- Conhecidos como geração canguru, muitos são julgados injustamente por “folgados” moradores que não querem “abrir mão” de seu conforto e preferem viver às custas das finanças paternas
- Ao contrário de sua fama, uma pesquisa feita por professor titular em universidade americana apontou que 74% dos pesquisados, nesta faixa etária, declarou que preferiria viver de forma independente de sua família, ainda que isso implicasse em uma vida mais restrita
O Brasil é conhecido por ser um dos países do mundo onde os jovens demoram mais tempo para sair de casa. A última pesquisa feita pelo IBGE apontava que um em cada quatro brasileiros, com idade entre 25 e 34 anos, ainda moravam com os pais. E o que motiva esses jovens a ficarem?
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Conhecidos como geração canguru, muitos são julgados injustamente por “folgados”, que não querem “abrir mão” de seu conforto e preferem viver às custas das finanças paternas. Mas, uma pesquisa feita por professor titular em universidade americana apontou que 74% dos pesquisados, nesta faixa etária, declararam que tem preferência por viver de forma independente de sua família, ainda que isso implicasse em uma vida mais restrita.
Também é observado em atendimento clínico um enorme sofrimento nos jovens com mais de 25 anos dependentes financeiramente dos pais, mesmo entre aqueles que já saíram de casa, mas que ainda precisam da famosa “mesada” para seguir com seu padrão de vida. Estão tirando vantagem da situação? Não, na verdade eles sofrem.
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Crise econômica, índice de violência nas cidades, necessidade de especialização profissional, desemprego, conforto, amparo e tranquilidade, muitas são as explicações apontadas para o fenômeno. Mas gostaria de destacar, neste artigo, uma, em especial, como causa geradora de todas as outras justificativas anteriores, que é a superproteção.
Isso mesmo! Pais que temem que suas crias passem por situações que ofereçam qualquer tipo de dor, perda, frustração e privação, tornam seus filhos frágeis e vulneráveis. E como teoria autorrealizável, resultam em jovens adultos inseguros, com baixa autoestima, altos índices de ansiedade e dependência emocional que andam de mãos dadas com a dependência financeira.
Leia também: Quando ajudar seus pais financeiramente. E quando não dar dinheiro
Esta geração Z viu muitos de seus pais galgarem posições e crescimento em suas carreiras. Possui grande admiração por seus progenitores, os tem em alta conta como super-heróis ou heroínas. Insegurança sobre sua autoeficácia, desmotivação, indecisão, paralisação, evitar desafios futuros e circunstâncias sociais, são características da relação de dependência estabelecida.
Se você se identificou com a descrição acima e é um desses jovens, há maneiras de mudar seu destino:
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Buscar o autoconhecimento: é fundamental trabalhar a relação de dependência estabelecida, os pensamentos, sentimentos e comportamentos disparados em você através desse modelo. Trabalhar suas crenças de ‘desvalor’. Resgatar seu potencial, seus talentos, seus pontos fortes em busca do fortalecimento de sua identidade profissional. Assim, você verá que é capaz de produzir, contribuir e ganhar dinheiro. Verá que é capaz de viver com autonomia.
Faça sua planilha de gastos: mesmo que você não possua renda própria ou necessite de complemento paterno para suas despesas, monte seu orçamento. Ter consciência do próprio custo de vida, das despesas comuns de seu dia a dia, é um grande passo para a independência. Planilha de orçamento significa poder! Empoderar-se de suas despesas através do acompanhamento e controle.
Estabeleça limites: um excelente antídoto para relações de dependência é estabelecer limites. Saber dizer não a você mesmo ou a situações que tem impactos negativos em sua vida. Mas, para que isso seja feito de forma serena, com propriedade e com autocontrole, é necessário um trabalho de fortalecimento pessoal e de desenho de estratégia de vida. Saber o que você quer ser, onde quer chegar e apropriar-se de que é capaz de fazer.
Enfrente seus medos: Uma das melhores formas de adquirir novos comportamentos e provocar mudança de vida é se expor a novas situações. E para isso é necessário experimentar. Pode ser um pequeno passo, um de cada vez, o possível para o agora, mas é importante tentar.
Se você se identificou com este texto porque é pai ou mãe de jovens adultos nesta situação, permita que seus filhos criem asas para o mundo, deixe que eles trilhem seus próprios caminhos, suspenda sua proteção, para que saiam mais fortalecidos, inclusive mais protegidos e possam voar alto com uma vida realizada e feliz.
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