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Por que a variante Delta do coronavírus freia o otimismo do mercado

A segunda-feira (19) foi marcada por efeito dominó que atingiu bolsas da Europa, EUA e chegou ao Brasil

Por que a variante Delta do coronavírus freia o otimismo do mercado
Aumento do número de casos da variante Delta do coronavírus faz mercado financeiro despencar. Foto: Elements Envato
  • Mesmo com a vacinação avançada, as bolsas de valores e o mercado de commodities enfrentam um início de semana em forte queda por conta do aumento do número de casos da variante delta do coronavírus
  • O Ibovespa caiu 1,24%. A queda foi liderada por empresas dos setores de commodities, varejo, turismo e financeiro
  • Para analistas, o movimento é uma freada brusca em meio à estrada de otimismo que o mercado estava trilhando

Mesmo com a vacinação avançada, as bolsas de valores e o mercado de commodities enfrentam um início de semana em forte queda por conta do aumento do número de casos da variante delta do coronavírus. Para analistas, o movimento é uma freada brusca em meio à estrada de otimismo que o mercado estava trilhando.

Em Londres, o índice Financial Times recuou 2,34% na segunda-feira (19). Em Nova York, o Nasdaq e o S&P 500 fecharam em queda de 1,06% e 1,59%, respectivamente. Com a maior baixa do dia, o Dow Jones fechou com desvalorização de 2,09%.

No Brasil, o Ibovespa fechou o primeiro pregão da semana em queda de 1,24%. A baixa foi liderada por empresas dos setores de commodities, varejo, turismo e financeiro.

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Para especialistas, o efeito dominó teve início no Reino Unido, que suspendeu todas as medidas sanitárias contra o coronavírus. Apesar de o país ter mais de 54% de pessoas completamente vacinadas (número considerado alto diante a média mundial de 13%), foram registrados 48.161 novos casos no domingo (18), maior número desde janeiro deste ano, quando foi iniciada a vacinação.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a variante já está presente em mais de 110 países. “É possível que o covid-19 faça parte da vida das pessoas com o passar dos anos, mas estamos em processo de aprendizado. Vemos os números de casos aumentando. Porém, desde que as taxas de internações e mortes não sejam altas, o mercado deve normalizar”, avalia Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.

Segundo Esteter, o movimento de baixa foi fortemente influenciado pela queda do petróleo, que fechou em desvalorização de 7%, após tentativa da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) em regular a relação entre oferta e demanda após sinais de reabertura dos países, com o aumento da produção mensal de petróleo em 400 mil barris por dia. Porém, a Organização não contava com o avanço expressivo da variante.

“Precisamos avaliar como o mercado vai responder nos próximos dias. Se o movimento de queda for prolongado, pode sim gerar preocupação para o investidor. Contudo, acreditamos que o mercado de commodities é muito eficiente em suas correções e deve se restabelecer nos próximos dias”, complementa Esteter.

Para Rafael Claudino, sócio-fundador da HCI Invest, a Opep+ estava otimista em aumentar a produção de petróleo, considerando uma reabertura. Entretanto, a incerteza com os casos da variante afetou diretamente a decisão. Segundo ele, mesmo que o valor do petróleo tenha afetado as bolsas, a queda é resultado da incerteza quanto ao fim da pandemia. “O mercado tinha muita esperança de que a vacinação fosse o fim do jogo, mas não é o que vemos com o exemplo de Londres”, destaca.

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Por conta do movimento negativo, os investidores voltaram-se aos ativos de menor risco, como visto na valorização de 2,59% do dólar. “Já era possível ver um momento de reabertura do turismo, mas o alto número de novos casos deixa o investidor cauteloso, com aversão ao risco”, explica Gustavo Taborda, assessor da PHI Investimentos. Ele ressalta que o movimento de preocupação chega ao Brasil com o agravante de tensão política por conta dos escândalos de corrupção envolvidos na compra de vacinas.

Esteter reforça que a situação de países que estão com a vacinação mais avançada, como os europeus e os EUA, deve amenizar as perdas. Entretanto, países mais atrasados, como o Brasil, podem prolongar o sentimento de incerteza.

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