Publicidade

Colunista

Tensão no Oriente Médio pode turbinar lucros e dividendos da Petrobras

O barril do petróleo tipo Brent — referência global — subiu de US$ 60 no início de maio para acima de US$ 75 ao fim da semana passada

Fachada da Petrobras (PETR4) (Foto: Adobe Stock)
Fachada da Petrobras (PETR4) (Foto: Adobe Stock)

O mundo está mais uma vez sob a sombra da instabilidade geopolítica no Oriente Médio e os reflexos já começam a ser sentidos nos mercados. Na noite do último sábado (21), os Estados Unidos intensificaram sua participação no conflito entre Israel e Irã, com ataques a três instalações nucleares no território iraniano — incluindo os dois principais centros de enriquecimento de urânio do país. Ainda não se sabe quais serão os desdobramentos dessa ação, mas é certo que o impacto nos preços do petróleo já começou a ganhar força.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

O barril do petróleo tipo Brent — referência global — subiu de US$ 60 no início de maio para acima de US$ 75 ao fim da semana passada. A valorização é explicada, em parte, pelo aumento da percepção de risco em uma das regiões mais estratégicas para o fornecimento global de energia: o Estreito de Ormuz.

Essa faixa marítima, que liga o Golfo Pérsico ao Oceano Índico, é responsável pela passagem de mais de 33% do “petróleo” mundial e 20% do transporte marítimo global. A recente aprovação pela Câmara do Irã do possível fechamento do estreito, embora ainda dependa do aval do Conselho Supremo, acendeu o alerta máximo nos mercados globais.

Oportunidade para a Petrobras?

Embora as tensões geopolíticas representem uma ameaça à estabilidade global, para empresas exportadoras de petróleo — como a Petrobras — esse movimento pode gerar ganhos bilionários. De acordo com o planejamento estratégico da companhia, cada alta de US$ 10 no preço do barril de Brent representa um aumento de US$ 5 bilhões em fluxo de caixa operacional por ano.

Publicidade

Ou seja, com o Brent já operando US$ 15 acima do patamar do início de maio, a estatal brasileira pode registrar um salto significativo em sua geração de caixa — justamente em um momento em que seu endividamento está controlado e a política de distribuição de dividendos voltou a ser generosa.

Dividendo extraordinário à vista?

Esse novo cenário abre espaço para uma distribuição extraordinária de dividendos ainda em 2025. A Petrobras tem adotado uma postura mais equilibrada em relação à remuneração dos acionistas, mas com o caixa reforçado e diante da imprevisibilidade dos mercados, a companhia pode buscar antecipar valores aos investidores.

Além disso, é importante lembrar que o setor de óleo e gás costuma reagir com rapidez aos choques de oferta — e, nesse contexto, ações como PETR3 e PETR4 voltam a ganhar atenção do investidor que busca retornos robustos e exposição a ativos com forte geração de caixa.

O que o investidor deve observar?

Em um cenário de guerra, o investidor precisa estar atento a três fatores principais:

  1. Movimentos no Estreito de Ormuz: qualquer interrupção efetiva no tráfego pode elevar ainda mais os preços do petróleo.
  2. Postura da OPEP+: o cartel pode rever suas metas de produção para tentar estabilizar o mercado.
  3. Decisões da Petrobras sobre alocação de capital: o uso do caixa adicional entre investimentos, amortização de dívida ou distribuição de dividendos fará toda a diferença para o valor percebido pelos acionistas.

Enquanto o mundo observa com cautela os próximos passos no Oriente Médio, o investidor brasileiro deve entender que, no curto prazo, o petróleo mais caro pode ser uma boa notícia para a Petrobras — e, por extensão, para quem carrega suas ações na carteira.

Encontrou algum erro? Entre em contato

O que este conteúdo fez por você?