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Investimentos

Como a Copa do Mundo pode impactar seus investimentos

Catar prevê US$ 220 bilhões para realizar a Copa em novembro, o maior valor de toda a história

Como a Copa do Mundo pode impactar seus investimentos
Copa do Mundo de 2018 na Rússia, que custou US$ 14,2 bilhões, era até então o evento da Federação Internacional de Futebol (FIFA) mais caro da história. (Fonte: Shutterstock)
  • Copa do Mundo do Catar, a primeira a ser realizada no Oriente Médio, é a mais cara da história, custando 19 vezes mais que o evento no Brasil e 15 vezes mais que na Rússia. O investimento de US$ 220 bilhões supera o Produto Interno Bruto (PIB) do país.
  • Torneio de futebol atrai atenção de quase a metade da população mundial, oferecendo oportunidades para empresas e investidores. Diversos setores da economia são influenciados dentro e fora do País que sedia a competição.

A Copa do Mundo do Catar, realizada em novembro deste ano, deve movimentar um volume de US$ 220 bilhões em investimentos, tornando o torneio de futebol mais caro de toda a história. O número representa um valor 19 vezes maior que os US$ 11,6 bilhões investidos no Brasil em 2014.

Não à toa, o primeiro evento do tipo no Oriente Médio pretende transformar radicalmente a imagem do país. O valor investido na competição supera o Produto Interno Bruto (PIB) do Catar, de US$ 146 bilhões em 2020. Além de novos estádios, foram construídos um sistema de transporte público, estradas e hotéis, e os aeroportos foram expandidos.

O impacto do torneio é alto. A cada quatro anos, os 64 jogos entre 32 seleções nacionais atraem os olhos de mais de 3 bilhões de pessoas, quase metade da população mundial.

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Essa atenção toda gera uma série de oportunidades de negócios, aproveitadas por empresas e investidores de vários setores da economia, inclusive fora do país que sedia o evento.

Como a Copa do Mundo afeta o mercado de ações?

Jovens torcedores comemorando em uma arquibancada
Jogos desviam atenção dos investidores, aponta estudo de economistas europeus. (Fonte: Shutterstock)

“O futebol se globalizou e se tornou extraordinário do ponto de vista de business”, avaliou Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).

A importância é refletida na bolsa de valores. Para provar isso, um estudo realizado por economistas do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco Central da Holanda acompanhou os movimentos financeiros de mais de 750 empresas em 19 países durante as três últimas Copas do Mundo.

Entre 2010 e 2018, os pesquisadores conseguiram identificar como o comportamento das ações foi afetado durante a competição. Eles descobriram que os jogos acabavam distraindo a atenção das notícias importantes do mercado, com impacto direto nas cotações de companhias nacionais e globais.

Confira os principais momentos em que a Copa do Mundo impactou as bolsas de valores.

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“Como a Federação Internacional de Futebol (FIFA) já anuncia com bastante antecedência o local da Copa, o primeiro impacto que você tem é no planejamento e na questão ligada à infraestrutura”, afirma Rocha, do Insper.

As empresas de construção civil necessárias para a expansão ou criação de estádios e obras de portos e aeroportos são as primeiras beneficiadas. No turismo, os efeitos começam a ser sentidos um pouco depois, aproximadamente um ano antes da realização da competição, tanto em relação ao transporte aéreo quanto à hotelaria e à logística do setor dentro do País. “O turista geralmente não vai só assistir a jogos de futebol, ele vai fazer turismo interno”, lembrou Rocha.

Durante os jogos

Homem com braços cruzados atrás da cabeça assistindo futebol na televisão
Copa do Catar terá jogos durante horário do pregão. (Fonte: Shutterstock)

Os investidores também são torcedores de suas seleções nacionais. “Curiosamente, existe um costume informal entre os operadores em todo o mundo de fazer apostas com relação aos jogos”, diz o professor. Em alguns locais, como na Inglaterra, o negócio é tão importante que é até legalizado.

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Esse desvio de atenção faz que o volume negociado diminua. O estudo do BCE identificou que, nos dias dos jogos, houve uma redução de 48% nas transações em 2014 e de 36% em 2010, mesmo quando a seleção local não estava jogando. A influência começa quando os hinos nacionais são tocados e dura até uma hora depois do fim da partida.

O preço da vitória (ou da derrota)

“Uma derrota de uma seleção, principalmente quando o país tem tradição no futebol, gera frustrações”, afirma Rocha. A empresa franco-italiana STMicroelectronics conhece bem esse problema. A companhia viu suas ações caírem nas bolsas de Milão e na Euronext Paris com as eliminações da Itália e da França na Copa de 2010.

Porém, vencer a Copa do Mundo pode ser bastante positivo. Uma pesquisa do banco Goldman Sachs aponta que os mercados dos países campeões tiveram uma melhora de desempenho em quase todas as ocasiões desde 1974, com um índice médio 3,5% superior ao benchmarket global. A única exceção ocorreu em 2002, pois a recessão econômica amortizou o impacto da vitória do Brasil.

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