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- Hoje, estima-se que temos entre 200 e 300 milhões de detentores de frações de bitcoin
- Quem adere primeiro prospera mais, obtendo vantagens econômicas; quem não adere fica para trás
- Pessoalmente, não conheço um “ex-bitcoiner”. Parece que depois que alguém pega essa doença, nunca mais fica curado
Quem me segue nas redes sociais sabe que há tempos, como investidor, defendo a alocação de parte do portfólio de investimentos em bitcoin.
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Se em 2014, ano em que conheci o bitcoin, isso soava como uma ideia esdrúxula, ridicularizada por 9 entre 10 “especialistas”, hoje a realidade é bem diferente.
Na verdade, ao longo dos últimos anos pude acompanhar de camarote o aumento da demanda por bitcoins através da evolução da narrativa do “só”.
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No começo, era “só nerds usam isso”, depois “só foras da lei”, em seguida “só especuladores”, “só pequenas empresas”, “só pequenos países” e num futuro relativamente curto imagino que será algo como “só metade do mundo usa”.
É complicado ter a noção exata dos números, com pessoas tendo várias carteiras anônimas, mas estima-se que temos entre 200 e 300 milhões de detentores de frações de bitcoin (ele é fracionável até a 8ª casa decimal).
Comparando com os 7,8 bilhões de habitantes da Terra, isso não parece muita coisa. Porém, esse número tende a aumentar cada vez mais, acompanhando a história do que acontece com a adoção de novas tecnologias que se mostraram vencedoras.
Há pouco tempo reli o excelente livro “Armas, germes e aço”, em que o autor Jared Diamond busca revelar os motivos que levaram, entre outras coisas, os espanhóis de Carlos V a entrar em navios, armados de espadas de aço, arcabuzes e cavalos, para dominar o império Inca, e não Atahualpa a colocar seus guerreiros em navios e desembarcar na Europa.
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Como o próprio título do livro adianta, a reposta óbvia era que os espanhóis tinham muito mais tecnologia (armas, germes e aço) do que seus adversários nas Américas.
Contudo, o ponto interessante é notar que a tecnologia utilizada na conquista não foi inventada pelos espanhóis. Eles apenas foram aderindo aos equipamentos inventados em diferentes partes da Eurásia porque, caso não o fizessem, acabariam sendo dominados por seus vizinhos belicosos e tecnologicamente superiores.
Apesar dos tempos menos brutais atualmente (em comparação a esse passado), a mesma regra quanto a adoção de tecnologias continua valendo: quem adere primeiro prospera mais, obtendo vantagens econômicas; quem não adere fica para trás.
Pensando na vantagem econômica de ser um early adoper do bitcoin, basta ver que, num mundo onde dezenas de trilhões de dólares podem ser criadas do nada (e aqui converto em dólares a “impressão” de moeda de todos os governos), onde o dinheiro estatal perde valor com o passar do tempo pela ação da inflação, que é inclusive uma meta de bancos centrais pelo mundo: todos querem ter um pouco de inflação, onde valores podem ser bloqueados sem aviso prévio (e não me refiro a um país regido por uma ditadura, mas sim ao Canadá, uma república democrática, bloqueando dinheiro de grupos que protestavam contra o governo), ter um bem monetário que é escasso, inconfiscável quando corretamente armazenado e que aumenta de valor no longo prazo passa a ser muito tentador para qualquer um que entenda um pouco do que está acontecendo.
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Sobretudo após ver que várias pessoas acumularam grandes quantidades de riqueza por ter conhecido o bitcoin e outras criptomoedas mais cedo, e isso porque o movimento está só começando.
Charlie Munger, investidor lendário e sócio de Warren Buffett, outra lenda do mercado, certa vez comparou o bitcoin com uma doença venérea. Apesar da tentativa de rebaixar a moeda com uma comparação pejorativa e pouco elegante, acho que a analogia com uma doença é adequada para mostrar como é a disseminação da tecnologia do bitcoin.
Assim como um único indivíduo infectado por um vírus pode contaminar dezenas, até centenas de pessoas, uma única pessoa que se atentou para as informações acima pode colocar o “vírus do bitcoin” na cabeça de muita gente, numa velocidade que outras tecnologias não tinham no passado.
Além disso, eu pessoalmente não conheço um “ex-bitcoiner”. Parece que depois que alguém pega essa doença, nunca mais fica curado.
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Colocando na conta um aumento de demanda gerado pela “curva de contaminação” e uma oferta escassa de no máximo de 21 milhões de bitcoins (dos quais 19 milhões já existem hoje), veremos um provável aumento de preços que deverá atrair ainda mais gente no futuro. E isso porque nem estamos falando de países alocando parte de suas reservas em bitcoin (falarei disso num próximo texto).
Como diz um famoso ditado de mercado dentro da comunidade de criptomoedas: todos irão comprar bitcoin, mas cada um no preço que merece. Quanto mais cedo você entender o que é esse ativo, provavelmente mais barato será seu preço de entrada.
E se você não entendeu algumas partes específicas dessa coluna, fique tranquilo. Este é apenas nosso primeiro de muitos contatos futuros. Tenho certeza de que, em mais alguns meses, conseguirei te transmitir esse vírus também, basta me acompanhar por aqui.