

Na última década, vimos um fenômeno acontecer: o desprezo pelo lucro. As empresas mais quentes do mercado eram aquelas que cresciam demais, mas nunca lucravam.
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Na última década, vimos um fenômeno acontecer: o desprezo pelo lucro. As empresas mais quentes do mercado eram aquelas que cresciam demais, mas nunca lucravam.
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Foi uma enxurrada de negócios que alcançaram valuations inimagináveis, mas com prejuízos igualmente impressionantes. O dinheiro do investidor foi a gasolina no tanque dessas empresas.
Agora, há sinais de que o vento virou. Os portais estão abarrotados de notícias dizendo que acabou a festa do dinheiro fácil dos VCs.
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Aqui no Brasil, unicórnios que captaram muito dinheiro nos últimos anos deram início a uma onda de demissões. Nas últimas semanas, mais de 5 mil vagas foram cortadas em meia dúzia de empresas.
Será que “dar lucro” está voltando à moda?
No mundo dos investidores de risco, é bom ter empresas que crescem muito. O valuation sobe, o valor aportado se multiplica e tudo fica bem. Mas quando uma empresa faz IPO, ela muda de fase no joguinho. E aí o mercado olha não apenas sua capacidade de crescer, mas também sua “auto-sustentabilidade”.
Uma grande transformação não acontece da noite para o dia. Os sinais, pequenos e às vezes imperceptíveis, aparecem por todos os lados. Basta interpretá-los e juntar os pontos. Veja o exemplo da Netflix. É simples, mas didático:
1. Os concorrentes crescem mais rápido que ela há algum tempo. Antes, ela navegava num oceano azul, que foi ficando vermelho rapidamente
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2. O relatório trimestral da empresa reportou a primeira queda no número de usuários. Foram perdidos 200 mil assinantes no período, o que proporcionalmente não é muito significativo
3. O mesmo documento traz a informação de que, no semestre seguinte, a expectativa é da perda de 2,5 milhões de assinantes, 12x mais do no período anterior
4. A gestora Pershing Square, grande acionista do Netflix, decide realizar um prejuízo de US$ 400 milhões e sair do negócio “na baixa”. Sinal de que ela enxerga uma perda muito maior logo ali
5. A Netflix está aumentando preço do serviço e estuda inserir publicidade no conteúdo. Sinal vermelho para os assinantes, que costumam pagar para NÃO ver propaganda
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6. O YouTube e o Spotify, por exemplo, são gratuitos. Você paga para não ver propagandas. Como a Netflix fará o caminho inverso? Você pagaria o dobro do que paga hoje, pra não ver um anúncio?
Parece óbvio que uma grande mudança vai acontecer neste segmento, não? Se vai de fato, o futuro dirá. Mas não espere sentado para ver o que acontece.
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