- A aquisição das criptomoedas é feita por plataformas muito parecidas com as corretoras convencionais, chamadas exchanges
- Recentemente a CVM, que é a Comissão de Valores Mobiliários do Brasil, aprovou a criação de dois ETF: um de criptomoedas e outro especificamente de Bitcoin
Não é de hoje que as criptomoedas ganharam o gosto do investidor pessoa física e esse movimento já acontece há alguns anos. Temos visto esse mercado como uma forma alternativa de investimento e claro, os Bitcoins, principal ativo desse mercado, sendo valorizado em milhares de vezes.
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Mas o que são essas criptomoedas? As criptomoedas são formas e tecnologias de meios de pagamento para facilitar transações entre pessoas, entre empresas e entre pessoas e empresas. A ideia principal das criptomoedas é descentralização – você não precisa de um governo ou de um Banco Central para organizar transações, elas são independentes. Essa sempre foi a grande vantagem e o fator que atraiu milhões de usuários ao redor do mundo.
Sendo descentralizada e independente, ela também é naturalmente internacional. Isso significa que todos os usuários, de quaisquer partes do mundo, podem possuir essas moedas sem que seus governos tenham qualquer interferência sobre isso.
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Outra característica importante é a utilidade das criptomoedas, porque cada uma delas tem sua particularidade. Umas são voltadas para internet das coisas, outras são voltadas para transações entre instituições, outras operações entre empresas, outras para transações entre pessoas, mas existem diversas e diversas opções de utilização e cada projeto tem a sua aplicação. É importante que isso seja dito, porque atrás de cada criptomoeda existe um projeto e é isso que precisa fazer sentido para o investidor na hora de escolher a melhor opção.
A aquisição das criptomoedas é feita por plataformas muito parecidas com as corretoras convencionais, chamadas exchanges. Por meio da exchange você adquire a criptomoeda de outra pessoa que tem conta no mesmo local que você. Mas, nem todas as exchanges possuem todas as moedas e, dependendo da criptomoeda que desejar comprar, haverá necessidade de abrir conta em um exchange do exterior, pois fora do país, a diversidade de moedas é maior.
Além da compra, outra grande preocupação é onde guardar as criptomoedas, porque se você compra e deixa na exchange, pode correr o risco dela ser hackeada e você perder suas criptomoedas. Para evitar a situação, é importante transferir as suas criptomoedas para uma wallet, que são carteiras digitais, que servem exatamente para guardar criptomoedas.
Devido à sua grande valorização nos últimos anos, as criptomoedas também despertaram o interesse de muitos especuladores – que são aqueles que compram apenas com a expectativa da valorização da moeda, sem estarem preocupados em utilizá-las como forma de pagamento em transações ou para aquisição de um bem. Para os que desejam surfar a onda de valorização, foram criados novos instrumentos financeiros com objetivo de facilitar a nossa vida e é neste ponto que quero chegar.
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Recentemente a CVM, que é a Comissão de Valores Mobiliários do Brasil, aprovou a criação de dois ETF: um de criptomoedas e outro especificamente de Bitcoin. Você deve estar se perguntando: mas o que é o ETF?
O ETF é o Exchange-Traded Fund, ou seja, um fundo passivo que tem sua cota negociada na bolsa de valores como se fosse uma ação ou fundo imobiliário. O fato de ser passivo é porque o objetivo do ETF é seguir um índice que determina sua direção.
Com a autorização da CVM teremos dois ETFs: o primeiro, sendo um de criptomoedas, o HASH11, que vai replicar o índice de criptomoedas da bolsa dos Estados Unidos, o NCI. Esse ETF vai acompanhar o movimento de várias criptomoedas, sendo Bitcoin, maior moeda dentro do índice, com uma participação de 80%. As demais são: Ethereum, Litecoin, Chainlink, Bitcoin Cash e Stellar.
HASH11 é indicado para quem deseja apostar na alta do mercado, mas não quer se preocupar com a compra de diversas criptomoedas e em guardá-las numa wallet, e sim, apenas participar da valorização ou desvalorização deste mercado.
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O segundo ETF autorizado pela CVM foi o QBTC11, criado com objetivo de seguir apenas o movimento do Bitcoin, porque, como dito anteriormente, ele é a principal moeda atualmente. Ele serve para quem acredita especificamente nesta moeda e na sua valorização, mas não quer, de forma alguma, ter que comprá-las e ainda se preocupar com guardar em uma wallet.
Além da facilidade, os ETF trazem uma grande vantagem sobre a compra direta da criptomoeda, que são os custos envolvidos. As exchanges cobram taxas altas sobre as operações e a compra do ETF vai gerar somente o custo de corretagem e emolumentos. Algumas corretoras nem cobram corretagem, só restando os emolumentos – um pequeno percentual sobre o valor operado.
Então, qual diferença entre comprar o ETF ou adquirir a moeda especificamente? Ela está no objetivo de cada um. Para os que querem apenas a valorização das criptomoedas ou do Bitcoin, o ETF faz mais sentido, já que você não precisa se preocupar com a compra e guarda das criptomoedas, participando apenas na alta e na baixa. Para isso, basta usar o homebroker da sua corretora, onde já possui conta.
Agora para todos aqueles que acreditam nas criptomoedas como ferramenta de meio de pagamento, como nova tecnologia, como ferramenta de descentralização e independência para que não se tenha nenhum tipo de amarras com governo ou países, o mais interessante é a compra da moeda e a sua guarda na sua carteira digital, que inclusive pode ser em outro país ou no lugar que você desejar.
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Essas pessoas têm o objetivo de construir uma reserva de valor, independente do país onde estão, mas esse é um outro objetivo. No fim, não existe a solução melhor ou pior, tudo depende da expectativa e da necessidade de cada um.