O que este conteúdo fez por você?
- O day trade tem como característica ser uma operação iniciada e concluída no mesmo dia
- Ao iniciar e encerrar a operação no mesmo dia, o trader se protege da imprevisibilidade do gap do dia seguinte
- Para traders que operam através de mesas proprietárias, as operações ficam ainda mais seguras
Ao longo da minha carreira no mercado financeiro eu sempre escutei muitas críticas ao day trade. Dizem que não é uma atividade segura porque o trader se expõe muito, arrisca-se demais, trabalha alavancado etc. De fato, dependendo do nível de alavancagem a que o trader se expõe, o risco aumenta consideravelmente. Mas isso fica a critério dele.
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Os bons operadores sabem estabelecer um limite seguro e agem com a razão e não com a emoção. Assim, eles conseguem parar na hora certa, estejam ganhando ou perdendo. Mas a capacidade de estabelecer critérios não é o único dispositivo de segurança que o trader possui.
Para quem ainda não está habituado com os termos, o day trade tem como característica ser uma operação iniciada e concluída no mesmo dia, o que também pode ser chamado de intraday. A grande vantagem desta forma de negociar ativos no mercado financeiro é não correr risco de gap do dia seguinte. O gap é o espaço sem negociação entre um dia e outro.
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Para facilitar o entendimento, vamos supor que o operador termina o dia de hoje com uma ação cotada a R$ 20. Amanhã ela pode abrir a R$ 22 ou abrir a R$ 18. Então, pelo fato de o mercado não funcionar à noite, o trader não tem como negociar dos R$ 20 até chegar aos R$ 18. Ou seja, quem dormir posicionado pode iniciar o dia seguinte com um gap de perda que não há como ser evitado. Pode acontecer de ganhar? Sim, mas no mercado financeiro não convém contar com a sorte. Tudo tem que ser feito racionalmente.
Um exemplo recente aqui no Brasil foi a Americanas. Quem investe a longo prazo e estava posicionado nos ativos desta companhia perdeu mais de 70% do patrimônio de um dia para o outro, sem defesa nenhuma. Só quem passou por esse momento sabe o quão desesperador é perder tanto dinheiro. Dias atrás tivemos outro exemplo, desta vez internacional com o Credit Suisse, que foi salvo, pelo menos temporariamente, por uma ação do Banco Central local. Não são os únicos casos, mas são dois bons exemplos do que é seguro e do que não é no mercado.
O que posso afirmar, sem medo de errar, é que o trader, por iniciar e encerrar a operação no mesmo dia, está imune a este risco. Analisando por este ângulo, fica a pergunta: Será que o day trade é tão arriscado? Ouso dizer o contrário, o day trade é muito mais seguro. E fica ainda menos arriscado se, em vez de operar com recursos próprios, o trader trabalhar por meio de uma mesa proprietária. Nesse modelo, o trader recebe um percentual sobre o resultado líquido positivo de suas operações. Se no mês o resultado do operador for negativo, a mesa suporta 100% dessa perda.
Isso acontece porque, faça chuva ou faça sol, bateu naquele limite de perda que está estipulado pela mesa proprietária, o trader vai ser bloqueado e, a partir daí, não consegue abrir a próxima boleta. Ele pode dar cabeçada na parede, morder o teclado, ligar na mesa “pedindo para liberar porque está psicologicamente bem”, que não tem conversa. A mesa quer resultado para fazer a TED ou o Pix na conta do trader no mês seguinte. Não é função dela ser compassiva e ficar passando pano em cima de um trader que está em um looping perigoso e quer voltar a operar.
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As mesas são muito rigorosas na questão de gerenciamento de risco. Por isso, ninguém nunca quebra operando em uma mesa proprietária. Isso, por si só, é um grande diferencial para o trader explorar o mercado financeiro. Quem opera por uma mesa proprietária encerra suas atividades às 18h e não vai dormir posicionado. Põe a cabeça no travesseiro e dorme.
Se até o dia seguinte surgir algo na Ucrânia ou na Rússia, se algum banco falir ou se o presidente dos Estados Unidos tomar alguma decisão que fará o mercado abrir estressado, nenhum trader estará preocupado. Ele começará a operar 100% líquido e decidindo comprar ou vender de acordo com o cenário apresentado naquele momento.
*Antonio Marcos Samad Júnior é CEO da Axia Investing