- No Brasil, a Petrobras (PETR3; PETR4) tem sido frequentemente alvo de debates sobre a interferência governamental, especialmente durante o governo do presidente Lula
- A interferência do governo na política de dividendos da Petrobras muitas vezes gerou incertezas e desafios para os investidores
- Uma das principais formas de interferência do governo Lula na estatal foi a sua utilização como instrumento de política econômica e social
A relação entre o governo e as empresas estatais sempre foi um tema de grande relevância e discussão no cenário político e econômico mundial. No Brasil, a Petrobras (PETR3; PETR4), que é uma das maiores companhia estatais do País e uma das líderes globais no setor de energia, tem sido alvo frequente de debates sobre a interferência governamental, especialmente durante os governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Nos dois primeiros mandatos do presidente Lula, a Petrobras experimentou várias formas de interferência governamemtal, incluindo a questão dos dividendos, o que teve impactos significativos sobre os acionistas da empresa.
Vale destacar que os dividendos são uma parcela dos lucros distribuída aos acionistas, sendo uma das formas de retorno do investimento na empresa. No entanto, a interferência do governo na política de dividendos da Petrobras muitas vezes gerou incertezas e desafios para os investidores. Eu poderia falar sobre a Lava Jato, mas vamos deixar esse assunto de fora. Não é o foco neste momento.
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Uma das principais formas de interferência do governo Lula na Petrobras foi a utilização da empresa como instrumento de política econômica e social. Isso incluiu a manipulação dos preços dos combustíveis, com o objetivo de controlar a inflação e garantir o acesso da população a produtos essenciais a preços mais baixos. Embora essa medida possa ter benefícios de curto prazo para a economia e para os consumidores, ela também impactou diretamente a saúde financeira da petroleira e, consequentemente, a distribuição de dividendos aos acionistas.
O controle dos preços dos combustíveis pela Petrobras, sob influência do governo, muitas vezes levou a uma redução dos lucros da empresa, o que por sua vez impactou a capacidade de distribuir dividendos de forma consistente e atrativa para os acionistas. Isso criou um ambiente de incerteza e os investidores passaram a enfrentar variações significativas nos retornos de seus investimentos na companhia, dependendo das políticas adotadas pelo governo em relação à empresa.
Além disso, o governo Lula também interferiu em questões de gestão e governança corporativa da estatal. Nomeações políticas para cargos de liderança, pressões por decisões alinhadas com interesses políticos e a falta de autonomia da empresa em determinadas áreas estratégicas foram alguns dos desafios enfrentados pelos acionistas. Esses fatores afetaram a confiança dos investidores na Petrobras e influenciaram diretamente a percepção de risco associada ao investimento na empresa.
É importante ressaltar que a interferência do governo em empresas estatais como a Petrobras não é exclusiva do governo Lula e nem se limita ao contexto brasileiro. Em muitos países, a relação entre o Estado e as empresas estatais é objeto de debates e análises constantes, visando encontrar um equilíbrio entre interesses políticos, econômicos e dos investidores privados.
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Agora, mais uma vez, observamos o que já era esperado. De repente, a empresa anuncia que os sonhados dividendos que eram repassados aos donos da Petrobras, no caso os acionistas, podem não mais serem pagos. As ações despencaram mais de 10% em um único dia, o que talvez faça o governo repensar se com esse populismo o ‘feitiço’ poderá virar contra o feiticeiro.
Não tem saída. A Petrobras precisa ser privatizada. Quem pensa que se a companhia estiver 100% na mão na iniciativa privada o preço dos combustíveis será mais alto, se engana. Quem determina o preço é, ou pelo menos deveria ser, o dólar e o barril de petróleo. É assim no mundo inteiro.