Como controlar as emoções ao investir

Marcelo Biasoli é executivo do mercado financeiro com experiência em liderar áreas de Inovação, Estratégia, Desenvolvimento de Negócios e Marketing. Também é coach com conhecimento e paixão pelo desenvolvimento humano e neurociência aplicada aos negócios, combinando as competências de future thinking, criatividade e intraempreendedorismo para impulsionar investimentos e acelerar negócios.

Escreve mensalmente, às quartas-feiras

Marcelo Biasoli

Como investimentos em educação potencializam o mercado de trabalho

Conheça a fórmula para potencializar as oportunidades no mercado de trabalho

(Foto: Envato Elements)
  • O alarmante número de mais de 14 milhões de brasileiros desempregados tem causado preocupação nos diversos grupos de investidores nacionais e estrangeiros
  • A saída para a melhoria contínua da taxa de desemprego passa pelo crescimento do país
  • Entretanto, o verdadeiro “antídoto” para reverter esse cenário no curto e longo prazo chama-se Educação

O alarmante número de mais de 14 milhões de brasileiros desempregados tem causado preocupação nos diversos grupos de investidores nacionais e estrangeiros, empresários da iniciativa privada e tem tirado o sono daqueles que fazem parte desse grupo.

Esses dados tornam-se ainda mais preocupantes quando se identifica, de acordo com a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia, que metade dos brasileiros desempregados por muito tempo possuem idade entre 18 e 29 anos e que 80% desses jovens possuem apenas o ensino médio. Eis aqui um grande problema. Como preparar o país para os próximos 10 anos se os nossos jovens não colocam em prática as habilidades exigidas pelo mercado de trabalho?

Um estudo realizado pelo Insper, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, mostrou que o Brasil perde anualmente R$ 214 bilhões, o equivalente a 3% do PIB, com a evasão escolar e isso afeta diretamente a empregabilidade e a remuneração desses jovens no mercado.

Preencha os campos abaixo para que um especialista da Ágora entre em contato com você e conheça mais de 800 opções de produtos disponíveis.

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade do Estadão , com a Política de Privacidade da Ágora e com os Termos de Uso

Obrigado por se cadastrar! Você receberá um contato!

A saída para a melhoria contínua da taxa de desemprego passa pelo crescimento do país e existem uma série de iniciativas importantes a serem implementadas como: investimentos em infraestrutura econômica, social e produtiva, acesso ao crédito, incentivo ao consumo, implementação de políticas fiscais e monetárias adequadas, ações governamentais de incentivos e de melhoria na gestão de gastos públicos, entre outras.

Entretanto, o verdadeiro “antídoto” para reverter esse cenário no curto e longo prazo chama-se Educação. Existem exemplos de países que a utilizaram como pilar de transformação e o mais interessante é o caso de Singapura, no sudeste asiático.

A transformação de uma pequena vila de pescadores no início do século XIX em uma cidade-país moderna e próspera mostra indicadores impressionantes. Com quase 6 milhões de habitantes atualmente, o país teve seu PIB per capita multiplicado por 56x (1960-2016), uma queda significativa na taxa de desemprego (9% em 1965 para 3,1% em 2019) e um crescimento de 200% no investimento em educação (1959-2016). Uma verdadeira revolução, que teve a educação desempenhando um papel central no desenvolvimento da economia do país.

Hoje, o sistema de Educação de Singapura é considerado um dos melhores do mundo. E isso não se restringe apenas as escolas de ensino médio, mas também no ensino universitário, com a Universidade Nacional sendo uma instituição renomada globalmente. Exemplos como esse mostram que ter uma boa base para a formação das pessoas e um contínuo processo de aprendizagem fazem a diferença.

São vários os componentes dessa fórmula a serem discutidos e aproveito para ressaltar três importantes frentes de investimento para aqueles que buscam novas oportunidades e sonham em ter uma vida balanceada e cheia de esperança.

A racionalidade da Educação Financeira na prática

A educação financeira se apresenta como uma das mais importantes frentes de conhecimento para amenizar os impactos do desemprego e para aqueles que querem se preparar para uma mudança na carreira, uma vez que, as pessoas passam a conhecer e colocar prática técnicas de como construir sua reserva financeira, gerir melhor seus gastos, conhecer as diversas opções de investimentos, entre outras.

Algumas ações são fundamentais como: fazer um planejamento para esse período que vai incluir uma revisão dos gastos mensais, uma avaliação e revisão das dívidas e uma procura por novas fontes de renda. Além disso, avaliar o que é necessário e supérfluo e vender o que não se usa também compõem o “kit de ações” a serem adotadas. Para aqueles que possuem uma reserva financeira, fazer uma avaliação do portfólio e realocar os ativos a fim de arriscar mais para buscar uma melhor rentabilidade, pode ser uma alternativa.

Também é importante, dentro do planejamento, definir objetivos e indicadores para o futuro, além de estabelecer períodos de avaliação das receitas x despesas. Esse planejamento auxilia nas decisões que devem ser tomadas em cenários de não atingimento das metas traçadas.

Uma dica importante: assuma o comando nesse processo, busque conhecimento, estude e leia livros básicos sobre finanças pessoais. Lembre-se de que você não precisa de nenhum curso sofisticado para se tornar o gestor das suas finanças. Uma vez que você esteja liderando esse processo, escute as diferentes opiniões de especialistas na área. O difícil será falar não para uma viagem com os amigos.

Novas competências como alavancador de oportunidades

Além dos constantes desafios econômicos e políticos, a hiper competitividade, a complexidade e as incertezas no mercado fazem com que empresas e pessoas busquem alternativas para antecipar as tendências e expandir o conhecimento.

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, 50% das pessoas que estão no mercado de trabalho no mundo vão precisar desenvolver novas competências nos próximos cinco anos. Ou seja, novas habilidades vão entrar no radar das empresas e serão exigidas de quem está a procura por um novo emprego.

Serão importantes habilidades técnicas como: programação, e design de tecnologia, mas ao mesmo tempo as habilidades socioemocionais ganham cada vez mais espaço. Inteligência emocional, criatividade, resolução de problemas complexos, persuasão, negociação, resiliência, flexibilidade, capacidade de inovação, entre outras estão no hall de competências mencionadas pelo Fórum Econômico Mundial.

Além disso, o aprendizado contínuo (lifelong learning), será uma habilidade cada vez mais valorizada no mercado de trabalho. Conseguir aprender rápido para se adaptar será crucial em um mundo moderno repleto de mudanças.

Para colocar isso em prática, invista na expansão das suas habilidades socioemocionais. Faça cursos e especializações para desenvolver a sua inteligência emocional e uma comunicação assertiva. Aprimore o conteúdo que você consome. Deixe de lado as redes sociais e invista o seu tempo em conteúdo que vai te proporcionar reflexão, questionamentos e principalmente te convidar para uma viagem no mundo da criatividade e inovação.

Você é o seu principal aliado

Apesar de contraditória, essa pode ser a grande oportunidade da sua vida. A busca pelas respostas deve partir de dentro para fora e não de fora para dentro. Conhecer melhor a suas emoções e seus sentimentos é o primeiro importante passo para começar a desvendar o que você deseja para sua carreira profissional e quais aventuras e riscos quer enfrentar com base nas incertezas e no desconhecido que vão aparecer pela frente.

Uma avalanche de emoções entra no lugar da racionalidade e dar tempo para observar e conhecer as suas reações é muito importante para não tomar decisões precipitadas. É comum, na ansiedade de voltar logo para o mercado de trabalho, algumas pessoas aceitarem posições e desafios que não condizem mais com aquilo que desejam para si. Uma dica: seja honesto com você mesmo. Observe, estude e desafie o conhecimento sobre você. Permita-se acolher seus sentimentos e busque ser mais consciente sobre seus movimentos. Além disso, é preciso utilizar o tempo a seu favor para que essas reflexões comecem a tomar forma em seu pensamento. Ao invés de realizar uma busca frenética por um novo emprego, a vida pode estar convidando você a “girar pratinhos” e experimentar novas situações.

E para terminar esse artigo, aí vai mais uma dica. Em seu livro Mindset, a psicóloga Carol Dweck explica que o mindset não é um mero traço da nossa personalidade, mas sim a explicação de porque somos otimistas ou pessimistas, bem-sucedidos ou não. Ele define nossa relação com o trabalho e com as pessoas. É um fator decisivo para que todo o nosso potencial seja explorado.

Para a isso autora divide o mindset em dois. Quem desenvolve o mindset de crescimento, não tem medo de falhar, está sempre aprendendo com seus erros, e acredita que seu talento é apenas um ponto de partida, suas habilidades sempre serão desenvolvidas e seu sucesso depende de sua dedicação e esforço.

Já aqueles que possuem um mindset fixo, acreditam simplesmente que é ou não é inteligente, possuem medo de falhar e pensam que esforço é para os fracos. E você, qual mindset quer colocar em prática?