O que este conteúdo fez por você?
- O ex-presidente gastou R$ 8,6 mil em sorvete no cartão corporativo da presidência durante o mandato de 4 anos
- Os gastos em um restaurante que vende marmita a R$ 20 também chamou a atenção. Totalizaram em R$ 109 mil
- P economista Denis Medina, professor da Faculdade do Comércio de São Paulo (FAC-SP), realizou uma simulação ao E-Investidor quanto seria cobrado de juros caso o pagamento fosse feito após a data de vencimento
A lista de compras feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no cartão corporativo da presidência da República chamou a atenção. As despesas vão desde o pagamento de diárias em hotéis de luxo a gastos supérfluos de alto valor com sorvetes, por exemplo. A soma de todas as compras ao longo dos últimos quatro anos chega a R$ 27,6 milhões. As informações foram obtidas pela Fiquem Sabendo, agência de dados públicos especializada na Lei de Acesso à Informação (LAI).
Leia também
E se esse valor tivesse que ser pago do bolso do próprio Bolsonaro e ele atrasasse a fatura? O economista Denis Medina, professor da Faculdade do Comércio de São Paulo (FAC-SP), calculou o quanto o ex-presidente pagaria apenas de juros caso fizesse o pagamento da fatura do cartão corporativo com um dia de atraso.
Considerando uma multa padrão de 2% e uma taxa de juros a 14% ao mês, o valor desses gastos passaria de R$ 27,6 milhões para R$ 28,2 milhões. Se o pagamento fosse realizado um mês após o vencimento, o valor a mais a ser pago pelo ex-presidente chegaria a R$ 32 milhões.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Veja o quanto Bolsonaro precisaria pagar em juros caso atrasasse pagamento dos R$ 27,6 milhões gastos no cartão corporativo
Tempo de atraso | Multa – 2% | Juros – 14% a.m | Total a pagar |
1 dia | R$ 552 mil | R$ 128,8 mil | R$ 28,2 milhões |
1 mês | R$ 552 mil | R$ 3,8 milhões | R$ 32 milhões |
1 ano | R$ 552 mil | R$ 46,3 milhões | R$ 74,5 milhões |
Fonte: Denis Medina, economista e professor da FAC-SP |
O acréscimo expressivo na conta em atraso acontece não somente pelo volume dos gastos, mas também pelo patamar elevado dos juros atrelados a essa forma de pagamento. Segundo Medina, o cartão de crédito e o cheque especial são as modalidades de crédito com os juros mais altos do mercado porque as instituições financeiras não possuem uma garantia de pagamento. “Nesta simulação, coloquei uma taxa de juros de 14% ao mês, mas os juros do cartão de crédito podem chegar a até 20% ao mês, dependendo da instituição financeira que concede o crédito”.
O especialista também fez simulações apenas de gastos específicos encontrados no extrato do cartão corporativo do ex-presidente. Ao olhar os detalhes das despesas, foram desembolsados R$ 109 mil em um restaurante de Boa Vista chamado Sabor da Casa, que vende marmitas a R$ 20.
Se esse valor correspondesse a apenas uma fatura do seu cartão de crédito e o pagamento fosse feito no mês seguinte ao vencimento, Bolsonaro pagaria apenas de multa R$ 2.180 e R$ 15.260 de juros, o que eleva a fatura para R$ 126.440.
As despesas também apontam para os gastos em itens supérfluos. Durante o seu mandato, o ex-presidente desembolsou R$ 8,6 mil em sorvete em cinco sorveterias de Brasília. E em uma única compra, foram gastos R$ 540.
Publicidade
Se R$ 8,6 mil fosse o valor de uma fatura e o ex-presidente atrasasse o pagamento, Bolsonaro precisaria desembolsar R$ 212,13 apenas em juros e multa em atraso de pagamento de um dia e R$ 1.376 para atrasos de um mês.
Veja os juros atrelados a outras despesas do ex-presidente encontradas no cartão corporativo da presidência
Despesas no Sabor da Casa – R$ 109 mil | |||
Tempo de atraso | Multa – 2% | Juros – 14% a.m | Total a pagar |
1 dia | R$ 2.180 | R$ 508,67 | R$ 111,6 mil |
1 mês | R$ 2.180 | R$ 15,2 mil | R$ 126,4 mil |
1 ano | R$ 2.180 | R$ 183,1 mil | R$ 294,3 mil |
Gastos com sorvete – R$ 8,6 mil | |||
Tempo de atraso | Multa – 2% | Juros – 14% a.m | Total a pagar |
1 dia | R$ 172 | R$ 40,13 | R$ 8,8 mil |
1 mês | R$ 172 | R$ 1,2 mil | R$ 9,9 mil |
1 ano | R$ 172 | R$ 14,4 mil | R$ 23,2 mil |
Fonte: Denis Medina, economista e professor da FAC-SP |
Com informações do Estadão