Os mercados globais iniciam dezembro em tom defensivo, refletindo sinais de aperto monetário no Japão e expectativa pelo discurso de Jerome Powell. A possibilidade de alta nos juros japoneses impulsiona os rendimentos dos Treasuries, enquanto as Bolsas em Nova York recuam após PMIs mistos e à espera de dados de emprego e inflação nos EUA. Na Europa, os índices também cedem, pressionados por indicadores industriais fracos e acompanhando a queda de quase 2% do Nikkei, diante da valorização do iene. Em commodities, o petróleo avança mais de 1%, sustentado pela decisão da Opep+ de manter a produção e pela interrupção de um oleoduto no Cazaquistão.
Por aqui, o Ibovespa recuava 0,35%, aos 158.514 pontos, por volta das 14h30 (de Brasília), em dia marcado por ajustes técnicos e expectativa por indicadores locais e externos. A valorização do petróleo e do minério de ferro (+1,14% em Dalian) dá algum suporte, mas o viés negativo das bolsas globais e o tom mais duro do Banco Central limitam ganhos. As taxas de juros futuros sobem, acompanhando a alta dos Treasuries, enquanto o dólar avançava 0,26%, cotado a R$ 5,35. Na agenda, a Pesquisa Focus trouxe nova revisão para baixo das expectativas de inflação para 2025 e 2026, reforçando a tendência de desinflação, mas sem alterar projeções para Selic e câmbio. Apesar disso, o BC segue com discurso conservador, indicando que as expectativas ainda caem menos do que gostaria, o que mantém apostas de corte apenas a partir de março.
Entre as ações do Ibovespa, o setor de varejo recua diante da percepção de uma Black Friday menos robusta e da alta dos juros futuros, que pressiona empresas sensíveis ao crédito. RD Saúde (RADL3) também figura entre as quedas após anúncio de aumento de capital. Na ponta positiva, Petrobras (PETR3; PETR4) avança acompanhando o petróleo, enquanto a Vale (VALE3) sobe com o minério, mas o movimento é moderado.
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