- Já tem alguns bons anos que eu não gasto mais dinheiro com passagens utilizando algumas técnicas para converter milhas em tickets de ida e volta e até mesmo diárias de hotel
- Dados da ABEMF mostram que no terceiro trimestre de 2019, antes da crise, por exemplo, 79,9% das milhas eram destinadas à troca de passagens, contra 20,1% de produtos e serviços
- Além da possibilidade de troca por bilhetes aéreos, os programas de fidelidade no Brasil têm investido cada vez mais em parcerias com empresas
O texto de hoje é para falar sobre um assunto que eu adoro: programas de fidelidade e milhas aéreas. Já tem alguns bons anos que eu não gasto mais dinheiro com passagens utilizando algumas técnicas para converter milhas em tickets de ida e volta e até mesmo diárias de hotel.
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Faz apenas três semanas que retornei de uma viagem de férias em Portugal e Espanha e economizei cerca de R$ 6 mil utilizando pontos que estavam parados no meu programa de fidelidade. Paguei o meu voo direto e cinco diárias em terras portuguesas. E já te conto uma das formas de conseguir acumular milhas para viajar dessa forma!
Mas esse é apenas um lado da moeda, caro leitor. Antes de conseguir resgatar os meus pontos e fazer a minha primeira viagem internacional em mais de dois anos, precisei me desfazer rapidamente de algumas milhas que estavam próximas da data de validade.
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O que isso quer dizer? Por conta das restrições de viagens impulsionadas pela pandemia da covid-19, muitos clientes passaram a procurar produtos do varejo em vez de passagens aéreas na hora de trocar os pontos. Dados da ABEMF (Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização) mostram que no terceiro trimestre de 2019, antes da crise, por exemplo, 79,9% das milhas eram destinadas à troca de passagens, contra 20,1% de produtos e serviços.
No auge da pandemia, 100% dos consumidores trocaram seus pontos por itens. Confesso, faço parte dessa estatística. Do meu confinamento rendeu uma máquina de café e uma air fryer. Mas vamos voltar para o que interessa.
Nesta semana, a ABEMF divulgou dados em primeira mão para a coluna que revelam uma melhora nos números. É evidente que as empresas de fidelidade ainda estão fragilizadas com a retomada gradual do turismo, mas a participação das passagens aéreas se aproxima do patamar pré-pandemia. Boas novas, não?
Enquanto 29,3% dos pontos foram trocados por produtos e serviços – como cashback, recargas de celular, vale combustível, descontos, eletrodomésticos e eletrônicos –, 70,7% viraram bilhetes aéreos no terceiro trimestre de 2021.
“Esse movimento é impulsionado por uma gradativa flexibilização da economia e, consequentemente, do retorno das atividades no setor de Turismo, que sempre despertou o interesse dos participantes de programas de fidelidade”, diz João Pedro Paro Neto, presidente da ABEMF.
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Talvez você não saiba, mas além da possibilidade de troca por bilhetes aéreos, os programas de fidelidade no Brasil têm investido cada vez mais em parcerias com empresas como Magazine Luiza, Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, Renner, entre outras. A ideia é que os consumidores acumulem mais pontos nas plataformas e também façam resgastes no varejo – que claramente se tornou um protagonista nos últimos dois anos.
Essa é uma das técnicas que eu utilizo para acumular pontos. Na hora de fazer uma compra na internet, por exemplo, eu verifico se o meu programa de fidelidade possui algum tipo de parceria com o e-commerce. Em alguns casos, já cheguei a receber 18 milhas para cada R$ 1 gasto no produto.
Vamos fazer uma simulação rápida. Na hipótese que você fosse comprar um celular no valor de R$ 1,5 mil e recebesse 18 pontos por real, o saldo na sua conta seria de 27 mil milhas. Isso é equivalente a cerca de um terço de uma passagem aérea de ida e volta para a Europa ou um trecho completo para a Argentina, aproximadamente.
Veja a evolução dos resgates dos pontos
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Com o reforço do varejo, as empresas do setor registraram um total de 80,3 bilhões de pontos/milhas resgatados no terceiro tri, um crescimento de 93,8% na comparação com o mesmo período de 2020 e um aumento de 22,6% sobre 2019.
O número de pontos/milhas emitidos entre julho e setembro deste ano foi de 89,4 bilhões, alta de 61,9% contra os três primeiros meses de 2020. Sobre o faturamento das companhias, a ABEMF reporta alta de 49,8%, a R$ 1,6 bilhão, no 3º trimestre em relação com igual período do ano passado.
Colaboração de João Paulo Santos
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