Comportamento

Países mostram tendência de alta no mercado após sediar Olimpíada

'Efeito Olimpíada' pode ser visto nas Bolsas do Brasil, Inglaterra e China, segundo levantamento da Rico

Países mostram tendência de alta no mercado após sediar Olimpíada
Cerimônia de abertura no estádio olímpico de Tóquio em julho de 2021. Foto: Jonne Roriz/COB ESPORTE
  • Segundo levantamento da Rico Investimentos, os principais índices da China, Inglaterra e Brasil registraram valorização nos 12 meses posteriores ao fim de cada Olimpíada
  • Entretanto, o movimento não ocorre apenas por influência do evento mundial tão esperado por torcedores e atletas. Outro acontecimento relevante antecede as altas: uma crise econômica
  • Entre as onze patrocinadoras de Tóquio 2020, oito possuem BRDs disponíveis no mercado brasileiro

A Olimpíada de Tóquio termina no próximo domingo (8), mas o mercado financeiro do Japão ainda deve desfrutar de consequências econômicas potencializadas pela competição nos próximos 12 meses, refletindo uma tendência que ocorreu em outros países que sediaram a disputa. 

Segundo levantamento da Rico Investimentos, os principais índices da China, Inglaterra e Brasil (onde ocorreram as últimas edições dos Jogos Olímpicos antes de Tóquio) registraram valorização nos 12 meses posteriores ao fim de cada Olimpíada.

A alta mais expressiva ocorreu no mercado chinês, após a Olimpíada de Pequim, em 2008. O SSE Composite, índice com todas as ações negociadas na Bolsa de Valores de Xangai, registrou queda de 41,5% no acumulado de 12 meses antes dos jogos. Um ano depois, o índice conseguiu se recuperar, crescendo 61,4%.

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No Brasil, o Ibovespa teve crescimento de 19,1% de julho de 2015 a julho de 2016, quando começou a Olimpíada do Rio de Janeiro. Depois, até julho de 2017, o índice se valorizou em 32,7%.

Já o FTSE 100, índice de Londres, que registrou queda de 4,8%, entre julho de 2011 e julho de 2012, cresceu 12,7% desde o ínicio dos Jogos Olímpicos até 12 meses depois.

Entretanto, o movimento não ocorre apenas por influência do evento mundial tão esperado por torcedores e atletas. Outro acontecimento relevante antecede as altas: uma crise econômica.

Em 2008, houve a crise a partir da bolha de especulação imobiliária nos EUA que afetou o mundo inteiro. Já o contexto econômico anterior ao evento em Londres, em 2012, foi a chamada “crise dos Piigs” (nomenclatura pejorativa para falar das economias de Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha) que inicialmente afetou países de economia mais fracas da zona do Euro, mas chegou a comprometer a própria Inglaterra.

Em terras brasileiras, 2016 foi marcado pela incerteza política, incluindo o processo que culminou no impeachment da presidente Dilma Rousseff. A expectativa para os próximos passos do Japão, depois de sediar a atual edição, é que o mercado cresça, especialmente com o otimismo de que nos próximos 12 meses a pandemia de coronavírus acabe, com a vacinação pelo mundo.

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O Japão não ficou imune ao coronavírus. Inicialmente, o evento deveria ter ocorrido em 2020, mas foi adiado para este ano. Apesar das competições estarem acontecendo, o turismo de torcedores, curiosos ou até familiares de atletas foi suspenso.

Segundo Paula Zogbi, analista de investimentos da Rico, o impulso das Bolsas de cada país é um movimento que acontece por conta do aumento de investimentos direcionados ao megaevento, como construções, turismo e consumo. Entretanto, por conta das crises que afetarem o mercado na mesma época, a recuperação das economias locais tornam as altas ainda maiores.

Mas o relatório da corretora alerta que não é, necessariamente, hora de correr para o mercado japonês. “O Japão não está entre os países que mais vacinaram contra a covid-19 e ainda estamos passando por uma incerteza muito grande em relação ao ritmo de retomada da economia, principalmente pela falta de informação sobre a resposta às novas cepas.”

O levantamento também avaliou a performance de patrocinadores. Segundo o estudo que avaliou os resultados das cinco últimas edições, as ações de quatro deles performaram melhor que o benchmark global de ações MSCI World Index durante os meses em que ocorria a competição que apoiavam financeiramente: Samsung, McDonald’s (MCDC34), Panasonic e Coca-Cola (COCA34). 

Entre essas empresas, somente a Coca-Cola perdeu para o índice no acumulado dos 12 meses após as edições dos jogos. A análise foi feita a partir de uma média dos períodos das cinco últimas edições.

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Entre as onze patrocinadoras de Tóquio 2020, oito possuem BRDs disponíveis no mercado brasileiro: Visa (VISA34), Alibaba (BABA34), GE (GEOO34), Toyota (TMCO34), Coca-Cola (COCA34), Airbnb (AIRB34), P&G (PGCO34) e Intel (ITLC34).

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