- A aposentadoria do INSS não será suficiente para garantir a subsistência no futuro
- O número de contribuintes do INSS não é capaz de suprir o total a pagar aos beneficiários
- Recomenda-se buscar outras formas para liminar ou, minimamente, diminuir sua dependência do benefício da Previdência Social
Quando o assunto é aposentadoria, uma coisa é comum a todos nós: tanto faz se você está começando agora no mercado de trabalho, ou se já está nele há muito tempo, o fato é que a aposentadoria do INSS não será suficiente para a subsistência.
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Atualmente, dos quase 40 milhões de beneficiários pagos pela Previdência Social, menos de mil pessoas recebem o teto do INSS que é de R$ 7.507,49. A imensa maioria recebe apenas um salário mínimo como benefício.
Esse cenário tende a piorar ao longo dos próximos anos, afinal, o número de contribuintes do INSS não é suficiente para suprir o total a pagar aos beneficiários, e a tendência é que novas reformas na Previdência sejam feitas em intervalos cada vez menores, em busca de equacionar essa conta.
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Minha recomendação é que você faça tudo o que estiver ao seu alcance para eliminar ou, minimamente, diminuir sua dependência do benefício da Previdência Social. Para isso, algumas condutas precisam fazer parte do seu planejamento pessoal:
1. Foque naquilo que você pode controlar
O rumo das políticas públicas é algo que não está sob o seu controle, então, para assegurar que sua renda na aposentadoria proporcione conforto e dignidade, você precisa focar naquilo que consegue dominar, isto é, a acumulação de patrimônio para geração de renda futura.
Quanto mais cedo você começar a planejar suas finanças para ter renda na aposentadoria, melhor será a performance de seus investimentos, graças ao poder dos juros compostos.
Independentemente do momento de vida em que você esteja, considere começar a planejar um futuro estável e próspero, definindo desde já suas metas financeiras de longo prazo.
2. Comece o mais cedo possível
Se você está iniciando no mundo dos investimentos, é muito importante organizar seu orçamento familiar e se planejar para poupar o máximo que puder todos os meses. No longo prazo, a disciplina e constância dos aportes farão uma enorme diferença no seu patrimônio.
Começar cedo irá turbinar seus resultados, mesmo investindo pequenos valores, graças à ação dos juros compostos em um longo período de tempo.
3. Organize suas finanças e crie um controle de gastos
Examine seu orçamento em detalhes. Coloque tudo no papel e avalie o que pode ser melhorado, como por exemplo, trocar o seguro do carro por uma apólice mais barata, levar refeições para o trabalho para gastar menos com restaurantes, reavaliar se o plano de telefonia e internet que você paga atualmente é realmente necessário ou se é possível trocar por um plano menor, etc.
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Existem várias coisas que podem ser analisadas em suas contas pessoais. O quê cortar ou reduzir é algo muito pessoal, é claro, pois depende da dinâmica de vida e prioridades de cada pessoa. Mas te garanto que sempre é possível definir o que são gastos inevitáveis e quais são aqueles que podem ser reduzidos sem prejuízo da qualidade de vida.
O importante é não negligenciar esse exercício, pois ele pode te ajudar a aumentar o valor que consegue investir mensalmente.
4. Informe-se sobre as modalidades de previdência privada
No Brasil, existe a previdência privada aberta e a fechada. A previdência privada aberta é aquela em que você pode investir como pessoa física através de bancos e seguradoras. E a previdência fechada é restrita a grupos específicos, como membros de associações, funcionários de determinada empresa, e você só consegue participar desse tipo de plano previdenciário se fizer parte de alguma categoria profissional elegível.
Os planos de previdência aberta são os mais comuns e disponíveis a todos. Eles dividem-se em VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), e o que diferencia esses dois tipos é a forma como incide o imposto de renda.
Normalmente o VGBL é mais indicado para quem faz a declaração simplificada do Imposto de Renda, enquanto o PGBL é mais vantajoso para quem faz a declaração completa devido ao benefício fiscal. Em ambos os planos você é quem decide o valor das contribuições e o prazo do investimento. E se você quer entender melhor quais os benefícios da previdência privada, eu tenho no Youtube uma aula completa onde explico em detalhes as vantagens e também como escolher e investir.
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A previdência fechada, também conhecida como fundo de pensão, é ofertada por empresas ou associações para seus funcionários ou membros. Nesse modelo, as contribuições são feitas tanto pelo empregado quanto pelo empregador, e o valor acumulado é utilizado para pagar benefícios aos participantes no futuro. Se você tem vínculo empregatício ou é membro de alguma associação que oferece este benefício, vale a pena se informar, conhecer em detalhes as condições para entender se deve aderir ou não. Na maioria dos casos é muito compensador, pois as contribuições da empresa somadas às suas, podem turbinar seu patrimônio mais rapidamente.
5. Automatize seu aporte para a aposentadoria
Eu tenho certeza que você já ouviu algumas vezes a frase “pague-se primeiro”. Sei também que para a maioria das pessoas, é bastante difícil tornar isso um hábito, pois os compromissos financeiros são muitos e a renda nem sempre dá conta.
Mas, eu sempre defendo que o mais importante é começar. Não fique esperando ter uma grande quantia sobrando para começar a fazer isso. Crie a rotina! Mesmo que no início o valor que você irá “se pagar” ao receber seu salário seja muito pequeno.
Deixe programado automaticamente em sua conta o débito mensal do valor que irá para o seu investimento no plano de previdência ou em qualquer outro ativo que você tenha escolhido para acumular patrimônio para aposentadoria. Depois que o hábito estiver incorporado, eu te garanto que gradativamente você vai encontrando meios de aumentar esse valor de aporte.
6. Estabeleça uma meta
Saber qual a renda que irá precisar ter na aposentadoria vai te ajudar muito, pois além de permitir um melhor planejamento, ter um número como meta, te dará um porquê, e acredite, isso muda tudo.
Você só consegue manter a motivação e gerenciar o andamento do seu plano, quando sua meta tem um valor e um prazo definidos, pois isso serve como um mapa de navegação. Além disso, conforme os juros compostos vão agindo e o patrimônio se consolida, sua meta vai ficando cada vez mais tangível e o poder disso é incrível para se manter comprometido com o que planejou.
7. Viva um degrau abaixo
Sempre que receber uma renda extra, seja por um aumento de salário, um bônus ou um ganho eventual, separe uma parte para aumentar o patrimônio de sua aposentadoria.
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É claro que parte do dinheiro extra precisa também ser usado no presente, pois nem só do “seu eu do futuro” é feita sua felicidade, mas aconselho que você resista à tentação de gastar tudo, só porque é um extra.
A disciplina do “pague-se primeiro” precisa estar presente em todos os momentos, então, se presenteie, celebre o ganho extra realizando algum sonho do presente, mas sem abrir mão daquela parcelinha que irá engrossar o capital investido e acelerar o ritmo em direção ao seu objetivo de aposentadoria.
Assuma as rédeas de seu futuro
Todas essas coisas que mencionei acima parecem óbvias, no entanto, a maioria das pessoas que poderiam fazê-las, simplesmente não faz.
Existem várias pesquisas, inclusive algumas feitas pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que apontam que menos de um quarto da população economicamente ativa faz aplicações financeiras voltadas à aposentadoria.
O fato é que além das dificuldades materiais envolvidas, da falta de educação financeira, há também vieses comportamentais que dificultam que a gente pense no futuro de forma mais objetiva. Seja pelo viés do otimismo, que nos leva a subestimar riscos, seja pela aversão à perda, que conduz muitas pessoas a pensarem que ao deixar de gastar hoje, estão se privando de oportunidades que talvez nunca mais se repitam, já que não há certeza de que estarão vivas no futuro. Ledo engano!
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Graças aos avanços da medicina e da tecnologia, estamos vivendo cada vez mais, então, salvo fatalidades, a probabilidade de que você chegue a uma idade avançada é infinitamente maior do que a de morrer jovem. Sendo assim, deixar para pensar nos recursos para o futuro quando ele chegar, é um erro que pode custar muito mais caro do que qualquer economia que você faça agora. Pense nisso e comece o quanto antes.