O que este conteúdo fez por você?
- O E-Investidor ouviu analistas e especialistas para economizar com o álbum da Copa do Mundo de 2022
- Nesta edição, o álbum conta com 670 figurinhas e cada pacotinho contém 5 cromos, vendidos a R$ 4
- A editora responsável pelo álbum afirmou que há dois anos mantém o preço das figurinhas entre R$ 3,50 e R$ 4,00
A cada quatro anos, desde 1930, os torcedores de futebol assistem a Copa do Mundo organizada pela FIFA. No Brasil, não só os jogos da seleção brasileira e a busca por um novo título fazem a alegria dos fãs: o álbum de figurinhas é uma das maiores tradições em ano de Mundial.
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Em 2022, porém, o preço do álbum e do pacote de figurinhas chamou atenção dos colecionadores, que foram às redes sociais reclamar. Um pacote com cinco figurinhas custa R$ 4, enquanto o álbum, na sua versão tradicional sem capa dura, sai por R$ 12.
Em um momento de grande pressão inflacionária, o E-Investidor ouviu analistas e especialistas para encontrar meios de economizar com o álbum e planejar os gastos com a próxima edição, da Copa do Mundo de 2026.
Quanto custa o álbum de figurinhas da Copa do Mundo de 2022?
O álbum de figurinhas da edição 2022 conta com 670 figurinhas. O preço do pacotinho, R$ 4, está dois reais acima do preço cobrado em 2018. Isto significa que, conseguindo trocar todas as repetidas, o colecionador precisa desembolsar cerca de R$ 530 para completar a coleção.
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Porém, nem sempre é possível trocar todas as figurinhas e, de acordo com Victor Barboza, CEO da Fincatch, quem não realizar nenhuma troca terá que desembolsar, em média, cerca de R$ 3.000 para ter a coleção completa.
Os preços chamaram a atenção dos colecionadores.
À parte dos valores já mencionados, nas redes sociais as figurinhas raras, 80 cromos especiais que tiveram um volume restrito de distribuição, como algumas do atacante Neymar, chegaram a ser ofertadas na internet por até R$ 9 mil.
“O álbum da Copa é um exercício de educação financeira muito interessante, afinal de contas, tem relação direta com as finanças do colecionador. Logo, o primeiro passo consiste em se planejar financeiramente, construindo um orçamento para saber quanto pode ser gasto sem prejudicar o bolso”, comenta Barboza.
Como economizar para completar o álbum de figurinhas da Copa gastando menos?
É muito importante trocar os cards repetidos. A assessoria da Panini, editora responsável pelo álbum de figurinhas da Copa do Mundo 2022, confirmou que existe um planejamento oficial da empresa para realizar encontros oficiais de troca de figurinhas.
“Entendemos que colecionar é um hábito coletivo que serve como ferramenta de socialização. Por isso, a Panini incentiva as trocas de figurinhas e encontros entre a comunidade de colecionadores, promovendo pontos de troca espalhados pela cidade e outras ativações”, afirmou, em nota.
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Lai Santiago, educadora financeira da Open Co, atenta o torcedor para não se empolgar com compra de figurinhas, pois boa parte das que estão nos pacotinhos são repetidas. Ela sugere que o colecionador crie uma margem de acúmulo.
“O ideal seria comprar 165 pacotes de figurinhas que daria para acumular uma boa margem de figurinhas repetidas para fazer trocas. Mas para comprar essa primeira leva, provavelmente será gasto R$ 660”, calcula.
De acordo com Fabrício Henrique Silvestre, economista do TC, a economia para completar o álbum se alcança com o mercado secundário para trocar ou vender as figurinhas repetidas junto com uma certa dose de sorte para ser contemplado com os cards que faltam para completar a coleção.
Por que as figurinhas do álbum da Copa do Mundo estão caras?
As figurinhas acabam servindo como uma aula de oferta e demanda.
“Isso acontece porque o número de figurinhas disponibilizadas não é o mesmo para todas. Tradicionalmente, as brilhantes sempre foram mais raras, inclusive muitas vezes sendo trocadas por mais de uma normal ou compradas por valores mais altos”, lembra.
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Nasce aí uma espécie de especulação do próprio mercado sobre quanto custa o álbum de figurinhas, avaliando o preço de cada card em função da raridade, e, de acordo com o Barboza, este fenômeno não acontece apenas com as figurinhas atuais, mas já ocorreu em álbuns da Copa anteriores.
Para Santiago, isso tem a ver com o valor subjetivo que as pessoas colocam nos itens colecionáveis. “Por que uma figurinha do álbum pode ter um valor tão elevado assim de R$ 9 mil? Certamente, muitas pessoas vão desejar possuir aquele item e se sacrificar financeiramente para comprar”, diz.
De acordo com Silvestre, o hobbie envolve um sentimento de nostalgia que torna a demanda menos sensível a preço, o que permite o detentor do card determinar preço com maior liberdade, inclusive para cima.
No entanto, a Panini comunicou que não comercializa figurinhas extras individualmente e as vendas paralelas não são de responsabilidade da marca.
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Além disso, a editora informou que há dois anos mantém o preço dos produtos colecionáveis entre R$ 3,50 e R$ 4,00, alinhado ao praticado em toda a América Latina seguindo políticas de equiparação de preços em todos os países conforme regras definidas pela FIFA, responsável global por tudo que envolva uma Copa do Mundo.
Como completar o álbum de figurinhas da Copa com o rendimento dos investimentos?
Solicitamos uma simulação para observar quanto renderia o dinheiro gasto com o álbum de figurinhas da Copa de 2022 se aplicado durante quatro anos, a fim de já poupar para 2026, e tendo como base o montante mínimo para completar o álbum em R$ 530.
O ensaio feito pela Fincatch registrou que, aplicando este mesmo valor com as taxas atuais de alguns investimentos de renda fixa, teríamos os seguintes cenários:
- Aplicação na Caderneta de Poupança (com a Selic acima de 8,5%, ela tem rentabilidade de 0,5% ao mês + TR): o montante chegaria a R$ 679;
- Investimento no Tesouro Direto (Prefixado 12% ao ano): R$ 834;
- Opção pelo CDB 100% CDI (considerando a taxa atual): R$ 824.
“Um investimento bem interessante para quem quer preservar o poder de compra para completar a próxima edição do álbum de figurinhas da Copa é o Tesouro Direto IPCA+, visto que ele corrige o valor aplicado pela inflação do período mais uma taxa prefixada”, avalia Victor Barboza, CEO da Fincatch.