- Os gastos com a ceia, a decisão dos rateios, a obrigação dos presentes e até a escolha da roupa podem se tornar um peso no Natal
- Peso maior ainda acontece quando você se lembra que, na festa de Natal, estará aquele parente que sempre chora porque não tem dinheiro
- Dinheiro é assunto sério e precisa ser falado, mas seguramente a ceia de Natal não é a melhor hora para isso!
Enfeites pela cidade anunciam a chegada do fim de ano, repleta de expectativas para as confraternizações. Mas nem sempre o espírito natalino é carregado de emoções positivas. Desde os preparativos, as compras, os gastos com a ceia, a decisão dos rateios, a obrigação dos presentes e até a escolha da roupa podem se tornar um peso nesta época do ano.
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Peso maior ainda acontece quando você se lembra que, na festa de Natal, estará aquele parente que sempre chora porque não tem dinheiro. Ou vem à sua mente aquele que é esnobe e se sente superior; talvez o parente que todo ano dá um presente ruim com validade vencida; ou mesmo aquele que sempre pede dinheiro emprestado, emprego ou oferece uma oportunidade espetacular e enganosa de investimento.
Tais exemplos despertam sentimentos ambíguos de felicidade e angústia com a lembrança do que provavelmente acontecerá no encontro em volta da mesa.
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Dinheiro é assunto sério e precisa ser falado. Sempre estimulo meus clientes a estabelecer uma rotina mensal, um dia em família para conversarem sobre o orçamento doméstico, planos, prioridades e necessidades de cada um. Mas seguramente, a ceia de Natal não é a melhor hora para isso!
Se você deseja profundamente evitar brigas sobre o dinheiro na festa natalina, aqui vão algumas dicas:
1) Avalie se você não é o problema
Faça uma autoavaliação honesta do quanto você mesmo não é o agente perturbador da festa por meio de perguntas como: falo sobre minhas questões financeiras com as pessoas com muita frequência? Quando o assunto dinheiro toma conta da minha mente, é de forma positiva ou negativa?
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Observe o impacto que você gera nas pessoas com seus comportamentos financeiros, relativos à falta ou à abundância de dinheiro em sua vida. Se esse é o seu caso, buscar atendimento psicoterapêutico para trabalhar comportamentos, pensamentos e emoções frente ao dinheiro pode ser uma boa resolução para 2023;
2) Exercite a empatia e compaixão
Muitas vezes, a pessoa “inoportuna” quer apenas ser escutada, percebida e precisa desabafar. Os simples atos de escutar, validar e acolher podem atenuar ou mesmo dissipar a tensão da situação.
Ponderar que esta pessoa possa estar sofrendo e sentindo-se solitária, com dificuldade em lidar com seus conflitos, que pode estar em luto por ciclos mal fechados ou resolvidos, pode ajudar no exercício da empatia e no aumento da compaixão;
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3) Estabeleça limites com gentileza
Após escutar, validar e acolher é possível propor um outro momento para conversar sobre o tema. Com gentileza, você pode dizer como se sente em relação ao assunto e propor, por exemplo, falar sobre isso em outra hora com mais privacidade, tranquilidade e tempo para reflexão;
4) Pratique a aceitação
Aceitar que a situação é aquela que se apresenta no momento, que pessoas possuem seus dilemas e podem ter dificuldade de mudar, aceitar-se a si mesmo como você está e aceitar seus próprios sentimentos como surgem podem ser grandes passos para a mudança.
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O psicólogo humanista Carl Rogers disse: “O paradoxo curioso é que, quando me aceito como sou, posso mudar”. Isso vale também para as situações e relacionamentos com pessoas difíceis;
5) Pratique a doação
Praticar a doação mensalmente durante o ano é um excelente exercício para aumentar os níveis do amor incondicional, da ajuda ao próximo, da aceitação e compaixão, da gratidão, da eficiência na gestão do próprio orçamento e da capacidade de economizar.
Quando ajudo outra pessoa através da doação, consigo aumentar minha capacidade de ajudar o meu “eu do futuro” através do poupar. Inclusive, um outro bom exercício é conseguir presentear no Natal, sem esperar nada em troca;
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6) A gratificação ou punição não é papel do Papai Noel
Se você é pai ou mãe, vigie-se para não atribuir ao Papai Noel a tarefa de recompensar ou punir. A fantasia natalina faz parte dos símbolos culturais do imaginário infantil, mas não deve ser usada como ferramenta de chantagem para instruir sobre boas ou más ações da criança ao longo do ano. Menos ainda deve gerar expectativas na criança ou causar sofrimento nos pais por presentes que não cabem no orçamento.
É papel dos pais acolher, perdoar, ensinar e principalmente elogiar. Cabe aos pais falar sobre o dinheiro de forma franca e transparente e passar sempre conceitos corretos de educação financeira. Para o bem do Natal e das crianças, Papai Noel pode sim ser adotado como uma figura simbólica e lúdica, no entanto, não deve representar o grande juiz, mestre ou redentor do ano.
7) Atribua propósito à festa
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Separe um momento no encontro para refletir sobre o real propósito da reunião familiar. Exercite a espiritualidade em família. Aproveite o momento como oportunidade para cada um contar aos outros sobre alegrias, dificuldades, motivos de gratidão do ano que passou e sonhos para o próximo ano. Esta prática pode ser utilizada para estreitar vínculos e estabelecer laços de conexão.
Encerro este texto desejando a você e seus familiares um feliz Natal, com muita comunhão, gratidão, amor, esperança e fé!