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Educação Financeira

O que você precisa saber para investir na aposentadoria

Educação financeira, organização e planejamento são as principais dicas na hora de economizar para o futuro

O que você precisa saber para investir na aposentadoria
“Quanto mais cedo melhor” é o lema dos planejadores financeiros quando se trata de economia para o futuro. Foto: Envato Elements
  • Especialistas em investimentos e finanças alertam sobre a importância de pensar em preparar uma renda para quando chegar o momento natural de menor produtividade
  • Para especialistas ouvidas pelo E-Investidor, não é necessário contratar um serviço caro para organizar o orçamento

A aposentadoria também pode trazer uma preocupação com a saúde financeira. Por conta disso, especialistas em investimentos e finanças alertam sobre a importância de pensar em preparar uma renda para quando chegar o momento natural de menor produtividade.

Economizar desde cedo, pesquisar sobre educação financeira e planejamento são os caminhos indicados quando se pensa em organizar as finanças para o futuro. A necessidade de pensar no longo prazo foi reforçada com a Reforma da Previdência que entrou em vigor no fim de 2019, que aumentou o período de contribuição.

“Que patamar de padrão de vida você quer ter na sua aposentadoria?”, questiona a educadora financeira e colunista do E-Investidor Ana Paula Hornos. Segundo ela, essa deve ser a motivação para gerar disciplina na hora de economizar.

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Para as especialistas ouvidas pelo E-Investidor, não é necessário contratar um serviço caro para organizar o orçamento. Com conteúdo de educação financeira acessível na internet, é possível ter proatividade e iniciar o planejamento.

Para quem considera o assunto árido e prefere contratar um profissional, é aconselhável escolher um planejador financeiro certificado.

Quando começar a investir?

“Quanto mais cedo melhor” é o lema dos planejadores financeiros quando se trata de economia para o futuro. Hornos explica que as pessoas devem pensar na aposentadoria assim que possível. “Até um adolescente que recebe mesada pode destinar uma parte para a aposentadoria. Pode parecer cedo, mas faz muita diferença para dar conforto e estabilidade ao longo dos anos.”

Para Sigrid Guimarães, sócia e CEO da Alocc Gestão Patrimonial, a partir da primeira renda já é indicado separar uma quantia. Ela explica que, se a pessoa tem a oportunidade de juntar um valor a partir de 25 anos, ela consegue poupar cinco vezes mais do que aqueles que começam a economizar aos 50 anos.

Reconhecer o modelo de pais e avós pode ser um bom parâmetro segundo Sandra Blanco, estrategista-chefe da Órama Investimentos. “Se você teve um mau exemplo de controle financeiro em casa, tente pesquisar e planejar para fazer diferente. Já quem teve um bom exemplo, valorize o cuidado financeiro da família e tente replicar desde cedo para ter segurança financeira mais tarde”, aconselha.

Quanto devo juntar?

A divisão dos investimentos deve ser em curto, médio e longo prazo. Ana Paula sugere que a divisão pode ser feita com 70% da receita mensal para gastos fixos mensais, 20% voltados às reservas (emergência; sonhos e projetos; aposentadoria) e 10% para doação. “Sonhos e planos são gastos para médio prazo e a aposentadoria é uma reserva específica para longo prazo”, explica.

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Enquanto a reserva de emergência é um valor para cobrir cerca de seis meses do seu custo de vida, o colchão de liquidez deve cobrir de um a três anos de gastos em caso de alguma urgência ou crise. Esse colchão também é a base da economia para a aposentadoria. Para calcular os valores, é necessário colocar no papel (ou na planilha) o custo médio mensal.

“O cálculo é sempre atualizado. Um jovem em início de carreira não consegue juntar tanto quanto alguém que já tem maturidade na carreira e consegue ter um salário melhor”, explica Guimarães. Ela complementa que também é preciso recalcular quando surge a necessidade de usar a quantia em caso de algum gasto inesperado com saúde, compra de imóvel ou até durante uma crise prolongada, como visto com a pandemia do coronavírus.

Sandra Blanco reforça que, se você gasta R$ 5 mil por mês e deve receber R$ 3 mil líquido, você deve ter o foco de juntar para ter R$ 2 mil disponíveis por mês, pois está gastando mais do que ganha. Com plataformas de simulação, é possível fazer cálculos desde os valores para serem economizados até gastos com imposto de renda e taxas de administração.

Devo investir em planos de previdência privada?

A estrategista-chefe da Órama explica que os planos de previdência privada são boas alternativas para quem está começando a pensar na aposentadoria. Entretanto, com a evolução dos produtos de investimento, é possível encontrar outras soluções mais rentáveis e seguras.

“O ponto positivo da previdência privada é a automatização. Como se você pagasse um boleto para ‘você do futuro’ todo mês”, sugere. Porém, segundo Blanco, existem títulos do Tesouro datados para o longo prazo (2040 e 2045) que podem ser boas possibilidades.

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Planos de previdência privada são oferecidos pelas seguradoras ou entidades abertas de previdência complementar. Normalmente, eles são classificados entre Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) ou o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) e são certificados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Em que ativos devo aplicar?

Além dos planos apresentados acima, outras opções são fundos multimercado, fundos imobiliários (FII) e até mesmo ações. “Mesmo com a reforma tributária cobrando mais imposto sobre os dividendos, a renda variável ainda vale a pena pensando no rendimento a longo prazo”, destaca Blanco.

Para Sigrid Guimarães, uma vez que a pessoa possui o “colchão” em ativos líquidos e com menos risco, como títulos públicos ou CDB, sigla para Certificado de Depósito Bancário, de bancos de primeira linha (com maior classificação de crédito), é possível fazer aplicações com mais risco.

“Uma vez que você tem investimento mais seguro, pode aplicar em classes mais arriscadas, eles vão ter maior volatilidade, mas você não vai mexer”, explica. Ela ressalta que essa divisão é aconselhável com o intuito de dar mais diversificação para o patrimônio.

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