- É preciso ter cautela na hora de investir em renda variável quando a renda fixa está garantindo retornos altos
- O momento macroeconômico global, que aponta para uma possível recessão, não é favorável para apostar em empresas como a Oi
- Com a Selic a 13,75%, investir em uma empresa que saiu de recuperação judicial e pode voltar a ela é imprudente
Já começo meu artigo contando que já investi na Oi, acredito no novo modelo de negócio da companhia e na execução do plano traçado pelo diretor executivo (CEO), Rodrigo Abreu. Mas será que só isso é suficiente para investir na empresa?
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Como acabei de falar, já investi, mas não invisto mais, e não foi porque deixei de acreditar na empresa. Mas quando falamos de investimentos é preciso muito mais do que apenas acreditar.
Em primeiro lugar, precisamos levar em conta a alta da taxa Selic. Quando a renda fixa paga muito, como agora, com título que chegam a dar de retorno o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) +9%, a relação risco versus retorno da renda variável muda de patamar.
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A escolha das ações para se ter na carteira exige mais cautela em um momento em que um novo governo assume, em que existe o risco de recessão global e quando a renda fixa está bombando. É por este mesmo motivo que as empresas de tecnologia sofrem nesses períodos. Quando o custo do dinheiro fica mais caro, o risco precisa ser triplamente analisado.
Voltando ao caso da Oi, eu arriscaria dizer que 50% dos investidores na verdade são apostadores que, com a ilusão de estarem comprando uma ação “barata” simplesmente porque ela custa em torno de R$ 1,00, acreditam ser mais fácil que o valor investido se multiplique por 10 vezes ou 20 vezes em um curto espaço de tempo.
Costumo falar que você pode investir no que quiser, desde que duas perguntas estejam muito bem respondidas: Por que você investe e qual porcentual do seu patrimônio você pode investir neste ativo?
Com a Selic em 13,75%, investir em uma empresa que acabou de sair de uma recuperação judicial – e que em breve pode voltar para ela – beira a irresponsabilidade. Como já disse anteriormente, acredito, sim, no modelo de negócio de fibra ótica da empresa, que tem o banco BTG Pactual por trás. Porém, a conjuntura atual macroeconômica não favorece este tipo de ativo.
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A mesma lógica vale para as ações das Lojas Americanas. O risco não compensa a possibilidade de retorno. Com certeza não compensa.