S&P avalia que liquidação do Master é teste para o FGC, mas não deve desestabilizar sistema bancário

Por André Marinho

10/12/2025 | 12:09 Atualização: 10/12/2025 | 12:09

Anos antes da quebra do Banco Master, parte do mercado já conhecia os riscos, mas seguia lucrando com taxas elevadas e a cobertura do FGC. (Imagem: Adobe Stock)

A liquidação do Banco Master representa um “teste significativo” para o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), mas não deve desestabilizar o sistema bancário, avalia a S&P Global Ratings, em relatório divulgado na terça-feira (9).

O FGC estima que terá que ressarcir 1,6 milhões de investidores, no valor de R$ 41 bilhões, uma parte considerável dos R$ 120 bilhões em reservas líquidas do fundo. Para a S&P, o processo deve ter impacto de curto prazo na disponibilidade e custo de funding (captação) para os bancos menores que dependem de plataformas terceiras para levantar capital.

Apesar disso, a agência avalia que o setor financeiro deve permanecer estável, dada a dominância de instituições maiores e mais lucrativas, que servem de “porto seguro” para os investidores.

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A S&P mantém o índice de risco econômico da indústria bancária para o país (Banking Industry Country Risk Assessment) em 7, numa escala de 1 a 10. Essa métrica mede as variáveis de segurança e risco que o país oferece para os bancos, como fatores macroeconômicos e qualidade das instituições. Já o risco da indústria, que mensura especificamente os fatores setoriais, está em 5.

“Consideramos que o arcabouço regulatório está, em grande medida, alinhado aos padrões internacionais no que se refere a práticas contábeis, adequação de capital, controles de prevenção à lavagem de dinheiro, supervisão de transações com partes relacionadas e divulgação de demonstrações financeiras”, avalia a S&P, que pondera que repetidos casos de falha em governança poderiam levá-la a revisar o cenário.

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