Ouro fecha em queda precificando terceiro corte do Fed neste ano. Juros recuam para 3,50%–3,75% ao ano, em decisão tomada com dados incompletos e comitê dividido; mercado busca sinais para 2026. (Imagem: Adobe Stock)
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) reduziu a taxa para a faixa entre 3,50% e 3,75% ao ano, no terceiro corte consecutivo, após flexibilizações em setembro e outubro. O movimento era amplamente esperado, apesar de executado num contexto atípico: a maior paralisação da história do governo dos Estados Unidos atrasou a divulgação de indicadores cruciais, como o CPI e o payroll, obrigando o comitê a decidir com parte do painel de dados no escuro.
Na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), o ouro para fevereiro encerrou em baixa de 0,27%, a US$ 4.224,70 por onça-troy, enquanto a prata para março avançou 0,31%, a US$ 61,029.
Com o corte já amplamente precificado, analistas afirmam que o foco dos investidores migra para 2026. O LMAX Group destaca que o comitê está “fortemente dividido” e que Jerome Powell deve adotar um tom mais cauteloso ao equilibrar o esfriamento do mercado de trabalho com riscos de inflação ainda presentes. Os dados recentes, classificam, são “profundamente mistos” e exigem leitura cuidadosa do comunicado e do sumário de projeções.
Os analistas da ANZ Research reforçam que os traders buscam, sobretudo, pistas sobre a trajetória da política monetária no próximo ano. A queda recente nos rendimentos dos Treasuries, afirmam, reduziu o apetite por risco e sugere maior prudência quanto ao ritmo do afrouxamento. Juros mais baixos tendem a favorecer ativos sem rendimento, como o ouro, mas o mercado mantém postura defensiva.
No campo geopolítico, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou que manteria nesta quarta-feira conversas com autoridades dos EUA sobre um plano de reconstrução e desenvolvimento econômico pós-guerra. As negociações avançam, porém, a passos lentos.