O que este conteúdo fez por você?
- O primeiro ponto antes de planejar é avaliar se uma viagem internacional faz sentido dentro da sua realidade financeira.
- Com duas opções de câmbio – a oficial e o mercado paralelo – especialistas aconselham a levar, de preferência, o dólar.
- É possível investir no curto prazo para proteger os recursos da viagem da inflação
A cotação do peso argentino em relação ao real favorece a escolha do país vizinho como destino de viagem para o turista brasileiro. O câmbio favorável tem permitido que turistas do Brasil vivam dias de rico no país hermano, como você pode conferir nesta outra reportagem. Especialistas ouvidos pelo E-Investidor, no entanto, dão conselhos para o turista planejar a viagem sem se comprometer financeiramente e para aproveitar ao máximo o câmbio a favor do lado de cá.
Como calcular os gastos
Abriu o feed das redes sociais e teve a sensação de que todo mundo está aproveitando a brecha no câmbio para ir à Argentina? Lembre-se daquele ditado famoso entre mães e filhos: você não é todo mundo.
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O primeiro ponto antes de tirar os planos do papel é avaliar se uma viagem internacional faz sentido dentro da sua realidade financeira. Mesmo com os custos mais baratos no país vizinho, ainda trata-se de uma viagem internacional, que exige gastos com hospedagem, alimentação e lazer.
Eduardo Dellavolpi Ribeiro, planejador financeiro CFP pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), orienta que o valor de uma viagem precisa estar no planejamento financeiro do investidor, junto a outros gastos de curto prazo. Não dá para resolver viajar de última hora e entrar em dívidas.
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“É importante não gastar a nossa reserva de emergência nesse tipo de viagem, não contrair nenhum empréstimo ou usar o limite do cheque especial. Caso contrário, uma coisa que era para ser prazerosa vai virar um pesadelo no futuro”, alerta Ribeiro.
Alguns custos precisam ser levados em consideração na hora de planejar a viagem. Passagens aéreas, estadia, alimentação, passeios, transportes e até as lembrancinhas. Colocado tudo isso no papel, o turista vai ter uma ideia melhor se a Argentina se confirma como o destino certo. “O ideal é fazer uma comparação do custo total que teria indo para outros destinos para saber qual sai mais barato”, diz o planejador.
Uma orientação para reduzir os custos consiste em avaliar opções de hospedagem em bairros menos turísticos, onde seja possível se estabelecer com segurança, mas a preços menores. Outro problema pode estar em encontrar boas ofertas de passagens aéreas, que estão com as tarifas elevadas por causa da alta dos preços dos combustíveis.
O conselho de Eduardo Ribeiro é procurar pacotes de viagens fechados, que já incluem as passagens e as diárias de hotel. “As milhas antigamente valiam mais a pena, mas as passagens estão caras inclusive em milhas, considerando quantas são necessárias para comprar um trecho pequeno. Por isso, a melhor dica é comprar pacotes fechados, pois a agência de viagem provavelmente já obteve algum desconto”, explica.
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Qual moeda levar
Com duas opções de câmbio – a oficial e o mercado paralelo – podem surgir dúvidas quanto à melhor moeda para levar para a Argentina. Segundo os especialistas, dê preferência ao dólar. “O dólar é a moeda mais bem vista na Argentina. Compensa mesmo que você precise realizar a compra aqui e trocar lá no destino para pesos, pois há uma elevada desvalorização”, afirma Paulo Victor, gestor de varejo da Europa Câmbio.
Com a nova medida do governo para favorecer turistas, faça as conversões de moeda em casas de câmbio oficiais. Assim, é possível evitar o risco de receber notas falsas ou acabar em uma negociação menos vantajosa na hora de trocar os dólares por pesos.
Outra alternativa consiste em levar um cartão de crédito habilitado para compras internacionais. Basta levar em conta os 6,38% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrados sobre as operações no exterior. A melhor saída, explica Paulo Victor, está em diversificar as formas de pagamento: “Tenha papel moeda em dólar, em moeda local (pesos argentinos) e um cartão de crédito para casos de eventualidade ou emergências”.
Dá tempo de investir antes de embarcar?
Viagens costumam ser objetivos de curto prazo, mas isso não significa que não é possível investir nesses intervalos. Algumas opções de investimento podem, por exemplo, proteger os recursos da viagem da inflação. O importante é não assumir muito risco nessas alocações, alerta Rachel de Sá.
Isso porque investimentos de maior risco têm maiores possibilidades de perdas. “Quando temos um objetivo de curto prazo, muita gente acaba se iludindo com a ideia de tomar bastante risco e ganhar mais dinheiro. Mas essa não é a indicação, já que ninguém quer ter menos dinheiro para a data da viagem do que quando investiu”, explica.
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Para a chefe de economia da Rico, as melhores opções de investimento pensando em viagens são aquelas que oferecem liquidez e segurança, como o Tesouro Selic ou o Certificado de Depósito Bancário (CDB) de banco sólido que tenha liquidez. “Dá sim para ter bons resultados nesse período, principalmente com o atual nível da Selic, só não dá para fazer milagre”, afirma.