Investidores monitoram o PIB do 3º tri, a balança comercial de novembro e os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA, que devem orientar o comportamento do Ibovespa nesta quinta-feira. (Imagem: Adobe Stock)
O último pregão (3) fechou com altas consistentes ao redor do mundo, embalado por novos sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho nos Estados Unidos. O relatório ADP, levantamento que mede a variação de vagas no setor privado, registrou perda de empregos em novembro. O dado reforçou a expectativa de que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, possa iniciar cortes de juros já na próxima semana. A leitura mais fraca reduziu os rendimentos dos títulos do Tesouro americano e pressionou o dólar no exterior. Entre as commodities, o petróleo avançou de forma moderada, sustentado pela ausência de progresso nas tratativas diplomáticas entre Estados Unidos e Rússia.
No Brasil, o Ibovespa viveu uma sessão de idas e vindas até reencontrar força na segunda metade do pregão. A combinação de ações ligadas a commodities e maior entrada de capital estrangeiro, beneficiada pela desvalorização global do dólar, ajudou a sustentar a recuperação. A curva de juros doméstica mostrou volatilidade ao longo do dia e terminou perto da estabilidade. No câmbio, o movimento externo prevaleceu e levou o dólar a recuar frente ao real. O Ibovespa encerrou com alta de 0,41%, atingindo 161.755 pontos, novo recorde histórico, em volume de R$ 25,5 bilhões. A moeda americana terminou o dia cotada a R$ 5,31, queda de 0,32%.
Nesta quinta-feira (4), o pregão começa com agenda densa e potencial de guiar os mercados desde a abertura. No Brasil, o destaque é o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), previsto para 9 horas. As projeções se dividem entre queda de 0,5% e alta de 0,4%, em um intervalo que pode ampliar a sensibilidade dos ativos locais. Às 15 horas, sairá a balança comercial de novembro, com mediana das estimativas apontando superávit de US$ 5,539 bilhões. Também estão previstas ações de política econômica, como o leilão de títulos públicos pelo Tesouro às 11 horas e as operações de swap cambial e compromissadas do Banco Central, agendadas para 11h30 e meio-dia.
No exterior, os investidores acompanharão um conjunto de eventos capazes de influenciar as expectativas sobre a política monetária global. Às 7 horas, a Eurostat divulgará as vendas no varejo da zona do euro. Às 10h30, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos publicará os pedidos semanais de auxílio-desemprego, cuja projeção é de 221 mil solicitações, além do número de pedidos contínuos, estimado em 1,954 milhão. A agenda também inclui discursos de autoridades do Banco Central Europeu e a participação da vice-presidente do Federal Reserve, Michelle Bowman, em um evento às 14 horas. Uma combinação de dados fortes e declarações mais duras pode reduzir o apetite por risco, enquanto surpresas benignas tendem a preservar o ambiente favorável observado nos últimos pregões. A seguir, confira a agenda completa.
Agenda do dia (04/12)
Horário
Indicador
Projeções Broadcast
Anterior
09h00
IBGE: PIB do 3º tri 0,2% (Mediana)
-0,5% a +0,4% (Intervalo)
0,4%
15h00
MDIC: Balança comercial (Nov)
+US$ 5,539 bi (Mediana)
+US$ 6,964 bi
+US$ 4,6 bi a +US$ 7,01 bi (Intervalo)
Horário
Evento
09h00
Presidente Lula participa da 6ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS)
11h00
Tesouro realiza leilão de LTN para 19/10/2026, 19/10/2027, 19/7/2029 e 1º/1/2032, e de NTN-F para 1º/1/2031 e 1º/1/2035
11h30
BC oferta até 50 mil contratos de swap cambial (US$ 2,5 bi), em rolagem
12h00
BC oferta até R$ 5 bi em operações compromissadas de 6 meses
13h30
Governador de SP, Tarcísio de Freitas, palestra na Associação Comercial de São Paulo (ACSP)