Nos mercados internacionais, as bolsas recuam na última semana do ano, com os índices americanos pressionados por ações de tecnologia e investidores reduzindo risco antes da divulgação da ata do Federal Reserve, banco central dos EUA, amanhã. O petróleo avança mais de 2%, apoiado por tensões geopolíticas envolvendo Estados Unidos e Venezuela, enquanto os rendimentos dos Treasuries, títulos do tesouro americano, cedem levemente e o índice dólar (DXY) permanece estável. Já os metais preciosos recuam após sinais de possível acordo para encerrar o conflito no Leste Europeu.
Por aqui, o Ibovespa perde força após tocar os 161 mil pontos na abertura e, às 14h20, recuava 0,46%, aos 160.162 pontos, pressionado por bancos e utilities, enquanto as petroleiras limitam as perdas. No mesmo horário, o dólar seguia firme, cotado a R$ 5,57 (+0,45%), refletindo baixa liquidez, remessas de fim de ano e pressão no “casado” — diferença entre o preço do dólar futuro e o dólar à vista — que ficou negativo pela primeira vez em mais de um ano, sinalizando maior demanda no mercado spot. Esse movimento coloca o real entre as moedas emergentes de pior desempenho. Nos juros futuros, o comportamento é misto e de pouca amplitude, com os principais vértices próximos da estabilidade. A curva reflete a deflação do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) e projeções menores para inflação no Focus, enquanto o câmbio limita ajustes mais expressivos, mantendo a precificação de corte da Selic em janeiro ao redor de 8 pontos.
Entre as ações que compõem o Ibovespa, as petroleiras lideram os ganhos, impulsionadas pela alta do petróleo e por notícias corporativas, como a aprovação de dividendos pela Prio (PRIO3). Petrobras (PETR3; PETR4) também avança, enquanto Vale (VALE3) e siderúrgicas recuam após início positivo, refletindo ajustes no minério. Bancos operam no vermelho diante da cautela com o caso Master, e varejistas mostram sinais mistos, apesar do crescimento nas vendas de Natal. No setor aéreo, Gol (GOLL54) e Azul (AZUL54) oscilam, com volatilidade adicional na Azul após anúncio de oferta primária como parte do plano de reestruturação.
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