Investimento não é cassino

Fabrizio Gueratto tem quase 20 anos de experiência no mercado financeiro. É especialista em investimentos, professor de MBA em Finanças, autor do livro “De Endividado a Bilionário”, fundador da Gueratto Press e criador do Canal 1Bilhão, com quase 21 milhões de visualizações no YouTube

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Fabrizio Gueratto

Eletrobras (ELET6): o que o investidor deve esperar da privatização

As ações ELET6 registraram alta de 4% no dia em que a Câmara aprovou a venda da empresa

Logo da Eletrobras (Foto: Brendan McDermid/Reuters)
  • Na última quarta-feira (19), a Câmara dos Deputados aprovou o texto que propõe a privatização da Eletrobras
  • Apesar do saldo positivo registrado no 1º trimestre de 2021, ainda é preciso analisar o histórico da estatal de energia, que em comparação com empresas semelhantes do setor acumula prejuízos desde 2014
  • Outras instituições permanecem sob a sombra de uma possível privatização, enquanto dividem opiniões sobre quando o processo realmente acontecerá

Na última quarta-feira (19), a Câmara dos Deputados aprovou o texto que propõe a privatização da Eletrobras (ELET6). A proposta seguiu para o Senado, no aguardo de que seja votada até o dia 22 de junho para que não perca a validade. Espera-se levantar R$ 60 bilhões com a operação prevista para ser concluída no início de 2022.

Caso a proposta seja aceita sem mudanças pelo Senado, ela seguirá para a sanção presidencial mas, se houver modificações, volta para a Câmara. Devido à aprovação do texto e as expectativas em relação à privatização da Eletrobras, as ações ELET6 apresentaram volatilidade antes e depois da sessão de quarta-feira, quando registraram uma alta de 4%.

O que esperar da privatização da Eletrobras (ELET6)

Com a privatização da Eletrobras (ELET6), é esperado que os consumidores paguem mais R$ 20 bilhões por ano para a empresa, de acordo com a estimativa da Abrace (Associação dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres). Porém, a contratação de termelétricas em locais já definidos, em quantidades, como também sem o suporte e estudo técnico necessário, pode trazer alguns riscos.

Apesar do saldo positivo registrado no 1º trimestre de 2021, ainda é preciso analisar o histórico da estatal de energia, que em comparação com empresas semelhantes do setor acumula prejuízos desde 2014.

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Pela privatização, que na prática funcionará mais como uma capitalização, espera-se uma redução de custos e benefícios para a renovação de concessões da geração e ganhos operacionais.

Outras instituições também serão privatizadas após a Eletrobras (ELET6)?

Outras instituições permanecem sob a sombra de uma possível privatização, enquanto dividem opiniões sobre quando o processo realmente acontecerá. Um exemplo é o dos Correios, que em março foi incluído no Programa Nacional de Desestatização (PND).

Existem ainda as empresas que seguem fora do radar, como o Banco do Brasil (BBAS3) por contar com o apoio do setor agrícola. E a Petrobras (PETR4), que se salva pelo apego saudosista da própria população e por estratégias governamentais.

Eu acredito que a “privatização” irá realmente sair, assim como acredito na privatização dos Correios. O governo ainda não conseguiu fazer nada do que tinha planejado. Inclusive, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou não prometer mais nada, por não saber quando as coisas irão sair.

Portanto, mesmo com todos os trâmites e com as incertezas, acho que a privatização vai acontecer. Claro que não da maneira que deveria, mas será o famoso melhor que nada.

Leia mais sobre a privatização da Eletrobras (ELET6) aqui

Assista ao vídeo exclusivo sobre as expectativas para a privatização da Eletrobras (ELET6) com Bea Aguillar, do Papo de Bolsa, e Bernardo Pascowitch, do Yubb: