- Além do aporte individual feito por Buffett, mais 250 milhões foram recebidos pelo banco digital por novos investidores
Na última terça-feira (08), foi anunciado o aporte de US$ 500 milhões da Berkshire Hathaway, empresa de Warren Buffett, no Nubank da NuConta. O investimento faz parte de uma rodada de aplicações iniciada em janeiro, o valor total da captação agora alcançou R$ 1,15 bilhão. Além do aporte individual feito por Buffett, mais 250 milhões foram recebidos pelo banco digital por novos investidores liderados pela Sands Capital. Mas, vale questionar: qual é o verdadeiro interesse do americano na companhia, e como isso afeta o cliente brasileiro?
Prejuízo do Nubank
Em 2020, o banco digital registrou um prejuízo de R$ 230 milhões. Assim, por que Buffett investiria seu capital justamente numa empresa que gera perdas? Contudo, a lógica de uma startup é contrária ao esperado pelo investidor brasileiro. Visto que, é normal que uma companhia como a Nubank não dê apenas lucros.
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Startups geralmente possuem um investimento maior do que a receita anual, já que visam aumentar rapidamente a base de clientes e a faturação, assim perdas são comuns nos primeiros anos. Então, o investidor anjo e das séries A, B e C estão acostumados com esse sistema.
Expansão Global
Outro motivo que reafirma o aporte de Buffett são as perspectivas de expansão da companhia. De acordo com David Vélez, fundador e CEO do Nubank, a abertura de um IPO no Brasil não é a prioridade no momento. Mas, a entrada de um investidor como Buffett tem relação com os planos futuros da instituição financeira e com a realização de um evento de liquidez, ocasião onde o dinheiro retorna ao investidor. Esse retorno de aporte pode ocorrer de duas formas: venda da empresa ou abertura de um IPO.
A fala de Vélez é composta por uma meia verdade. A expectativa é que a abertura de um IPO aconteça nos Estados Unidos, visto a credibilidade da marca de Warren Buffett e o costume dos americanos de investirem em empresas que provavelmente irão gerar lucro no futuro sem uma garantia imediata.
Clientes do Nubank
Com um marco de 40 milhões de clientes no Brasil, existe a chance de saturação no mercado nacional. Assim, um dos motivos para o investimento de Buffett é a expansão global do banco, visto o foco de crescimento da empresa fora do país. Considerando que a companhia possui dois ativos valiosos, o primeiro é um modelo de negócios replicável, onde a mesma fórmula pode ser aplicada em outros lugares do mundo. E, em segundo lugar, um modelo de negócios escalável, quando o crescimento de contratação não necessariamente é o mesmo da expansão da empresa, dado o aspecto digital do banco.
Limite de cartão de crédito
Contudo, mesmo com a entrada do cheque feito por Buffett, é improvável que o banco aumente o limite de crédito das contas dos usuários, como acreditam os clientes brasileiros. Outros dos benefícios que chegam junto ao aporte é o branding, que funciona como um selo de qualidade estabelecido pela marca de Warren Buffett.
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No começo, uma startup possui valores atribuídos nas séries de investimentos realizados, onde a cada nova série o valor aplicado aumenta, junto com os contatos trazidos pelos novos investidores. Assim, outro ativo valioso é o networking que a Berkshire Hathaway disponibiliza ao Nubank.
Banco Inter
Uma das razões para Buffett não investir no Banco Inter é a falta de um projeto de internacionalização da instituição mineira. Cujo plano de negócios não é aplicável em outros países, ao contrário do Nubank que vem fortalecendo suas operações no México e na Colômbia.
Assista ao vídeo exclusivo sobre o investimento de Warren Buffett no Nubank: