O que este conteúdo fez por você?
- Empresa de pagamento americana, o PayPal possui 15 milhões de contas ativas na América Latina, sendo 5,5 milhões no Brasil
- O head de negócios da empresa no Brasil conversou com o E-Investidor e destacou o interesse da companhia no mercado brasileiro
- Em novembro, a empresa divulgou a pesquisa “Consumo Online no Brasil”, realizada pela Edelman, com o intuito de identificar comportamentos e tendências das compras digiais
Em novembro, o funcionamento do Pix, meio de pagamento criado pelo Banco Central, completou um ano. Lançado após oito meses de pandemia, a funcionalidade foi apenas um passo para a mudança de comportamento dos consumidores. Nesse cenário, diversos bancos e plataformas de pagamentos como a multinacional norte-americana PayPal (NASDAQ: PYPL, BVMF: PYPL34) ampliaram os serviços e conquistaram novos clientes.
Leia também
Das 15 milhões de contas PayPal ativas na América Latina, 5,5 milhões são de brasileiros. De acordo com o head geral de Negócios do PayPal Brasil, Felipe Facchini, a pandemia foi decisiva para o desenvolvimento de produtos e soluções capazes de provocar o crescimento da infraestrutura para o mundo das compras on-line.
No mês passado, a empresa divulgou a pesquisa “Consumo Online no Brasil”, realizada pela Edelman, com o intuito de identificar comportamentos e tendências das compras on-line. O levantamento mostra o aumento da frequência do uso de plataformas de compra e venda digitais, além do destaque para o uso de carteiras digitais.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Entre os mil compradores digitais de todas as regiões ouvidas pela pesquisa, 83% afirmam ter carteiras digitais com uso frequente para realizar pagamentos on-line e via aplicativos. Entre o público, mulheres (41,7%) e usuários entre 25 e 44 anos (44,9%) tendem a usar carteiras digitais com mais frequência.
A pesquisa ainda aponta que 78,2% das pessoas afirmam ter preocupação com a segurança na hora de comprar ou pagar contas de forma virtual. Mesmo assim, 7 em cada 10 afirmam que não pretendem diminuir as compras virtuais depois da pandemia.
Em conversa com o E-Investidor, Facchini ressalta que o Brasil é um País estratégico para a atuação da empresa.
E-Investidor – Quais são os maiores desafios para o setor de compras on-line no Brasil?
Publicidade
Felipe Facchini – O grande desafio é mudar o comportamento das pessoas, de forma que é preciso pensar o que fazer para que elas comecem a comprar on-line. Entendemos que uma vez quebrada essa barreira, normalmente, não tem volta. A pessoa que se acostuma com a compra virtual acaba tendo isso como hábito recorrente no cotidiano.
Um outro desafio que sentimos é na parte de logística e infraestrutura. Comparando com outros países mais desenvolvidos, percebemos que os lugares onde a cobertura de banda larga é maior, as compras on-line também vão ser mais expressivas. Com essa tecnologia, nós conseguimos estar mais perto dos nossos clientes.
Entendemos que o quão boa e estável a conexão com a internet de um lugar é, menor será a barreira estrutural. Atualmente, todo mundo tem seu smartphone, o que potencializou intensamente o cenário das compras on-line. Inclusive, as pesquisas que fazemos mostram que as pessoas sentem-se bem confortáveis para efetuar compras por meio dos próprios aparelhos.
Com a vinda do 5G, nossa expectativa é grande porque quanto mais a infraestrutura o brasileiro tiver, melhor serão as conexões e melhor será a experiência dos usuários, principalmente no lado do consumidor.
Publicidade
Um dado bastante interessante que identificamos é que o brasileiro é declaradamente um entusiasta da tecnologia. Em média, ele passa mais de quatro horas por dia em redes sociais acessando a internet pelo celular. Se olharmos o acesso às redes sociais, o Brasil está sempre no topo da quantidade de usuários e tempo engajados. Então, acredito que quando vemos melhora na infraestrutura com 5G e a própria banda larga, todo o ecossistema vai ser favorecido.
E-Investidor – Qual o impacto da pandemia na mudança de comportamento dos brasileiros sobre o uso de serviços financeiros digitais?
Facchini – Um ponto importante sobre essa mudança de hábito foi o papel da pandemia. A necessidade de ficar em lockdown fez com que as pessoas, especialmente os brasileiros, conhecessem as facilidades e os benefícios da compra on-line.
Como grande parte da população estava em casa, não tinha outra opção além de começar a comprar on-line. Por outro lado, os próprios lojistas também tiveram que se adaptar. Costumamos dizer aqui que a pandemia acelerou mais ou menos uns cinco anos o processo de de crescimento do e-commerce.
Publicidade
E-Investidor – O que é mais difícil de adaptar? O comportamento dos consumidores ou a estrutura para lojistas?
Facchini – Acredito que a adaptação do consumidor, após aquela primeira barreira ser quebrada, não é tão difícil. Antes das primeiras transações há uma preocupação com a segurança da operação, mas, uma vez realizada a primeira compra on-line, a tendência é continuar. Até porque o digital oferece um acesso muito mais amplo a serviços e produtos que seriam mais limitados no universo físico.
Já olhando para o vendedor, existem alguns passos que ele deve seguir. Entretanto, o que parecia ser bem difícil, hoje é muito simples. Vemos diversas plataformas de e-commerce onde você consegue abrir uma loja em algumas horas. Em minutos você consegue fazer uma contratação no meio do pagamento como PayPal, por exemplo, tudo de forma on-line e com pouca burocracia.
E-Investidor – Existe uma barreira ou receio por parte dos usuários para realizar compras completamente digitais? Quais são elas?
Publicidade
Facchini – Vemos sim a segurança com um dos grandes desafios porque é ela que vai dar a confiança de realizar a compra on-line ou não. Nesse ponto, também vejo o papel fundamental que as carteiras digitais estão tomando, um dos motivos para a maior procura é também por causa da segurança.
E-Investidor – Hoje, qual é o tamanho e importância do mercado brasileiro para o PayPal?
Facchini – O Brasil é uma das prioridades do PayPal. Temos uma grande expectativa sobre o mercado brasileiro e por isso temos investido em tecnologia para colocar novos produtos e serviços na rua. Nosso objetivo é encontrar soluções que atendam às necessidades do Brasil.
Por exemplo, a solução de débito que é única para o PayPal. Isso quer dizer que qualquer vendedor que aceite PayPal como meio de pagamento consegue vender através de cartão de débito de uma forma muito similar à venda com cartão de crédito. Isso é um diferencial nosso.
Publicidade
Também somos responsáveis por soluções para além da carteira digital e que muitas vezes o consumidor não sabe que é o PayPal que está por trás. Quando a pessoa faz compra em empresas como Uber, iFood, posto Ipiranga e na Shell, a solução do PayPal está por trás para viabilizar aquela transação.
Recentemente compramos uma empresa sueca chamada iZettle que oferece o serviço de maquininhas. Essa foi outra forma do PayPal investir na região. A empresa já tinha presença no Brasil e em outros países da América Latina. Todos esses investimentos em soluções para o mercado nacional mostram a nossa prioridade.
Além disso, o PayPal tem parceria com Mercado Livre e com o Banco Neon muito focadas nas PMEs [pequenas e médias empresas], que é o motor da economia. Com tudo isso, fica claro que o Brasil é um país estratégico e é um dos focos do PayPal.
E-Investidor – O que diferencia o Brasil dos outros países?
Facchini – O parcelamento é algo bastante particular do Brasil, o que é decisivo na hora de desenhar uma solução para essa região. O parcelado representa mais de 60% das compras dos brasileiros, ou seja, eu não consigo trazer um produto que não atenda esse público tão representativo. Isso é uma das adaptações que sempre precisamos olhar.
E-Investidor – As criptomoedas estão no radar de investidores, empresas e governos. O Paypal já analisa a possibilidade da utilização de criptomoedas em pagamentos?
Facchini – É um plano que está restrito aos Estados Unidos e está sendo iniciado na Europa. São estratégias locais, mas o que posso comentar é que a empresa tem visto bastante sucesso. No mercado brasileiro vemos que existe uma intenção do Banco Central de entender melhor esse mercado para uma regulamentação e até a possibilidade de lançar uma moeda própria.
O Paypal, como a fintech mais antiga do mundo e líder no mercado global de pagamentos, é conhecida mundialmente por ditar tendências. Inovar e ser referência na evolução do mercado faz parte da nossa atuação e com certeza vamos estar à frente em questões de lançamento de tendências para o setor nos próximos anos.