O que este conteúdo fez por você?
- TikTok, YouTube e Instagram invadiram a vida das pessoas. Porém, essas ferramentas e a chuva de informações que elas trazem consigo geram a necessidade de saber filtrar muito bem os conteúdos
- Ao tentar copiar um modelo que não se encaixa à sua realidade, a tendência é que você passe a acreditar que planejamento financeiro é algo inalcançável
- Tão importante quanto criar o planejamento financeiro é acompanhá-lo ao longo do tempo
As redes sociais TikTok, YouTube e Instagram invadiram a vida das pessoas. Porém, essas ferramentas e a chuva de informações que elas trazem consigo geram a necessidade de saber filtrar muito bem os conteúdos.
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Nos últimos anos, tenho visto muita gente recomendar “receitas de bolo” sobre planejamento financeiro, dizendo porcentagens ideais do salário para se gastar com cada tipo de despesa.
A intenção desses influenciadores pode ser boa, mas na prática isso pode gerar um distanciamento das pessoas em relação ao planejamento financeiro.
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Ao tentar copiar um modelo que não se encaixa à sua realidade, a tendência é que você passe a acreditar que planejamento financeiro é algo fixo, proibitivo e inalcançável. E esse é o maior erro que você pode cometer.
“O planejamento financeiro não é uma camisa de força, ele é um auxílio para alcançar seus objetivos. A ideia é maximizar o consumo a partir da sua renda, fazendo adaptações ao longo do tempo quando houver mudanças na renda e/ou nas suas necessidades”, diz Fabio Araujo, planejador financeiro e autor dos livros “Sociedade da Fortuna” e “O Cão Pidão”, sobre educação financeira para jovens e crianças.
Duas maneiras de se planejar financeiramente
Conversando com Araujo, chegamos à conclusão de que existem duas maneiras de fazer um planejamento financeiro: a partir de um objetivo específico, ou buscando qualidade de vida de forma geral ao longo do tempo.
O primeiro é mais simples, afinal, se você precisa de R$ 5 mil daqui a 12 meses, fica mais fácil calcular quanto será preciso aplicar todos os meses, que tipos de investimentos são os ideais para isso e quais ajustes no seu orçamento serão necessários.
Já o segundo modelo de planejamento financeiro exige uma reflexão mais profunda. Ele funciona como ir ao médico: primeiro, é preciso fazer um diagnóstico para então traçar um tratamento.
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Comece se perguntando: tenho uma renda fixa ou variável com o meu trabalho? Quanto é essa renda? Quais os meus principais gastos? Tenho dívidas? Dependentes?
Além das informações práticas sobre suas finanças, é importante que você mapeie seus comportamentos. Você tem propensão a gastar compulsivamente? Lida bem com o cartão de crédito? Faz dívidas com facilidade? Se conhecer é o primeiro passo para criar ferramentas capazes de evitar desvios na estrada rumo à vida financeira desejada.
Para Milena Germano Rodrigues Ferreira, aluna do ensino médio de uma escola estadual de São Paulo que passou pelo programa de educação financeira da Multiplicando Sonhos, planejamento financeiro é gastar menos do que recebe, reconhecer os gastos desnecessários e, principalmente, entender o impacto que essa mudança de comportamento causa na sua vida e na sociedade.
Com o diagnóstico feito, você deve criar o hábito de anotar seus gastos e tudo o que entra na sua conta. Assim, ficará mais fácil perceber de onde vem e para onde vai o seu dinheiro.
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Analise com cuidado aquilo que é supérfluo e aquilo que é essencial para você e entenda: se você ama futebol, por exemplo, não tem problema nenhum dedicar uma parte do seu orçamento a ir ao estádio, contanto que tenha moderação.
Se privar de fazer coisas que você ama para tentar alcançar níveis extremos de economia de dinheiro é o jeito mais fácil de desistir de vez do planejamento financeiro. Por isso reforço: crie a sua própria “receita de bolo”.
Acompanhamento
Tão importante quanto criar o planejamento financeiro é acompanhá-lo ao longo do tempo. Ele precisa ser funcional ao longo da sua vida, por isso, você deve refazê-lo quantas vezes for necessário.
Teve uma mudança na sua renda, por exemplo? Revisite o planejamento e reequilibre as contas.
Se necessário, não hesite em procurar um consultor financeiro. Certamente, este não será um gasto, mas sim um investimento de longo prazo. “O consultor financeiro tem dois papéis: o técnico, que é dar as informações e ferramentas adequadas à pessoa de acordo com o perfil e os objetivos dela, e o papel de mentor, já que ele ajuda pessoas que não têm o hábito de pensar suas próprias finanças a começarem a fazer isso”, diz Araujo.
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Para Renata Abreu, 18, aluna do 3º ano de uma escola estadual que acabou de receber o programa de educação financeira da Multiplicando Sonhos, o planejamento financeiro é um guia e é necessário dedicação. “Não dá para parar e esperar tudo acontecer, mas com a ajuda certa se torna mais fácil e o caminho fica mais amplo para enxergar novas oportunidades”.
No final das contas, não se esqueça que, independente de se inspirar em um consultor financeiro habilitado ou na pessoa que você segue no TikTok, quem lida com o seu planejamento financeiro no dia a dia é você e a sua família. Utilize as informações disponíveis a seu favor e tome as rédeas da sua vida financeira.
E para finalizar, a Milena e a Renata concordam que a receita para o planejamento financeiro exige dedicação e foco, mas não adianta ficar parado esperando a sua vida financeira dar uma guinada. É preciso começar!
Lá na frente você me fala se valeu a pena, combinado? Bom planejamento!
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*Colaboração de Giovanna Castro e Andréa Tavares