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- Ter medo de investir – e perder o pouco que tem – ainda afasta muita gente do mundo dos investimentos
- A verdade é que investir é muito mais do que esse furor de emoções – e perdas financeiras. Investir é trabalhar por sua independência financeira. E ela vem aos poucos, como na construção de uma casa
Ter medo de investir – e perder o pouco que tem – ainda afasta muita gente do mundo dos investimentos. Isso se deve, em partes, àquela imagem do trader que compra e vende ações o dia inteiro na maior adrenalina.
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Ela ficou ainda mais exacerbada com a figura do day trader, profissão que explodiu nos últimos tempos com a promessa de dinheiro rápido.
O que pouca gente fala é que a maioria esmagadora (99,43%) destes profissionais que atuaram entre 2013 e 2016 e operaram até 2018, não persistiu na atividade. Uma fração apenas (0,1%) conseguiu lucrar com de forma consistente.
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A verdade é que investir é muito mais do que esse furor de emoções – e perdas financeiras. Investir é trabalhar por sua independência financeira. E ela vem aos poucos, como na construção de uma casa.
Você começa preparando o terreno, depois coloca as colunas, as fundações, as paredes. Só ao final do processo você pode escolher os acabamentos que quer, aquele toquezinho pessoal aqui e ali.
Por isso, eu defendo com unhas e dentes que investir é, sim, para todos.
Eu bem sei que não é qualquer discurso que faz o medo sumir do dia para a noite. Por isso, fui construindo os fundamentos do meu próprio jeito de investir, que garantiria um amplo acesso à independência financeira. Por ora, apelidei ele de Método Carol Sandler.
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Ele consiste em três etapas:
- Reserva de emergência
- Futuro/aposentadoria
- Diversão
Muito mais simples do que dividir a carteira de investimentos em várias fatias de classes de aplicações, certo?
Isso não significa que, com essas etapas, você não diversificará seu dinheiro do jeito adequado. Porém, do mesmo jeito que acontece no Método 50/30/20, tudo que eu fiz foi simplificar em três categorias e priorizar de uma forma que permita ao investidor tomar decisões mais conscientes e livres.
A beleza dele está, justamente, em preparar o terreno para o que eu considero a independência financeira e, enfim, a independência de modo geral. É assim que você vai poder tomar decisões que realmente priorizem o que você quer para sua vida.
Por que este método garante a independência financeira?
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Como disse acima, um dos principais medos que afastam as pessoas dos investimentos é o medo de se perder o que tem.
Também é este medo – mais do que justificado – que impede um funcionário de pedir um aumento para seu chefe, ou até mesmo de se demitir para ir para um emprego que pague menos, mas garanta maior satisfação pessoal e qualidade de vida.
Ao pensar nas três etapas, eu mirei nestes medos e encontrei nelas uma forma de limá-los.
Por exemplo, depois de construir sua reserva de emergência, encarar uma mudança de emprego ou de carreira será muito mais seguro, já que você terá um colchão financeiro para te socorrer enquanto as coisas não andam.
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O mesmo vale para a etapa da aposentadoria. Quem nunca se imaginou com a cabecinha branca, curtindo a vida? Ter o poder para decidir o que se quer do futuro também é independência financeira.
É assim que a vira vira mais do que um jogo (cansativo) de receber dinheiro, pagar boletos e dar graças aos céus por conseguir ficar no zero a zero ao final do mês.
Passo 1: reserva de emergência
Estamos falando daquele colchão financeiro usado para lidar com os imprevistos da vida – desde a geladeira que pifa até o desemprego.
Ele deve ter pelo menos seis meses da sua renda líquida. Então, se você ganha R$ 3 mil líquidos por mês, sua reserva deve ter pelo menos R$ 18 mil. Empreendedores e autônomos podem fazer uma média do lucro líquido de três meses e usar este valor como referência.
Leia também: O passo a passo para montar uma reserva de emergência
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Para construir a sua reserva, você deve investir com consistência e deixar em uma aplicação com liquidez alta e conservadoras, como CDBs e fundos DI de liquidez diária, conta remunerada – os três com, no mínimo, 100% do CDI – e Tesouro Selic.
Depois, é só ir para as próximas etapas, que podem ser conduzidas ao mesmo tempo.
Passo 2: futuro
Gosto muito dessa etapa porque é aqui que estão os investimentos de longo prazo. Aqui, podemos ir para campos mais arriscados – como Bolsa de Valores –, já que o tempo que o dinheiro ficará investido nos permitirá recuperar possíveis perdas ao longo do tempo.
Se você olhar um gráfico do Ibovespa, que é o principal índice da Bolsa, no curto prazo, vai achar uma loucura o tanto de altos e baixos. Porém, ao vê-lo em um espaço de anos, vai entender que a tendência é que a curva seja ascendente.
Ou seja, suas ações serão que nem um bom vinho: quanto mais tempo curtindo, mais saborosas.
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Existem outras opções, como Tesouro IPCA+ e fundos de Previdência Privada. Em comum, todas foram voltadas para a rentabilidade no longo prazo – quando você já estiver em tempo de curtir seu tão sonhado descanso.
Quanto mais tempo você tiver, menor será o esforço poupador graças à mágica dos juros compostos, que farão seu patrimônio crescer com os anos.
Passo 3: diversão
Quais são seus sonhos? Casa própria? Um negócio para chamar de seu? Aquela viagem delícia? É aqui que entra a terceira etapa.
Para quem segue o método 50/30/20, 20% da renda líquida mensal deve ir para os investimentos.
Como, neste ponto, você já terá sua reserva de emergência garantida – e, convenhamos, investir para a aposentadoria levará bons anos –, você poderá dividir estes 20% da sua renda líquida entre o futuro distante e um não tão distante assim.
Por exemplo, 10% podem ir para a aposentadoria, na aplicação da sua escolha, e outros 10% para dar entrada na casa própria.
Os investimentos escolhidos neste passo vão variar de acordo com o sonho que você tem em mente. O mais importante é saber que seus desejos têm valor – e é assim que você os traz para a realidade.
Este método é para todos? Sim. Todo investidor começa de algum lugar, nem que seja com R$ 10. Neste vídeo, eu conto como começar de baixo.