- Cerca de 45% dos entrevistados para o estudo já fizeram compras durante edições da Black Friday. Destes, 50% afirmaram ter passado por algum transtorno ou situação de fraude
- As principais reclamações são de falsos descontos, frete muito alto (muitas vezes mais caro que o produto), valor mais alto no momento do pagamento e propaganda enganosa
Muitos consumidores vão aproveitar a Black Friday para fazer aquela compra abaixo do preço, mas eles precisam estar atentos. Pesquisa feita pela Serasa e publicada com exclusividade no E-Investidor mostra que 6 em cada 10 consumidores brasileiros sofreram algum tipo de fraude financeira nos últimos 12 meses. Foram entrevistadas 2.608 pessoas para o levantamento.
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Entre os entrevistados, 60% alegam que já passaram por situação de propaganda enganosa, a fraude mais citada. Golpes na compra e venda de produtos, uso indevido de dados dos cartões de crédito/débito e o uso criminoso do WhatsApp vêm na sequência como campeões de irregularidades e riscos.
A incidência não mostra diferença significativa entre os gêneros e classe de renda, mas indivíduos das regiões Sul e Sudeste se destacam com 62% e 61% dos entrevistados, respectivamente, afirmando que sofreram fraudes ou golpes. Entre os entrevistados, 67% perderam dinheiro e cerca de 30% dessas pessoas tiveram um prejuízo entre R$ 1.000 e R$ 5.000.
A região Norte (51%) e a classe E (49%) têm o maior percentual de pessoas que não tomaram nenhuma providência formal após sofrer com golpe ou fraude. “Caso perceba consultas suspeitas em seu CPF, é fundamental procurar a instituição financeira (pode ser o banco, a companhia de telefone ou loja) e alertar que essas consultas são indevidas e podem ser uma fraude em andamento”, diz Felipe Barone, gerente de produtos da Serasa. “Caso seu cartão tenha sido utilizado indevidamente, por exemplo, é importante que você efetue o bloqueio e comunique a instituição financeira imediatamente e no caso de perda/furto/roubo do documento, registre imediatamente um boletim de ocorrência”.
Principais fraudes na Black Friday
Cerca de 45% das pessoas entrevistadas já fizeram alguma compra durante a Black Friday. Destas, 50% afirmaram ter passado por algum transtorno ou situação de fraude. As principais reclamações são de falsos descontos, frete muito alto (muitas vezes mais caro que o produto), valor mais alto no momento do pagamento e propaganda enganosa.
A pesquisa mostra que 29% dos entrevistados já foram prejudicados com falsos descontos em edições anteriores da Black Friday e o frete acabou representando valor superior aos produtos adquiridos para 22% dos compradores, enquanto 16% desembolsaram a mais no momento de pagar, práticas que representam uma maquiagem nos descontos anunciados.
Barone afirma que o consumidor deve fazer uma lista com os itens que ele precisa comprar para não gastar além do que consegue pagar. Depois de saber o que quer, é importante começar a monitorar os preços da Black Friday para garantir que os descontos são reais.
Dicas para não cair em golpes ou fraudes na hora de fazer suas compras:
- Desconfie de links desconhecidos, mesmo quando enviados por pessoas conhecidas: os aplicativos mensageiros (como WhatsApp e Telegram) e e-mails são as origens mais comuns de links maliciosos. Esses links remetem para endereços eletrônicos (URLs) e podem causar danos no seu computador ou telefone celular para invadi-lo e roubar informações. Podem ser mensagens do tipo “Sua fatura do mês chegou” ou “Você foi sorteado”. Na dúvida, não clique.
- Verifique a segurança e autenticidade dos sites: o furto de dados pessoais pode começar em uma promoção tentadora que remete a uma tela falsa e um site falso muitas vezes é difícil de ser identificado porque simula o site real. Neste caso, é preciso estar atento a três elementos no endereço eletrônico: possuir o https na URL, o cadeado na barra de navegação e a inscrição site seguro. Se não encontrar, não compartilhe seus dados pessoais nem financeiros.
- Cuidados com o seu cartão: para evitar o risco nas compras em estabelecimentos físicos, opte por cartões de crédito com chip e tecnologia de pagamento por aproximação. Nos caixas eletrônicos, sempre que possível, cadastre o login por dados biométricos (como a digital ou a palma da mão).
- Para as compras on-line: a dica é utilizar o cartão virtual único, ou seja, solicite ao banco a geração de um número novo para cada compra. Normalmente, se a instituição financeira oferece o serviço, o cartão virtual é acessado via aplicativo de Internet Banking. E lembre-se: os dados do cartão como seu número, data de vencimento e código de segurança são utilizados para validar a compra. Por isso, nunca devem ser fornecidos a outras pessoas.
- Conheça o lugar do qual está comprando: quanto mais você souber sobre uma companhia, menos chances você tem de cair em um golpe.
- Proteja seu CPF: na Serasa, é possível solicitar gratuitamente uma lista de quem consultou o seu CPF ou CNPJ nos últimos 24 meses. No caso de qualquer consulta nos dados do usuário, ele recebe um alerta, por e-mail e SMS: dessa forma, o consumidor consegue identificar movimentações indevidas em seu nome e possibilita uma ação rápida para minimizar os riscos de fraude.
- Saiba como golpes funcionam: a educação é um passo fundamental para evitar as fraudes, saber como elas podem acontecer e como evitá-las é o começo para ter mais segurança.
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