Investimento não é cassino

Fabrizio Gueratto tem quase 20 anos de experiência no mercado financeiro. É especialista em investimentos, professor de MBA em Finanças, autor do livro “De Endividado a Bilionário”, fundador da Gueratto Press e criador do Canal 1Bilhão, com quase 21 milhões de visualizações no YouTube

Escreve semanalmente às quintas-feiras

Fabrizio Gueratto

Investir em fundo imobiliário (FII) ou comprar imóvel?

O que é mais vantajoso para o investidor? Será que a liquidez de um imóvel será maior do que investir em FII?

(Foto: Pixabay)

Se você está na faixa dos 30 e poucos anos, assim como eu, com certeza já ouviu de seus pais que precisava de uma casa para morar. Quando digo que é para morar, estou falando de comprar.

É muito comum as pessoas acreditarem que possuir um imóvel é um ótimo negócio, afinal, em tese, todo mês terá um dinheiro extra pingando na sua conta. Entretanto, já pensou nos gastos que você vai ter até o imóvel começar a render?

E pior, será que a liquidez da moradia vai ser maior que seu investimento? A minha experiência pessoal com esse tipo de aplicação me diz que quase nunca isso acontece.

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Por que não recomendo a compra de imóveis 

No meu caso, após ouvir de muitas pessoas que eu deveria “possuir um imóvel”, resolvi adquirir um apartamento. Sendo assim, comecei a procurar pelos que possuíam a maior liquidez aqui em São Paulo, até que cheguei em um pequeno apartamento na região de Moema.

Um bairro bom, movimentado e com diversas alternativas para quem mora por lá, como shoppings e supermercados ao seu redor. Após concretizar o negócio, veio o meu primeiro problema com imóveis, ter que fazer uma reforma, mesmo que bem simples, para poder alugar.

Ou seja, estaria gastando dinheiro com pintura, manutenção e outras pequenas melhorias no apartamento. Assim, eu segui tendo custos, porque até o primeiro inquilino aparecer, tive que arcar com o condomínio e o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

Problemas com inquilinos

Quando finalmente aluguei o apartamento, a pessoa não se manteve pelos três anos de contrato que tínhamos assinado. Então, começou mais uma saga para alugar de novo o apartamento.

O segundo inquilino também não ficou até o fim do contrato. E assim percebi que era melhor vender o imóvel, pois além de todo o transtorno que tive, os lucros que ele me trouxe foram mínimos.

Qual alternativa para investir em imóveis?

Hoje eu continuo investindo em imóveis? No momento não. Porém, já estou analisando e logo pretendo investir em fundos de investimento imobiliários (FIIs), que é muito mais vantajoso que adquirir uma propriedade.

Existem muitas vantagens para quem investe nos fundos. A primeira delas faz parte do Método MR2, ter diversificação na carteira, e melhor ainda, gastando pouco. Por exemplo, com R$ 100, você consegue investir em diversos imóveis por meio de um fundo. Ou ainda, aplicar dinheiro em “fundos de fundos”, que são formas de investir em diversos FIIs de uma só vez. Ou seja, é muita diversificação mesmo.

Vantagens de investir em fundos imobiliários

Você também pode ter uma liquidez maior, ou seja, possui mais facilidade e velocidade para ser convertido em dinheiro. Quando tentei vender meu apartamento, fiquei meses para “me livrar” daquele imóvel. Isso não acontece com os FIIs. Afinal, a venda deles é quase como uma venda de ação.

Com isso, temos a terceira vantagem, é muito mais previsível saber quanto esses ativos vão render. Apesar de ser uma renda variável, a média dos pagamentos dos dividendos de fundos imobiliários é de 0,6%. Isso porque é muito raro que eles rendam 0%, afinal, você está investindo em diversos imóveis de uma só vez.

Portanto, essa característica torna os investimentos muito mais práticos, até porque você só precisa adquirir ou vender os fundos, isso sem falar que eles também não necessitam de uma gestão pessoal. Claro que é preciso acompanhar a situação do fundo, mas diferente de uma propriedade, não existe a necessidade de estar ali sempre presente.

Leia mais sobre os fundos imobiliários.

Assista ao vídeo exclusivo sobre 5 dicas para investir em fundos imobiliários: