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- A lista de fatores de atenção é longa e inclui ainda debates fiscais, altas de juros no Brasil, potenciais mudanças na política monetária norte-americana e o rumo das commodities
- O estrategista lembra que, com base em dados do último relatório de mudança de projeção para o Ibovespa, do dia 14 de setembro, o múltiplo preço/lucro (P/L) do Ibovespa estava em 8 vezes, contra média história de 11,6 vezes
- O Ibovespa estava por volta de 11h40 desta segunda-feira (27) em torno de 113.520 pontos, 13,5% abaixo do recorde de 131.190,30 pontos alcançado em 7 de junho
O Ibovespa não está tão barato quanto à primeira vista se pode pensar, e a visão do Itaú BBA para a bolsa está mais negativa, disse o estrategista-chefe do banco de investimento, Marcelo Sá, citando a inflação como o principal ponto a se monitorar no momento.
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A lista de fatores de atenção é longa e inclui ainda debates fiscais, altas de juros no Brasil, potenciais mudanças na política monetária norte-americana e o rumo das commodities diante dos riscos ligados à China.
O estrategista lembra que, com base em dados do último relatório de mudança de projeção para o Ibovespa, do dia 14 de setembro, o múltiplo preço/lucro (P/L) do Ibovespa estava em 8 vezes, contra média história de 11,6 vezes, o que o deixa, quando se olha o desvio-padrão, no ponto mais baixo do intervalo.
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Mas Sá diz ser “complicado” fazer a análise assim “no seco”, uma vez que empresas como Vale e Petrobras – ambas relacionadas a commodities, classe de ativos que sofreu liquidação nos últimos tempos – têm bastante peso no índice. Excluindo ambas da conta, o P/L do Ibovespa vai a 12 vezes, contra 13 vezes da média.
“Ainda está mais barato que a média, mas não tão mais barato… Nossa visão está mais negativa para a bolsa, dadas as perspectivas com essa piora toda que houve nas discussões macroeconômicas”, disse Sá. Ele se referiu ao impasse da conta de quase 90 bilhões de reais em precatórios para 2022, que, sem solução, pode ameaçar o teto de gastos, âncora fiscal do governo.
Ele comenta que o título do relatório de duas semanas atrás, que traz a expressão “A tempestade perfeita”, explica bem os motivos por trás da revisão da meta de Ibovespa ao fim do ano de 152 mil para 120 mil pontos, com crises hídrica e energética, incerteza fiscal, inflação em alta, pressão nas commodities, dúvidas sobre crescimento na China e risco de aperto na política monetária norte-americana.
O Ibovespa estava por volta de 11h40 desta segunda-feira (27) em torno de 113.520 pontos, 13,5% abaixo do recorde de 131.190,30 pontos alcançado em 7 de junho. Em reais, o principal índice das ações brasileiras caía 4,6% no acumulado de 2021, mas em dólar recuava ainda mais (7,3%), contra ganhos de 11,4% do europeu Stoxx 600 e de 18,6% do norte-americano S&P 500.
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“Tem muita incerteza, essa é a mensagem. Os ‘drivers’ macroeconômicos são muito importantes de acompanhar, eu diria que a inflação é o principal”, disse Sá.
Segundo o estrategista, a previsão do Ibovespa aos 120 mil pontos ao fim do ano – acima, portanto, do patamar atual – dependeria de um alívio na inflação, que por sua vez poderia levar o Banco Central a subir menos os juros – que, mais altos, acirram a competição do mercado acionário com outras classes de ativos como opção de investimento – e de alguma estabilização na China.
“Mas temos que seguir de olho ainda nas commodities. Se tiver desaceleração muito forte na China, com impacto não apenas no minério de ferro, mas também nas commodities agrícolas, isso também vai ter algum impacto na economia brasileira”, completou Sá.
O Itaú ajustou sua lista de compras no mercado de ações para incluir Eneva, Energisa (empresas mais defensivas) e Assaí, enquanto retirou do grupo Magazine Luiza, Méliuz (mais sensíveis a altas de juros) e Bradesco (afetado por cenário macro mais incerto).
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