
As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta sexta-feira, apoiadas por sinais de que o Federal Reserve (Fed) pode voltar a cortar juros ainda este ano. O Dow Jones teve alta de 1,08%, aos 46.245,56 pontos, com perdas de 1,91% na semana. Já o S&P 500 encerrou em alta de 0,98%, aos 6.602,96 pontos, registrando queda semanal de 1,94%. O Nasdaq subiu 0,88%, aos 22.273,08 pontos, mas caiu 2,74% na semana. O presidente do Fed de Nova York, John Williams, afirmou que a instituição tem espaço para reduzir as taxas no curto prazo sem comprometer a meta de inflação. Já o diretor Stephen Miran disse que, em caso de voto decisivo, defenderia um corte de 25 pontos-base.
O petróleo voltou a recuar perto de 1% em meio ao avanço das discussões diplomáticas envolvendo a guerra na Ucrânia.
No Brasil, o Ibovespa se descolou desse movimento de alta em Nova York e terminou o dia em queda de 0,39%, aos 154.770 pontos. O enfraquecimento das commodities pesou sobre o humor local, em um ambiente ainda marcado por preocupações fiscais. A retirada das tarifas adicionais pelos Estados Unidos trouxe algum fôlego pontual, mas nada que mudasse o rumo do pregão. O dólar subiu 1,18%, a R$ 5,40, maior valor desde 17 de outubro, quando fechou a R$ 5,4055. A moeda terminou a semana anterior com ganhos de 1,97% em relação ao real e passou a apresentar variação positiva no mês (0,39%). No ano, as perdas do dólar, que chegaram a superar 14%, agora são de 12,60%.e a curva de juros voltou a inclinar nos trechos curtos e médios.
Esta terça-feira (24) começa com os investidores atentos à nova edição do Boletim Focus, publicação semanal do Banco Central que consolida projeções de inflação, atividade, câmbio e taxa Selic feitas por economistas do mercado. Mudanças nas expectativas costumam repercutir rapidamente nos juros futuros, especialmente em períodos de maior incerteza fiscal, e tendem a orientar os primeiros ajustes do dia.
O cenário internacional também traz peças importantes para o quebra-cabeça da abertura. Discursos de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), indicadores de atividade nos Estados Unidos e leilões de Treasuries ajudam a definir o comportamento do dólar e o apetite global por risco. Com commodities instáveis e um quadro doméstico ainda sensível, o Ibovespa deve iniciar o pregão em ritmo técnico, reagindo à movimentação das taxas e ao fluxo estrangeiro.