- Nos últimos meses, o termo “inteligência artificial” não deve ter saído da sua timeline. Afinal, nunca se falou tanto sobre o tema como agora
- Você sabe como a inteligência artificial está mudando o mundo dos investimentos? Como esses dois setores tão distintos podem se complementar de maneira tão genuína?
- Consigo apresentar duas maneiras que vão ajudar a entender tais questionamentos
Nos últimos meses, o termo “inteligência artificial” não deve ter saído da sua timeline. Afinal, nunca se falou tanto do tema como agora. Há diversas definições de IA, mas podemos nos concentrar na habilidade de uma máquina ou sistema performar funções cognitivas comumente associadas e desempenhadas por mentes humanas.
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É preciso pontuar que não se trata de uma novidade por completo. Siri e Alexa são exemplos mais modernos de Inteligência Artificial, mas a história começa em 1950 com Alan Turing, o primeiro a mencionar o termo em seu pioneiro artigo “Computadores e inteligência”, publicado na revista Mind. A partir dele, diversos outros estudos foram desenvolvidos a fim de testar a proposta do matemático. Foi então que evoluções constantes começaram a acontecer.
O destaque que o tema tomou recentemente, principalmente desde novembro de 2022, se deve ao fato de a “IA Generativa” entrar no mainstream com a liberação do ChatGPT para o público geral. Como o nome diz, a tal mecânica é capaz de gerar conteúdo novo em texto e imagem por meio de um modelo autossuficiente.
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Você pode estar saturado de ler sobre isso e pensar que já viu e entendeu tudo. Mas posso afirmar que nem tudo foi dito, ainda mais com a volatilidade em que vivemos. Quero deixar aqui uma provocação para um aprofundamento: você sabe como a Inteligência Artificial está mudando o mundo dos investimentos? Como esses dois setores tão distintos podem se complementar de maneira tão genuína?
Consigo apresentar duas maneiras que vão ajudar a entender tais questionamentos. Primeiro, com o leque de informações e a capacidade de analisar dados para prever o comportamento dos mercados e, segundo, por meio da disrupção das indústrias com novas oportunidades para investidores.
Avanços como o ChatGPT e a IA Generativa são ótimos exemplos dessas frentes. Ao processar grandes volumes de informações em tempo real, a IA consegue identificar tendências, correlações complexas e potenciais indicadores, permitindo uma previsão mais precisa das movimentações do mercado e ideias diferenciadas. Ao capacitar os profissionais com insights mais profundos e perspicazes, a Inteligência Artificial se posiciona como uma ferramenta crucial para a tomada de decisões e estratégias mais sólidas no cenário financeiro e empresarial.
Em paralelo, ChatGPT e a IA Generativa também têm o potencial disruptivo em diferentes indústrias, gerando novas e diferentes oportunidades para investidores. Como, por exemplo, o setor de semicondutores, no qual a Inteligência Artificial poderá apoiar a inovação, melhorar a eficiência de produção e otimizar o desempenho dos dispositivos.
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Há também as empresas com dados proprietários que, por meio da Inteligência Artificial, permitirão a busca por insights valiosos de suas informações exclusivas, otimizando processos internos e a tomada de decisões mais controladas. Algumas organizações no setor de saúde serão outras grandes beneficiadas com os avanços tecnológicos. Por meio da adoção de IA em neurociência, o setor está acelerando o progresso e expandindo as possibilidades nas pesquisas e desenvolvimento de novas drogas, diagnósticos e entendimento do cérebro humano.
Na BlackRock, vemos esses benefícios na prática com o Aladdin, nosso software que combina análise de risco sofisticada com ferramentas abrangentes de gerenciamento de portfólio, negociação e operações em uma plataforma unificada. É também com IA que conseguimos potencializar a análise de milhares de earning reports simultaneamente, procurando palavras indicativas de determinados mercados e mensurando o sentimento de como esses termos são abordados. Dessa forma, a tecnologia nos ajuda a identificar com mais facilidade e rapidez tendências do futuro que ainda não estejam aparecendo nos números, melhorando a performance do investidor e auxiliando nas tomadas de decisões.
Entretanto, é importante frisar que, embora a IA traga inúmeras vantagens, o papel dos profissionais ainda é fundamental para interpretar os resultados, garantir a ética no uso dos dados e aprimorar continuamente as estratégias planejadas na interação entre conhecimento humano e Inteligência Artificial. Como pontuei no início, nunca se falou tanto neste conceito quanto na atualidade. E isso acaba gerando um grande questionamento: a IA está “overhyped”? Acredito que a resposta seja negativa.
A Inteligência Artificial tem o poder de revolucionar a maneira como lidamos com o mundo – e no segmento dos investimentos não é diferente. Essa ferramenta não pode ser ignorada como uma simples tendência passageira, uma vez que os valuations de empresas expostas a esse tema estão em linha com o setor de tecnologia como um todo. Creio também que a adoção crescente da Inteligência Artificial continuará impulsionando os fundamentos dessas empresas e oferecendo oportunidades atraentes para investidores.
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Vivenciamos uma histórica parceria entre a IA e o setor financeiro – especialmente o mercado de investimentos -, que está apenas começando a revelar todo o seu potencial. Contudo, é importante lembrar que a adoção da IA requer uma abordagem criteriosa e baseada em dados sólidos, afinal, é essencial compreender suas limitações e não superestimar seus potenciais benefícios. Portanto, a melhor maneira de extrair tudo o que a tecnologia tem a nos oferecer é aliando-a à experiência humana, que está longe de poder ser substituída.