- De acordo com relatório do BTG PACTUAL, o motivo se deve à previsão de pagamento em dividenos no valor de US$ 8 bilhões até o fim de setembro
- Além disso, outros analistas fazem a mesma recomendação devido ao retorno financeiro que a companhia pode oferecer ao investidor devido à qualidade do produto da VALE
(Daniel Rocha, especial para o E-Investidor) – Apesar das sucessivas quedas no valor das ações da Vale (VALE3), registradas nos últimos dias, causadas principalmente pela volatilidade nos preços do minério de ferro, analistas do BTG Pactualcontinuam defendendo a compra do papel, sobretudo considerando os dividendos esperados.
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Há previsão de pagamento de US$ 8 bilhões em dividendos até o fim de setembro, sendo que, desse total, US$ 2,7 bilhões seriam em dividendos extraordinários.
De acordo com o relatório, divulgado na segunda-feira (13), isso implica em um rendimento robusto de 8,4% em termos de dólares americanos que deve ser pago em quase duas semanas. “A Vale pode distribuir cerca de US$ 20 bilhões em retornos em dinheiro aos acionistas ao longo de 2021, que consideramos substanciais e incomparáveis no setor”, destaca o relatório assinado pelos analistas Leonardo Correa e Caio Greiner.
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Além disso, o banco argumenta que o preço das ações estaria barata mesmo diante de um cenário em que o minério de ferro custaria US$ 100 por tonelada em 2022. “Veríamos a empresa gerando EBITDA de 2022 de US$ 27 bilhões, com a empresa encerrando o ano com caixa líquido”, prevê o relatório.
O analista da Planner Corretora Luiz Caetano também faz a mesma recomendação aos investidores. Segundo ele, esse é um bom momento para as compras das ações da Vale (VALE3). Isso porque a companhia apresenta bons retornos financeiros mesmo com o preço do minério de ferro no patamar atual de US$ 120 por tonelada.
“A Vale tem custos muito baixos. A empresa ganha dinheiro acima dos US$ 44 por tonelada”, ressalta. Luiz acredita ainda que o preço das ações pode cair ainda mais nos próximos dias. “Mas a Vale continuará extremamente lucrativa nesse patamar de preço”, afirma.
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Já o sócio da Inside Research, Rodrigo Romero, cita outra característica da empresa que deve ser analisado pelos investidores no momento da compra dos papéis da companhia. Segundo ele, com a preocupação da China com o meio ambiente, a Vale tem se destacado no mercado em relação às outras mineradoras devido a qualidade do minério de ferro, o que reduz as emissões de gases poluentes.
“A Vale possui um minério de ferro de altíssima qualidade e que possui uma concentração maior do que a média. Isso beneficia os produtores de aço porque vão ter uma operação mais sustentável”, afirma. Além disso, segundo Romero, recentemente a companhia apresentou inovações que tornam a sua produção mais sustentável . “A Vale anunciou uma nova tecnologia, chamada de briquetagem, que substitui o processo de sinterização que possui uma emissão de gases poluentes mais elevada”, destaca.
De acordo com o comunicado da Vale sobre a nova tecnologia, a briquetagem consegue reduzir em até 10% a emissão de gases do efeito estufa (GEE) na produção de aço.
Ações em queda
Nesta quarta-feira (15), as ações da Vale apresentaram uma queda de 2,32%, chegando ao valor de R$ 91,91. O baixo desempenho tem sido recorrente para a companhia que apresenta sucessivas perdas no valor de suas ações desde o dia 6 de setembro. A sexta-feira (10) foi o único dia que a empresa registrou alta durante o período. A valorização correspondeu a 0,12%, chegando ao valor de R$ 94,81.
Na avaliação de Luiz Caetano, são nesses momentos de baixa que os investidores devem comprar as ações das empresas. “Eu insisto na frase: na baixa, a gente compra. Na alta, a gente vende”, diz. Apesar da orientação, o analista indica algumas variáveis que são importantes para a decisão de compra. “Quando você compra ações da Vale, você precisa ficar atento ao ritmo do crescimento chinês, o preço do minério de ferro e de outros produtos importantes da empresa, como o níquel e cobre”, orienta.
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