O lançamento da jornada “Women in Finance”, evento promovido pela Fin4She que reúne executivas do mercado financeiro para discutir equidade de gênero no ambiente de trabalho, ocorreu na sede da PwC, em São Paulo, nesta quinta-feira (21).
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Lia Fonseca, sócia e sponsor da dimensão de gênero na PwC Brasil, intermediou a conversa com Valquiria Jovanelle Tonello, superintendente jurídica do Itaú e membro do conselho de administração do Multiplicando Sonhos e Associação Santa Plural, Sara Hughes, presidente do conselho de administração da FBN e membro do conselho de sócio da Lwart, Carolina Cury, sócia do BTG Pactual, e Tassya de Paula, gerente de D&I no Nubank e cofundadora do Uuka.
Entre os assuntos abordados no encontro, um tópico ganhou protagonismo: a falsa dicotomia entre ser uma executiva de sucesso em uma instituição financeira e ser mãe. Cury, do BTG Pactual, relata que esse tipo de pensamento é responsável por afastar o público feminino dos cargos de liderança.
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“Identificamos que o problema (em relação à equidade no BTG) não era só atrair, mas reter, porque quando a profissional chegava naquele ápice (para ser promovida à liderança), era a hora que ela queria casar, ter filho. E muitas não acreditam que é possível fazer isso em determinado cargo”, diz. “Muitas vezes a pessoa abre mão da oportunidade, desiste.”
Tonello, do Itaú, também vê esse fator como um entrave para algumas profissionais. Entretanto, ela, que é mãe e esposa, ressalta que conciliar vida familiar e a rotina no banco nunca foi um problema. “Eu não preciso escolher entre ser executiva e ser mãe, posso ser as duas coisas”, diz. “Minha vida está misturada no mercado financeiro e eu não deixei de fazer nada, tenho hobbies, sou corredora amadora. A jornada vai ser dura mesmo, o mercado financeiro tem essa característica, mas as coisas conseguem se conectar, é possível.”
Hughes, presidente do conselho de administração da FBN, ressalta que a mulher sofre com a pressão por ser perfeita na criação dos filhos – uma cobrança que os executivos homens não têm. “Temos que reinventar um ambiente de trabalho que seja bom para todo mundo, que as pessoas possam falar que ‘dessa maneira’ não precisa ser”, afirma. “Temos que brigar por um pouco mais de sanidade.”
Questão de negócio
Tassya de Paula, do Nubank, por sua vez, ressaltou a necessidade de criar um ambiente acolhedor para ampliar a equidade de gênero no ambiente de trabalho. Além disso, chamou a atenção que a questão de gênero também é uma questão de negócio.
“A presença de mulheres nas organizações fazem com que essas organizações fiquem mais valiosas”, afirma Paula. “No caso do Nubank a gente tem um encontro de desafios, porque somos do mercado financeiro e somos uma empresa tech, o ambiente de tecnologia também não foi desenhado para as mulheres. Se não tivéssemos trabalhado de forma intencional, dificilmente alcançaríamos a equidade”, diz.
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Hoje, a executiva diz que o Nubank possui 45% do quadro composto por mulheres. Os cargos de liderança também são 45% ocupados por mulheres. “Não dá para desconectar a busca por igualdade de gênero dos resultados dos negócios. Fomos o primeiro cartão de crédito ou conta de mais de 5 milhões de clientes, e isso é fruto de soluções pensadas por uma equipe formada 45% de mulheres.”